Impacto de epidemia de gripe e de Ômicron em companhias do setor de saúde ainda é incerto, dizem analistas

Hospitais, operadoras de plano de saúde e empresas de laboratório ainda devem sentir a alta dos casos de maneiras diferentes

Equipe InfoMoney

(Bloomberg)
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O crescimento do número de casos da covid-19, com a Ômicron, e o surgimento de uma nova epidemia de gripe voltaram a colocar as companhias de saúde em destaque. Investidores monitoram como o avanço dessas doenças pode impactar o setor, mas, no primeiro momento, a visão é que qualquer conclusão pode ser precipitada.

“Ainda é um pouco cedo para ter o panorama claro do impacto da recente onda de contágio sobre as empresas de saúde, mas o número diário de exames já está aproximadamente três vezes maior do que estava na semana antes do Natal”, comenta Rafael Barros, analista da XP.

Segundo levantamento da casa, que escutou companhias do setor como Pardini (PARD3), Kora (KRSA3) e Notre Dame (GNDI3), há o risco, ainda que remoto, de escassez de insumos para exames de Covid-19 e de gripe no caso de a onde de contaminações ser longa. “Para laboratórios, o cenário deve ser marginalmente positivo, uma vez que os testes de Covid trazem uma boa margem”, explica o analista da corretora.

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Para seguradores e companhias de planos de saúde, porém, a visão é outra – apesar de ainda existirem incertezas. “Depende muito do número de internações, que até então está baixo. Atendimentos têm tido bastante filas, porém a incidência de casos graves está pequena” explicou o analista. “Os volumes e as gravidades observados até então não devem ocasionar pressão de sinistralidade nas operadoras, mas isso pode mudar caso estas duas variáveis piorem”.

No caso de o número de internações aumentar, o resultado pode vir a ser mais negativo do que o visto no ano passado. Diferentemente do primeiro momento da pandemia, quando, apesar do alto número de internações, os processos eletivos diminuíram drasticamente, agora há a possibilidade de sobreposição entre internados por Covid e da manutenção do número de cirurgias – algo já observado parcialmente no ano passado.

“No caso de o reagendamento de procedimentos eletivos voltar a acontecer, a equação mudaria bastante. Com o ritmo do processo de vacinação, entretanto, é difícil acreditar que isso ocorra – e mesmo que ocorra, não deve durar tanto tempo quanto durou em 2020”, explica Barros.

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Operadoras de plano de saúde caíram no fim de 2021 com aumento das consultas

No fim de 2021, as ações de planos de saúde sofreram com a perspectiva de que os custos seriam pressionados por conta do crescimento do número dos casos. Na ocasião, o Itaú BBA foi na mesma direção que Barros. “Por enquanto, não vimos esse aumento nas consultas de pronto-socorro levando a um aumento nas internações, o que seria mais prejudicial para a sinistralidade da empresa no curto prazo”, avaliaram os analistas após a Hapvida (HAPV3) comunicar o aumento do número de casos.

A interpretação do BBI não foi diferente. O banco apontou que as consultas, em média, representam 4% dos custos médicos de um plano. “Vemos esses números como levemente negativos para as operadoras de planos de saúde, devido ao maior número de atendimentos em unidades de emergência e manutenção de exames diagnósticos em níveis superiores. Isso, por outro lado, é ligeiramente positivo para hospitais e positivo para laboratórios de diagnóstico”, comentaram.

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