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O IRB (IRBR3) precificou a tão esperada oferta de ações com esforços restritos para a captação de R$ 1,2 bilhão na quinta-feira (1), revelando os números no fim da noite da véspera.
Cada nova ação do IRB saiu a R$ 1, um valor 50,25% menor frente o fechamento do pregão anterior ao anúncio (R$ 2,01) e 28,6% menor em relação ao fechamento da véspera (somente na quinta, as ações tiveram baixa de 14,63%). Com o aumento do capital social no valor de R$ 1,2 bilhão com a emissão de R$ 1,2 bilhão de ações, o capital social da passará a ser de R$ 5,453 bilhões, dividido em cerca de 2,468 bilhões de ações e uma ação preferencial de classe especial de titularidade da União (golden share).
Com isso, após cerca de vinte minutos em leilão no início do pregão desta sexta (2), os ativos já abriram com forte queda, chegando a R$ 1,08, com baixa de 22,86%, para depois entrarem em leilões sucessivos ao longo do dia. Os papéis amenizaram as perdas, mas ainda assim fecharam em queda de 12,86%, a R$ 1,22. Na semana, os papéis desabaram 38%.
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Cabe destacar que, para captar o volume de R$ 1,2 bilhão, o IRB tinha se disposto a aumentar em até 200% o número de ações emitidas, o que levaria a venda de suas ações por R$ 0,67. No comunicado, foi informado que a oferta foi equivalente de 597.014.925 papéis do lote principal e mais 602.985.075 dos lotes extras, um acréscimo de 101%.
A companhia pretende utilizar os recursos líquidos provenientes da oferta prioritariamente para regularização dos indicadores regulatórios estabelecidos pela Susep. Em junho, o IRB precisava de R$ 729 milhões para cobrir as exigências da reguladora do setor.
Carlos Daltozo, head de research da Eleven Financial, destacou que o elevado desconto já era esperado e deve diminuir a pressão vendedora sobre o papel uma vez que os recursos captados regularizam o desenquadramento regulatório perante a Susep.
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Contudo, o nível de incerteza ainda é elevado e o cenário turbulento deverá permanecer por mais alguns trimestres. “A principal dúvida é se realmente o valor captado na oferta deverá resolver a situação ou veremos uma nova chamada de capital em um futuro não muito distante, caso a companhia continue queimando caixa, ficando novamente abaixo dos requisitos regulatórios mínimos exigidos pela SUSEP”, aponta o analista. A Eleven ajustou o seu preço alvo para R$ 1,40 considerando a quantidade de ações em circulação após a oferta, mantendo a recomendação neutra para IRBR3.
Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos, aponta que, com o valor da operação, a companhia conseguirá se adequar às exigências de capital e provisão pelo regulador, porém com uma margem pequena para novos investimentos.
Ele considerou o desfecho do follow-on negativo, chamando atenção para o desconto em relação ao preço no mercado. Crespi também destacou que a entrada dessas novas ações a R$ 1 “pode significar um volume relevante de venda a mercado, gerando uma sobrevenda, ou até mesmo uma tendência negativa dos preços de mercado a se adequar ao preço das novas ações antes da sua efetiva liquidação para os investidores”.
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As novas ações passarão a ser negociadas na B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (B3) a partir de 5 de setembro de 2022.
O prazo para a regularização do capital termina em 31 de outubro e, se a regularização não acontecer, o IRB pode ser submetido a um regime especial de direção fiscal por parte da Susep, que indicaria um diretor fiscal para supervisioná-lo.
“Após a referida regularização, caso haja recursos excedentes, a companhia pretende alocá-los para fins corporativos gerais,
notadamente, crescimento orgânico da companhia frente a oportunidades de negócios existentes e para pagamento de passivos contingentes, incluindo aqueles que podem surgir de acordo com autoridades norte-americanas”, afirmou a companhia em comunicado ao mercado.
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