Infraero deve apresentar proposta de IPO ou M&A até o fim do ano

Presidente da companhia disse que a ideia é entregar à nova gestão o modelo pronto para ser colocado em prática a partir de 2019

Bloomberg

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(Bloomberg) — A Infraero apresentará até o fim do ano sua proposta de venda de ações por meio de IPO, venda de uma fatia ou um acordo de fusão com outra operadora global, disse o presidente da estatal, Antônio Claret, em entrevista à Bloomberg. A companhia ainda está discutindo o melhor modelo a ser adotado. Segundo Claret, no momento, a tendência é por uma M&A que poderia ser a venda de parte da Infraero para um operador ou uma fusão que criaria uma holding na qual a estatal seria acionista. Em entrevista no escritório da Bloomberg em Brasília, o presidente da companhia disse que a ideia é entregar à nova gestão o modelo pronto para ser colocado em prática a partir de 2019.

“Queremos que a proposta e a melhoria das condições financeiras da Infraero sejam fixadas até o final do ano, para que o novo presidente possa decidir assim que assumir o cargo”, disse. “O governo entendeu que nosso plano trará um resultado melhor do que a ideia de privatizar o controle majoritário da empresa.” Ele descartou uma privatização da companhia, argumentando que, no caso da operação dos aeroportos, o governo não pode ficar totalmente nas mãos da iniciativa privada.

“O governo não tem uma visão de venda majoritária porque sabe que é preciso ter uma empresa espelho”, disse.

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Claret se reuniu com representantes da espanhola Aena SME SA, uma das empresas que poderiam ter interesse na proposta de fusão. Ele também conheceu representantes da Flughafen Zurich AG e da Fraport AG Frankfurt Airport Services Worldwide. “Há também outras empresas interessadas que estão nos convidando”, disse, sem antecipar mais nomes.

A Infraero contratou a consultoria alemã Roland Berger para avaliar os melhores cenários. As negociações sobre o futuro da estatal, disse o presidente, não interferem no pacote de concessões de 11 aeroportos previsto para o terceiro trimestre deste ano.

“Já estamos fazendo os estudos para IPO ou M&A sem eles”, disse.

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Claret, que assumiu o cargo em junho de 2016, liderou esforços para tornar a Infraero financeiramente viável. Entre as mudanças, ele reduziu o pessoal de 11.222 trabalhadores para 8.881, por meio de um plano de demissão voluntária, cortou benefícios e reduziu o número de diretores. Ele também firmou parcerias com o setor privado para aumentar os investimentos nos terminais do aeroporto e melhorou o resultado operacional recorrente de de um resultado negativo em 2016 para R$ 505,4 milhões de reais em 2017.

Uma das maiores batalhas que teve que enfrentar foi a remoção do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o segundo terminal mais movimentado do país, do plano de privatização do governo. “A Infraero pode ser uma empresa viável sem Congonhas, mas é a cereja do bolo para qualquer investidor interessado na empresa”, afirmou.

Para entrar em contato com os repórteres: Mario Sergio Lima em Brasilia, mlima11@bloomberg.net, Simone Iglesias em Brasília, spiglesias@bloomberg.net, Samy Adghirni em Brasilia, sadghirni@bloomberg.net.

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