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O Ibovespa volta a operar em alta nos negócios desta sexta-feira (10) e sobe com mais intensidade do que os índices no exterior. Assim, a Bolsa ensaia uma recuperação do tombo da véspera, quando o Ibovespa caiu quase 2%. Por aqui, o destaque da agenda de indicadores do dia foi a inflação do mês de novembro, que surpreendeu positivamente e faz com que os juros futuros operem em queda hoje, tanto os contratos mais curtos quanto os mais longos.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente a novembro, apresentou um avanço de 0,95% em relação a outubro. A variação é a maior para o mês de novembro desde 2015, mas veio abaixo do consenso dos economistas consultados pela Refinitiv, que esperavam alta mensal de 1,08% e variação anual de 10,88%. Os analistas receberam o dado com percepções diversas.
“A desaceleração em ritmo maior do que o esperado da inflação traz alívio às preocupações com a alta dos preços na economia local e isto se reflete nos mercados”, afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA.
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Para André Perfeito, economista-chefe da Necton, o índice sinaliza melhora das expectativas. “Estamos entrando na fase ‘menos pior’ dos dados econômicos onde o valor em si é ainda ruim, mas já aponta fadiga. Isso não quer dizer que irá melhorar a economia no curto prazo, mas só de vir melhor na margem, já irá abrir espaço para correção dos juros e de bolsa”, afirmou.
Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, ainda que o indicador tenha vindo abaixo do projetado pelo mercado, não é tão positivo. “Ainda acho que o IPCA segue pressionando o Banco Central a fazer ajustes de 1,5 ponto percentual na taxa de juros”, afirma.
Desde ontem, a inflação e os juros pautaram os mercados com a decisão, na quarta-feira, do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que elevou a taxa básica de juros a 9,25% ao ano, seu maior patamar desde 2017. O BC também sinalizou que deve fazer um ajuste, com a mesma magnitude (alta de 1,5 ponto percentual) na reunião de fevereiro do ano que vem.
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O comunicado pegou o mercado de surpresa, pois os investidores esperavam uma postura mais branda da autoridade monetária diante de indicadores mais fracos da economia.
Às 12h12 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,98% aos 107.321 pontos. O Ibovespa futuro para dezembro de 2021 avançava 1,1% aos 107.570 pontos.
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O dólar comercial operava em alta de 0,49% R$ 5,600 na compra e R$ 5,601 na venda. O dólar futuro para janeiro de 2022 tinha alta de 0,45% a R$ 5,624.
No mercado de juros futuros, os contratos recuam após a divulgação do IPCA: o DI para janeiro de 2023 cai 28 pontos-base para 11,35%; DI para janeiro de 2025 recua 39 pontos-base a 10,26%; e o DI para janeiro de 2027 cai 36 pontos-base a 10,18%.
As Bolsas em Nova York operam com ganhos moderados, após as perdas na véspera. O Dow Jones sobe 0,32%; o S&P 500 avança 0,53%; e a Nasdaq, que levou um tombo ontem, sobe 0,52%.
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Assim como no Brasil, a inflação ao consumidor (CPI) em novembro é o principal indicador da agenda econômica dos Estados Unidos. O índice apresentou alta de 0,8% em novembro na comparação com outubro, acima do esperado. O consenso Refinitiv apontava para uma alta de 0,7% na variação mensal.
O dado é esperado porque pode sinalizar qual postura deve ser adotada pelo Banco Central Americano (Federal Reserve) em relação a retirada de estímulos (tapering).
“O CPI hoje deve confirmar o cenário americano de pressão de preços, que garante a possível majoração do tapering na próxima reunião do Fomc [o Copom do Federal Reserve]”, afirma Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, em relatório.
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Na Europa, o efeito da variante Ômicron nas Bolsas parece mais forte, com o aumento no número de infecções que levaram alguns países a adotarem medidas restritivas. Os índices operam com tendência de baixa pelo terceiro dia consecutivo. O Stoxx 600, que reúne ações de empresas de 17 países europeus, recuava 0,03%.
As Bolsas asiáticas recuaram hoje repercutindo dados de crédito mais fracos que o esperado na China. Os empréstimos bancários no país em novembro vieram menores do que projetavam os economistas, mesmo com o Banco Central chinês adotando medidas de estímulo. As preocupações com possíveis “calotes” no setor imobiliário, a exemplo do Evergrande Group, continuam no radar, ainda que os riscos de contaminação sejam menores, de acordo com analistas.
No segmento de commodities, os últimos negócios com minério de ferro na Bolsa chinesa de Dalian apontava para uma alta de 1,1%, invertendo a tendência de mais cedo. As cotações do petróleo tinham leve alta, com o Brent subindo 0,21% a US$ 74,57 e o WTI avançando 0,41% a US$ 71,23.
Radar corporativo
O noticiário corporativo desta sexta-feira (10) tem como destaque a distribuição de proventos pelo Bradesco (BBDC4), B3 (B3SA3), Ambev (ABEV3), Cemig (CMIG4) e Dexco (DXCO3).
A Simpar (SIMH3) divulgou projeções de investimentos para a empresa e suas controladas.
Já a Petrobras (PETR3;PETR4) anunciou que receberá da Equinor a última parcela de US$ 950 milhões referente à venda do bloco BM-S-8.
A Enjoei (ENJU3) celebrou contrato para aquisição da Gringa Intermediação de Negócios. A Camil (CAML3) adquiriu a Silcom por meio de sua subsidiária SAMAN no Uruguai, enquanto a Vamos (VAMO3) adquiriu a HM Empilhadeiras.
Azul (AZUL4)
A Azul (AZUL4) anunciou seus resultados preliminares de tráfego de novembro de 2021. O tráfego doméstico de passageiros (RPKs) aumentou 22,9% em relação a novembro de 2019, frente a um aumento de 24,2% da capacidade doméstica (ASKs), resultando em uma taxa de ocupação de 81,3%.
O mercado internacional mostrou uma alta de 52% na demanda em relação ao mesmo período de 2020.
“Em novembro, continuamos observando a melhora nas tendências de reservas no Brasil, impulsionada por uma das maiores taxas de vacinação do mundo. Nossos fortes números de tráfego demonstram claramente a sustentabilidade das vantagens competitivas do nosso modelo de negócio, enquanto emergimos da crise ainda mais fortalecidos”, destacou em comunicado John Rodgerson, CEO da Azul.
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras (PETR4;PETR3) anunciou que receberá da Equinor a última parcela de US$ 950 milhões referente à venda do bloco BM-S-8.
A petrolífera realizou a venda do total de sua participação (equivalente a 66%) no bloco BM-S-08 para a Equinor, pelo valor de US$ 2,5 bilhões.
B3 (B3SA3)
A B3 aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio, no valor total de R$ 302,3 milhões, equivalentes ao valor líquido de R$ 0,04231075 por ação.
O pagamento será realizado em 07 de janeiro de 2022 e tomará como base de cálculo a posição acionária de 30 de dezembro de 2021.
Além do JCP, a B3 distribuirá dividendos no valor total de R$ 907,6 milhões, equivalentes ao valor de R$ 0,14945197 por ação.
O pagamento de dividendos será realizado em 30 de dezembro de 2021 e tomará como base de cálculo a posição acionária de 20 de dezembro de 2021.
A companhia também aprovou programa de recompra de até 250 milhões de ações ordinárias.
Bradesco (BBDC3;BBDC4)
O Bradesco (BBDC4) aprovou o pagamento de proventos no valor total de R$ 2,2 bilhões.
Para os dividendos será distribuído R$ 0,196595372 por ação ordinária e R$ 0,216254909 por ação preferencial.
Já para os JCP o valor correspondente a R$ 200 milhões, sendo R$ 0,019659537 por ação ordinária e R$ 0,021625491 por ação preferencial.
Farão jus aos proventos os acionistas que estiverem inscritos nos registros da companhia em 20 de dezembro. O pagamento está previsto para 30 de dezembro.
Ambev (ABEV3)
Os membros do Conselho de Administração da Ambev aprovaram a distribuição de dividendos no valor de R$ 0,1334 por ação e juros sobre capital próprio no valor de R$ 0,4702 por papel. A distribuição de JCP será tributada na forma da legislação em vigor, o que resultará em uma distribuição líquida de R$ 0,3996 por ação.
Os pagamentos serão efetuados em 30 de dezembro de 2021, com base na posição acionária de 17 de dezembro e 21 de dezembro no que se refere à New York Stock Exchange. As ações e os ADRs passarão a ser negociados ex-dividendos e ex-JCP a partir de 20 de dezembro de 2021.
Cemig (CMIG4)
A Cemig (CMIG4) efetuará, no dia 29 de dezembro, o pagamento dos proventos de dividendos e JCP.
A título da segunda parcela de JCP será pago o valor de R$ 276,74 milhões, o que corresponde a R$ 0,18228802764 por ação ordinária/preferencial.
Além disso, referentes à segunda parcela dos dividendos, será pago R$ 464,32 milhões, correspondente a R$ 0,30584806747 por ação ordinária/preferencial.
Dexco (DXCO3)
A Dexco antecipou o pagamento de Dividendos e Juros sobre Capital Próprio relativos ao resultado do exercício findo em dezembro no montante de R$ 878,4 milhões.
Este pagamento terá como base de cálculo a posição acionária final do dia 14 de dezembro. Os valores serão pagos no dia 23 de dezembro de 2021.
Simpar (SIMH3)
A Simpar aprovou projeção de Capex líquido para o exercício de 2022 no valor de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões.
Os recursos serão sobretudo direcionados para a expansão da frota de veículos leves e pesados e não incluem aquisições.
Sanepar (SAPR11)
A Sanepar (SAPR11) aprovou ontem (9) programa de investimentos para o período de 2022 a 2026 no valor de R$ 9,07 bilhões.
Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou empréstimo de R$ 311,6 milhões para investimento da Sanepar, a estatal paranaense de saneamento básico. O financiamento será destinado para o projeto de aumento do sistema de esgoto em Pato Branco e Arapongas, além do incremento na rede de fornecimento de água em Londrina, Dois Vizinhos, Imbituva e Castro, todas as cidades do interior do Paraná.
Segundo o BNDES, é a primeira operação aprovada para uma companhia estadual de água e esgoto pelo banco após a aprovação do novo marco regulatório do saneamento, em 2020.
Com os investimentos da Sanepar, 37.670 pessoas passarão a ter acesso à rede de esgoto.
Camil (CAML3)
A Camil (CAML3) adquiriu a Silcom por meio de sua subsidiária SAMAN no Uruguai.
Fundada em 1975, a Silcom é uma empresa de alimentos com marcas com liderança em frutas secas, legumes, sementes, molhos e azeites com um faturamento anual de US$ 23 milhões.
Enjoei (ENJU3)
A Enjoei (ENJU3) celebrou contrato para aquisição da Gringa Intermediação de Negócios. Fundada em 2020 por Fiorella Mattheis, a Gringa é uma plataforma online que atua na intermediação da venda de artigos de luxo secondhand.
A operação teve GMV de outubro 2021 anualizando R$18 milhões, um crescimento de 330% ano contra ano, e mais de 140 mil visitas na plataforma por mês.
“Com a aquisição da Gringa, a companhia reforça sua estratégia de crescimento ao ampliar o seu sortimento e se posiciona no crescente e rentável mercado de luxo, continuando a incentivar a extensão da vida útil dos produtos e a promoção da economia circular”, informou a companhia.
Oi (OIBR3;OIBR4)
A Oi, em recuperação judicial, comunicou a aprovação pelo seu Conselho de Administração da contratação da PriceWaterhouseCoopers Auditores Independentes para a prestação de serviços de auditoria independente com relação às informações contábeis da companhia pelo triênio de 2022-2024, em substituição à BDO RCS Auditores Independentes.
“A companhia esclarece que a contratação da PWC é realizada em razão do prazo de 5 anos previsto no art. 31 da Resolução CVM nº 23/2021, e contou com o parecer favorável do Comitê de Auditoria, Riscos e Controles, bem como da anuência da BDO, em atendimento às exigências da Resolução CVM nº 23/2021. Os trabalhos da PWC terão início com a revisão das informações trimestrais da Oi referentes ao primeiro trimestre de 2022”, destacou a empresa em comunicado.
Lojas Renner (LREN3)
A Lojas Renner (LREN3) informou sobre direito de recesso que aplica-se aos acionistas que dissentiram da deliberação que aprovou a alteração do objeto social da companhia.
Os dissidentes terão direito ao reembolso de suas ações, no valor de R$ 6,94 por ação. O prazo de 30 dias para o exercício do direito de recesso inicia-se em 10 de dezembro e encerra-se em 09 de janeiro de 2022, inclusive.
Ecorodovias (ECOR3)
A Ecorodovias (ECOR3) informou que foi aprovada, em reunião do Conselho de Administração, a eleição de Gianfranco Catrini para o cargo de Diretor Presidente da empresa.
“Catrini atuou em grandes empresas nos segmentos de infraestrutura, engenharia e construção em diversas regiões e países (incluindo, Ásia, Reino Unido, Alemanha, Holanda, Itália e EUA) e acumula experiência em gestão de operações, com foco em aumento de eficiência, resultados, aquisições e reorganizações. Antes de se juntar à Companhia, atuou como diretor executivo de operações na empresa norte americana Lane Construction, baseada em Connecticut. A nomeação de Catrini consolida a fase de reestruturação da Ecorodovias e reflete as mudanças da nova governança corporativa da companhia”, afirmou a companhia em comunicado.
Vamos (VAMO3)
A Vamos adquiriu a HM Empilhadeiras pelo montante de R$ 150 milhões de Enterprise Value (EV), valor que será ajustado com base na dívida líquida e outros ajustes usuais. O valor de R$ 50 milhões será pago à vista na data de fechamento e o valor remanescente será pago em 36 parcelas mensais iguais, corrigidas por 100% do CDI.
A aquisição irá adicionar 2.854 ativos aos 964 equipamentos intralogísticos da VAMOS totalizando 3.818 ativos, crescimento de 296%, tornando a VAMOS a maior locadora de equipamentos intralogísticos do Brasil.
Light (LIGT3)
A Light vendeu sua participação de 51% do capital social da Lightger, sociedade que opera a PCH Paracambi, pelo valor de R$ 108,5 milhões.
Também alienou fatia representativa de 51% do capital social da Guanhães Energia, sociedade que opera as PCHs Senhora do Porto, Dores de Guanhães, Fortuna II e Jacaré, pelo valor de R$ 97,9 milhões.
Padtec (PDTC3)
A Padtec conclui estruturação de fundo de investimento em direitos creditórios (Fidc) em conjunto com BNDESPar; capital do fundo será de até R$ 100 milhões.
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