Publicidade
SÃO PAULO – Um estudo da Unesp em parceria com a Embrapa e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) assinala que a adoção de sistemas intensivos na bovinocultura de corte permite a produção da mesma quantidade de carne numa área sete vezes menor da que é tradicionalmente utilizada nos formatos considerados extensivos.
Além da questão do aumento de produtividade, o trabalho, elaborado por Abmael da Silva Cardoso, doutorando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia na Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp Jaboticabal (FCAV-Unesp), também apresenta resultados relativos aos benefícios da intensificação para redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) pela pecuária.
De acordo com a pesquisa, a pegada de carbono do sistema intensivo [com bom manejo de pastagens e terminação em confinamento] é 49,5% menor do que à registrada no modelo de pecuária extensiva com pastagens degradadas.
Continua depois da publicidade
Segundo o estudo, como a intensificação na pecuária possibilita a liberação de áreas para reflorestamento, produção florestal e agricultura, é justamente esta integração de atividades que tem a capacidade de reter mais carbono, acarretando em um efeito mitigador sobre as emissões de GEE.
Conforme explica a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, Patrícia Perondi Anchão, uma simulação de balanço entre as emissões e as remoções de GEE em um processo de recuperação de pastagem revelou que é possível a obtenção de saldo positivo de carbono.
Alguns sistemas de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), e alterações na nutrição animal, como, por exemplo, a inclusão de aditivos na dieta bovina que melhoram a digestibilidade do animal, são estratégias que têm potencial para diminuir as emissões da pecuária.
Continua depois da publicidade
Ademais, o trabalho de Abmael afirma, ainda, que a introdução de leguminosas forrageiras também reduz a pegada de carbono a uma taxa de 52%.