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Após uma disparada das ações do IRB (IRBR3) em abril, de 41,5%, muito além do desempenho do Ibovespa, o JPMorgan decidiu reduzir a recomendação dos ativos da resseguradora de neutro para underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda).
O preço-alvo foi elevado de R$ 25 para R$ 30, mas ainda representa uma queda de cerca de 14% em relação ao fechamento da véspera, o que também justifica o rebaixamento.
Com isso, as ações chegaram a cair até 5,41%, a R$ 32,86, mas amenizaram as perdas e viraram para ganhos ao longo do pregão desta quarta-feira (10), fechando com ganhos de 1,90%, a R$ 35,40, e estendendo as altas registradas no mês passado.
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Os analistas do banco justificam o avanço recente devido à combinação de lucros registrados em janeiro e fevereiro e volta ao benchmark da Bolsa (Ibovespa).
Notavelmente, avaliam, melhores resultados rurais e financeiros devem ser os principais catalisadores para a melhoria dos ganhos. No entanto, veem a ação agora negociando a um múltiplo de 0,7 vez o P/BV (Price to Book Value), indicador que relaciona o preço da ação ao valor patrimonial proporcional a ela, ou 1 vez o P/BV esperado para 2023 quando ajustado para o Valor Presente Líquido (VPL) de créditos fiscais.
“Nós vemos esse valuation como inconsistente com a visibilidade ainda baixa em torno do ritmo de recuperação e lucratividade de longo prazo. Particularmente, não está claro para nós quanto os segmentos de duration mais longa
ainda impactarão os resultados de subscrição. Além disso, a deterioração observada na sinistralidade rural no mercado de seguros deve representar menos benefícios para o IRB no 2T23 [segundo trimestre de 2023]”, avaliam os analistas.
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A projeção do banco é de um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 3% em 2023 e de 6% em 2024 . Quanto à lucratividade de longo prazo, o JPMorgan vê os ROEs do setor mais perto do custo de capital, o que justificaria múltiplos em torno de 1 vez o preço sobre os ativos tangíveis.
Em nota à parte, os analistas atualizaram o modelo levando em conta os números mensais divulgados de forma a reduzir o custo de capital de 18,4% para 16,8%, pois veem menor chance de novos aumentos de capital.