Itaú BBA faz análise “tranquilizadora” sobre Petrobras; Vale e mais 9 empresas no radar

Banco ressalta impacto limitado da queda do petróleo no Ebitda da Petrobras; Renova anuncia reestruturação, enquanto MRV e Helbor divulgam prévias operacionais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto o mercado fica atento à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter os juros em 14,25% e o seu efeito nos mercados, além do cenário de tensão externa, o noticiário corporativo segue movimentado nesta quinta-feira (21). 

A Petrobras (PETR3;PETR4) segue no radar. Em destaque, está o relatório um tanto “tranqulizador” do Itaú BBA para a estatal, ao ver um impacto limitado da queda do petróleo no Ebitda da Petrobras. “Para a Petrobras, ao contrário das empresas de óleo regulares, a queda nos preços do petróleo provavelmente terá um impacto limitado sobre o Ebitda de 2016”, segundo relatório de analistas. Aproximadamente 60% da receita da estatal não é atrelada aos preços do petróleo. 

Os preços de diesel, gasolina, óleo combustível, GLP e outros produtos são estabelecidos pela Petrobras sem fórmula clara sobre como são calculados em relação ao preço do petróleo. Os 40% restantes da receita, que derivam do preço da nafta, querosene de aviação e outros produtos, exportações de petróleo e vendas das subsidiárias internacionais, devem ter desempenho alinhado aos preços do petróleo.

“Como resultado, o impacto dos preços menores do petróleo no Ebitda da empresa é relativamente pequeno”, destacam os analistas do Itaú BBA. “Portanto, os investidores devem ficar menos preocupados com o impacto do petróleo na Petrobras do que em outras empresas”.

Por outro lado, “o risco para a Petrobras é uma potencial redução nos preços do diesel e gasolina, o que vemos como pouco provável dada a atual posição de alavancagem”.

O banco vê tempos difíceis à frente para as companhias de óleo e gás. “Se os preços do petróleo permanecerem em torno de US$ 30/barril por um período prolongado, as empresas terão de rever seus planos de exploração e desenvolvimento, embora o custo da deflação no setor de serviços e equipamentos possa ajudar um pouco”

A Folha de S. Paulo destacou ainda que o preço alto dos combustíveis da Petrobras faz as empresas importarem diesel. As distribuidoras de combustíveis têm aproveitado o alto preço do diesel vendido pela estatal para ampliar seus lucros com a importação do produto por conta própria. O Brasil importa diesel porque não tem capacidade para produzir todo o volume necessário para abastecer o mercado. No ano passado, foram importados 6,94 bilhões de litros, o equivalente a 13% do consumo interno.

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Destaque ainda sobre os planos do governo para incentivar o setor de petróleo e gás.  O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disseontem que o governo deve anunciar na próxima semana medidas de incentivo a novos investimentos no setor de petróleo e gás no Brasil. Uma entrevista coletiva para detalhar o plano está prevista para o dia 26. Uma das ações estudadas é a manutenção do sistema para definir o preço mínimo do petróleo para cálculo do valor de royalties e participação especial pago por empresas do setor de óleo e gás, segundo informa o G1. 

Já segundo o jornal Valor, o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) publicará resolução, ainda esta semana, que mantém a metodologia de cálculo de royalty e participação especial cobrados na produção de petróleo, informou fonte do governo.

 Renova
A (RNEW11) comunicou reestruturação do quadro de 
funcionários, dando sequência ao plano de negócios após o cancelamento da Fase II da transação com a TerraForm Global e para refletir as condições atuais de mercado, com piora da liquidez e disponibilidade de crédito.

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“O objetivo do novo plano de negócios da companhia é redimensionar os investimentos futuros e adequá-los a realidade econômica do país. A Renova vem trabalhando em diversas frentes para executar esse plano, já tendo anunciado uma importante mudança na diretoria, renegociações de dívidas, antecipação de recursos de contratos de energia e agora busca uma estrutura corporativa mais leve, eficiente e flexível”, afirmou a companhia. 

Vale
O Conselho de Administração da Samarco Mineração, holding da Vale (VALE3;VALE5) e da BHP Billiton, aceitou na quarta-feira pedido de afastamento temporário do diretor-presidente da mineradora, Ricardo Vescovi, e do diretor de Operações, Kleber Terra, para que eles possam se dedicar a suas defesas em relação ao rompimento da barragem em Mariana (MG), informou a empresa em nota.

O diretor comercial, Roberto Carvalho, assumirá interinamente a presidência, enquanto o diretor de Projetos e Ecoeficiência, Maury Souza, assumirá a área de operações, informou a empresa em nota.

“Os executivos acreditam que o licenciamento temporário é importante para que possam se dedicar às suas defesas”, disse a empresa.

Na semana passada, a Polícia Federal informou que a Samarco e alguns executivos da empresa foram acusados de crimes relacionados ao rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), que ocorreu em novembro e matou 17 pessoas, no pior desastre ambiental do Brasil.

BR Properties
A BR Properties (BRPR3) iniciou oferta de recompra de até US$ 100 milhões em títulos. O Santander destacou que a recompra é positiva para a companhia, “mas não vemos

como um gatilho sustentável já que as perspectivas para o setor permanecem desoladoras para o restante do ano”.

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 CPFL
A CPFL (CPFE3) informou que aprovou a captação de recursos no montante total de até R$ 1,3 bilhão através de empréstimo baseados na Lei nº 4.131/62 em moeda estrangeira com swap para CDI (bem como a cessão de swap em garantia), Crédito Rural, Cédula de Crédito Bancário, Emissão de Debêntures, Assunção de Dívidas, outras operações de capital de giro e/ou rolagem das dívidas e swaps atuais com prazo máximo de 5 (cinco anos), nos termos da Resolução de Diretoria 2015138-E.

MRV
A MRV Engenharia (MRVE3)espera que 2016 seja um ano com vendas e lançamentos de imóveis em níveis semelhantes ou um pouco melhores que 2015, apesar dos desafios impostos pela economia do país, disse o presidente da construtora e incorporadora, Rafael Menin, nesta quarta-feira. A empresa divulgou que encerrou 2015 com queda de 8,6 por cento nas vendas de imóveis residenciais, a 5,489 bilhões de reais, enquanto os lançamentos tiveram crescimento de 8,4 por cento, a 4,7 bilhões. 

 Considerando apenas o quarto trimestre, as vendas caíram 7,1 por cento no comparativo anual, mas avançaram 5,2 por cento sobre os meses de julho a setembro, a 1,378 bilhão de reais. Já os lançamentos subiram 35,1 por cento ano a ano e 56 por cento sobre o terceiro trimestre de 2015, para 1,631 bilhão de reais. O BTG Pactual destacou, em relatório, que os números da construtora foram sólidos, com o perfil de renda mais baixa ainda tendo uma boa performance. Os analistas do banco seguem com recomendação neutra para a companhia, com preço-alvo de R$ 9,50. 

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Helbor
A Helbor (HBOR3) viu seus lançamentos registrarem queda de 38,7% no quarto trimestre de 2015 em relação ao terceiro ao somar R$ 69,6 milhões em valor geral de vendas (VGV), e 78,2% na comparação com igual período de 2014. O VGV parte Helbor totalizou R$ 48,8 milhões, queda de 38,7% em relação ao terceiro trimestre e de 80,1% na base de comparação anual.

Já as entregas no quarto trimestre foram de R$ 431,8 milhões no total e R$ 361,8 milhões na parte Helbor, na época do lançamento.

Unipar Carbocloro
A Unipar Carbocloro (UNIP6) perdeu um apoio de peso na Bovespa: Luiz Barsi Filho, um dos maiores investidores pessoa física do mercado brasileiro, renunciou do cargo de membro do Conselho de Administração da companhia. Ele tinha sido eleito conselheiro em 29 de abril de 2014, informa a companhia em comunicado enviado nesta quarta-feira (20).

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Vindo de uma família humilde, Luiz Barsi ingressou na Bovespa em 1970 e de lá pra cá conseguiu construir um grande patrimônio, colocando em prática uma tática simples de investimentos: comprar ações extremamente descontadas de empresas com saúde financeira suficiente para distribuir dividendos. É a estratégia que ele costuma chamar montar uma “carteira de previdência”, com objetivo para um prazo longo de anos. 

Elétricas
Em relatório, o BTG Pactual elevou a recomendação das units da AES Tietê (TIET11) para compra, enquanto a Transmissão Paulista (TRPL11) segue como top pick do setor.  

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.