Ibovespa fecha na máxima do dia, mas recua 2% na semana; dólar vai para R$ 5,63

Bolsa brasileira descolou dos índices no exterior, que voltaram a ceder após dados de trabalho nos Estados Unidos

Mitchel Diniz

(Shutterstock)
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O Ibovespa voltou a se descolar do mercado internacional e emplacou um segundo dia consecutivo de alta. Ainda assim, não foi o suficiente para se recuperar do tombo que levou nos três primeiros pregões do ano. Para os analistas, a Bolsa brasileira passou por um ajuste e assim evitou de perder o patamar dos 100 mil pontos, como muitos temiam que pudesse ter acontecido já nesta semana.

“Por mais que tenha sido negativo o tom hawkish do Federal Reserve [Banco Central dos Estados Unidos], a gente teve um desempenho pior do que lá fora e isso acabou se equalizando depois”, explica Anderson Meneses, CEO da Alkin Research. Ele destaca a recuperação das small caps, cujas ações foram duramente penalizadas nas primeiras negociações do ano.

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O indicador de destaque do dia foram os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Em dezembro passado, o país criou 199 mil vagas de emprego, menos da metade que o projetado pelos economistas. Porém, a taxa de desemprego recuou mais que o esperado, de 4,2% para 3,9%, por isso os números do payroll foram considerados sólidos.

Para os analistas, os dados de hoje reforçam o tom hawkish do Federal Reserve, que pode aumentar juros já no próximo mês de março, diante do avanço na inflação no país.

“O mercado segue pisando em ovos com a iminência do aumento da taxa de juros americana, que já se traduz no maior nível para as Treasuries [títulos do Tesouro americano] de 10 anos desde janeiro de 2020”, afirma Meneses. Para ele, o ano de 2022 será de aversão de menor apetite por risco para a maioria dos investidores, que devem dar preferência a ativos mais conservadores.

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Para Dany Chvaicer, head de renda variável da Ébano Investimentos, a Bolsa vive um momento de “acomodação de mudanças”. Além da disparada dos juros básicos da economia em 2021, as eleições presidenciais adicionam uma dose extra de volatilidade aos negócios.

“Qualquer coisa que a gente falar ao longo do ano tem a incerteza muito grande por causa das eleições. É um cenário ainda muito aberto e polarizado”, afirmou.

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O Ibovespa fechou em alta de 1,14%, aos 102.719 pontos. O volume negociado no dia ficou em R$ 25,9 bilhões. Na semana, porém, a Bolsa brasileira acumulou queda de 2%. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro de 2022 opera em alta de 1%, aos 103.530 pontos, nos últimos negócios do dia.

O dólar comercial fechou em queda forte, de 0,85%, a R$ 5,631 na compra e R$ 5,632 na venda. Ainda assim, na semana, a moeda americana acumulou alta de 0,98%. O dólar futuro para fevereiro de 2022 é negociado em baixa de 0,89%, a R$ 5,663 próximo ao fim da sessão.

Na sessão estendida dos negócios com juros futuros, os contratos DI para janeiro de 2023 subiam um ponto-base para 11,98%; o DI para janeiro de 2025 avançava seis pontos-base para 11,38%; e o DI para janeiro de 2027 tinha alta de cinco pontos-base, para 11,27%.

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Em Nova York, as Bolsas fecharam em baixa. O Dow Jones encerrou a sessão em queda de 0,1% a 36.231 pontos; o S&P 500 recuou 0,41%, a 4.677 pontos; e a Nasdaq fechou em baixa de 0,96% a 14.935 pontos

Na Europa, a maioria das Bolsas fechou no vermelho. O destaque da agenda econômica do continente foi a inflação da zona do euro, que acelerou 5% no último mês de dezembro, uma máxima recorde para o período e acima das expectativas dos analistas, que projetavam avanço de 4,7%.

O número é uma pressão extra para o Banco Central Europeu, que vem mantendo suas políticas de estímulo sob o argumento de que a inflação é temporária e deve ficar abaixo de 2% até o final deste ano. Essa leitura, porém, é criticada por autoridades que acreditam numa escalada de preços acima da meta até o ano que vem.

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O índice pan-europeu Stoxx 600, que abrange empresas de 17 países do continente, fechou em queda pelo segundo dia seguido, recuando 0,39%.

Após quatro sessões seguidas de alta, os preços do petróleo encerram o dia em queda. O barril do WTI para fevereiro caiu 0,48%, a US$ 79,08 e o Brent para março ficou praticamente estável, em baixa de 0,06%, a US$ 81,94.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados