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Em uma semana marcada por pesquisas, sabatinas e o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, a agenda econômica traz uma quantidade reduzida de indicadores, como se abrisse espaço para o noticiário político. Mas os números que vão ser divulgados nos próximos dias são bastante aguardados e prometem repercutir no mercado. Um dos principais destaques é a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), referente à primeira metade de agosto, que vai ser divulgado na quarta-feira (24). O Itaú espera por uma deflação de 0,84%.
Se a previsão for confirmada, a inflação anual ficaria abaixo de 10%, sendo mais uma vez puxada para baixo pela queda nos preços de petróleo e energia. “Levando em conta os preços não administrados, alimentação em domicílio deve mostrar algum alívio, explicado em boa parte por uma desaceleração nos preços do leite”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do banco. Já o núcleo da inflação de serviços deve continuar em níveis elevados, na avaliação de Mesquita, enquanto os preços de bens devem seguir desacelerando na margem.
“É importante notar que essa leitura é particularmente rodeada por uma dose de incerteza, em função dos preços dos combustíveis. A pesquisa de Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está fora de circulação por duas semanas e só deve ser divulgada mais adiante, o que pode causar uma revisão sobre a inflação desse item”, afirmou Mesquita.
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Ainda no Brasil, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) estão previstos para quinta-feira (25), sem horário certo para divulgação. As projeções do Itaú sugerem que o emprego no setor privado se estabilizou em julho, após uma trajetória de alta que se iniciou em outubro de 2020.
De olho em Jackson Hole
Também na quinta-feira começa o Simpósio de Jackson Hole, evento anual que reúne dirigentes de Bancos Centrais, acadêmicos e economistas de todo o mundo. O encontro ocorre desde 1978 no estado americano do Wyoming e este ano traz um tema sugestivo: “Reavaliando as restrições à economia e à política”.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fará uma apresentação na sexta-feira (26), segundo dia de evento, e seu discurso tem potencial para mudar o humor do mercado. Nas últimas semanas, as Bolsas ganharam impulso com uma sinalização da autoridade monetária de que o ritmo de alta de juros nos Estados Unidos pode desacelerar. A ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada na semana passada, confirmou que o Fed está dependendo de indicadores econômicos novos para tomar sua decisão.
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A fala de Powell na próxima sexta-feira virá depois de um conjunto forte de dados do mercado de trabalho, mas também de uma inflação que estagnou no mês de julho, conforme mostrou o mais recente índice de preços ao produtor (CPI, na sigla em inglês).
O segundo dia de simpósio em Jackson Hole coincide também com a divulgação de um dos indicadores favoritos do Fed: o índice de preços de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), referente ao mês de julho. Atualmente esse índice acumula alta de 6,8% em 12 meses, bem acima da meta de inflação nos Estados Unidos, que é de 2%.
Ainda nos EUA, estão previstos índices de gerentes de compras (PMIs) na terça-feira (23). Nesse mesmo dia, saem os números de vendas de imóveis novos, indicador que tem se deteriorado nos últimos meses. Na quinta-feira sai a segunda estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) americano no segundo trimestre. A primeira, indicou queda de 0,9%. O consenso Refinitiv aponta para uma contração de 0,8% na segunda revisão.
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Venda de ativos da Oi
A vida volta ao normal após o fim da temporada de balanços corporativos e a Oi (OIBR3;OIBR4) segue em recuperação judicial. Para que o juíz Fernando Viana, da 7ª vara empresarial do Rio de Janeiro dê sua sentença, finalizando o processo, a companhia vai ter de fazer um novo leilão de torres nesta segunda-feira (22). O certame está marcado para as 15h30 (horário de Brasília).
O preço mínimo previsto em edital para a aquisição de 8 mil torres de telefonia fixa da Oi é de R$ 1,697 bilhão. Os proponentes podem entregar envelopes com propostas até o meio-dia desta segunda. A NK 108 Empreendimentos e Participações S.A, afiliada da Highline do Brasil, já fez uma oferta vinculante pelos ativos. American Tower e IHS seriam outras possíveis participantes do leilão.
A Highline adquiriu ativos da Oi em 2020, em um negócio de R$ 1,07 bilhão envolvendo torres da rede móvel e sites de infraestrutura.
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