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O IRB (IRBR3) apresentou representação criminal ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro acerca das irregularidades encontradas nas demonstrações contábeis da companhia, inclusive aquelas divulgadas em 18 de fevereiro de 2020,
As irregularidades são relacionadas a desvios e manipulações contábeis, entre outras identificadas pelas investigações internas e forenses realizadas, que levaram ao refazimento das demonstrações financeiras do exercício de 2019, conforme divulgado no fato relevante divulgado no fim de junho.
“Mantendo seu compromisso permanente de colaborar com as investigações que vierem a ser conduzidas pelas autoridades competentes, a Companhia apresentará cópia da referida representação criminal à Comissão de Valores Mobiliários – CVM e à Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, considerando, inclusive, que as irregularidades e manipulações contábeis identificadas cuidavam de informações destinadas aos reguladores”, afirmou a companhia.
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O caso
Em comunicado do último dia 26 de junho, a resseguradora informou que foi concluída a investigação independente realizada pela KPMG Assessores Ltda. e Felsberg Advogados sobre a divulgação de informações inverídicas sobre a base acionária da empresa.
De acordo com a companhia, a investigação identificou os responsáveis pela disseminação de informação inverídica sobre a Berkshire Hathaway de que o veículo de investimentos teria participação no IRB e, inclusive, elevado participação, o que foi desmentido pela companhia de Warren Buffett posteriormente.
Os nomes dos envolvidos não foram revelados, mas o IRB afirmou que o ato foi cometido em caráter irregular “fora de seus mandatos e de seus poderes regulares de gestão”.
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Adicionalmente, em apurações internas, a nova diretoria da companhia detectou a existência de irregularidades no pagamento de supostos bônus a ex-diretor e outros colaboradores do IRB Brasil RE e suas controladas, em montante já identificado de aproximadamente R$ 60 milhões.
A nova diretoria, verificou, ainda, que em fevereiro e março de 2020 foram realizadas operações de recompra de ações que ultrapassaram as quantidades autorizadas pelo Conselho de Administração em 2.850.000 ações.
“Os responsáveis primários já identificados por todas estas irregularidades apuradas não integram mais os quadros da companhia. Todas essas operações foram realizadas à revelia do Conselho de Administração”, destacou.
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No dia 27 de fevereiro, uma nota publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo informava que a Berkshire, que já seria acionista do IRB, teria triplicado sua posição na resseguradora. Repercutindo a reportagem, naquela sessão, os papéis do IRB chegaram a disparar 9%, encerrando o pregão com ganhos de 6,66%.
A notícia foi bem recebida pelo mercado uma vez que a entrada de um veículo de investimento tradicional como a Berkshire na companhia poderia dar um sinal de confiança no case.
Isso seria particularmente importante após a forte queda das ações depois do caso Squadra, que tinha feito, até então, os papéis caírem quase 30% no mês de fevereiro. A alta daquela sessão, porém, não evitou a forte queda de 25,83% dos ativos no mês posterior.
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Dias depois, em 3 de março, contudo, a Berkshire emitiu comunicado negando possuir qualquer participação acionária na resseguradora. De acordo com a nota, a companhia de Buffett nunca foi acionista e nem tem intenção de comprar ações do IRB.
Logo após a Berkshire publicar sua nota, o IRB enviou um comunicado em que afirma que verificou, em 27 de fevereiro, que a empresa de Buffett não era acionista detentora de mais de 5%, quando é necessária, pela lei, dar publicidade; a companhia apontou ainda que “nunca afirmou que tal grupo fosse seu acionista”.
Essa foi a grande questão que mexeu no mercado. Afinal, no dia anterior, o IRB havia realizado uma conferência com analistas de mercado, com a participação dos dois então principais executivos da companhia: José Carlos Cardoso (CEO) e Fernando Passos (CFO), em que o tema era falar sobre a saída do presidente do Conselho de Administração, Ivan Monteiro, que também estava abalando as ações da companhia quase no mesmo período em que estavam saindo as notícias sobre a Berkshire.
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Após a fala inicial, foi aberto um espaço para perguntas. Foi aí que os executivos foram questionados sobre a participação da Berkshire Hathaway na companhia. Diversos analistas destacaram que a informação de que a empresa de Buffett tinha participação na resseguradora foi confirmada pelos então dois nomes fortes do IRB. Posteriormente, Cardoso e Passos deixaram a companhia. Em outra polêmica, em meados de março, a Polícia Federal fez buscas no escritório do IRB, em investigação que envolvia o ex-CFO da empresa. (veja mais sobre os casos clicando aqui e aqui).
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