“Itaú saiu da defesa e partiu para o ataque”, afirma Roberto Setubal

Segundo o executivo, a briga entre os bancos digitais e os tradicionais está mais equilibrada.

Estadão Conteúdo

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O copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco (ITUB4), Roberto Setubal, disse na quinta-feira, 1º, que o banco, o maior da América Latina, tem conseguido responder à altura aos desafios trazidos pela tecnologia e pela facilitação da concorrência que ela trouxe. Segundo o executivo, a briga entre os bancos digitais e os tradicionais está mais equilibrada.

A declaração vem na esteira de uma mudança no mercado financeiro. Nos últimos meses, diante da alta dos juros, vários bancos digitais, como Nubank (NUBR33) e Inter ([ativo=INBR32]), modificaram a forma de correção de suas contas correntes, que antes era diária.

De forma geral, as startups do setor financeiro estão sendo pressionadas a ampliar sua lucratividade em um momento em que fundos de investimento reduzem a injeção de dinheiro em negócios nascentes.

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Setubal afirmou, durante evento do Itaú para investidores, que o banco “saiu da defesa e partiu para o ataque”, para conquistar novos espaços de mercado. Ele disse que novos competidores trouxeram desafios, mas que a resposta tem sido boa. “Estamos conseguindo reagir bem a essa mudança.”

“A nova concorrência veio naquele momento em que o mundo estava passando por transformação e pandemia”, apontou Setubal. “Eu acho que hoje, com a subida da taxa de juros e a dificuldade de levantar recursos, eles estão vendo a necessidade de apresentar resultados financeiros.”

O conselheiro afirmou que crescer oferecendo preços muito baixos ou subsidiados para os produtos é muito fácil. A nova realidade, porém, muda com a alta dos juros, que eleva os custos de captação, tanto via depósitos quanto por meio da emissão de ações, o que atinge essa lógica de operação em empresas que queimam caixa – caso de boa parte das fintechs.

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Já Pedro Moreira Salles, copresidente do conselho de administração, afirmou que, diante do aperto monetário global, as histórias que fintechs e neobancos apresentaram ao mercado de capitais, de forte crescimento com lucros somente no futuro, perderam apelo. “Os novos concorrentes têm de se adequar a um mundo mais parecido ao que nós vivemos.”

Isso não quer dizer, segundo Setubal, que o próprio Itaú não tenha tido de implementar mudanças. “Muita coisa vem mudando no banco, e tem de mudar mesmo”, disse ele durante o evento. “Eu acho que essa equipe executiva que assumiu agora, que é uma nova geração de executivos, vem a calhar nesse momento.”

Setubal se referiu à diretoria do banco que assumiu no começo do ano passado, comandada por Milton Maluhy, presidente do conglomerado. Segundo ele, nos primeiros 18 meses de atuação dos executivos o banco foi “muito bem”.

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Moreira Salles destacou que as métricas de satisfação dos clientes e da própria base cresceram fortemente em relação aos últimos anos. “O crescimento mostra que, de fato, estamos fazendo direito”, disse.

O executivo afirmou ainda que todas as linhas de negócio do conglomerado devem estar com seus sistemas em nuvem até o fim do ano que vem. Com essa migração, a oferta de produtos e os sistemas do Itaú devem ficar mais flexíveis, ajudando a fazer ofertas mais personalizadas.

CLIENTES ENGAJADOS

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O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, disse que, atualmente, 67% dos clientes pessoas físicas do banco pertencem ao grupo dos mais fiéis, o que aumenta a participação da instituição na tomada de crédito e, consequentemente, os resultados que geram.

“O banco possui aproximadamente 66 milhões de clientes pessoas físicas – destes, cerca de 67% são clientes engajados”, afirmou ele, no início do Itaú Day. “O crescimento dos clientes engajados tem sido maior do que o da base total.”

Segundo Maluhy, no primeiro semestre mais 2 milhões de pessoas ganharam esse “status” na base do Itaú. O cliente engajado é aquele que, na indústria bancária, consome um maior número de produtos em uma mesma instituição financeira. Em geral, mais de seis.

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O presidente do banco afirmou que, nesse grupo, o Itaú possui uma participação de 50% na tomada de crédito. Com isso, esses clientes são mais rentáveis e geram maior resultado ao conglomerado. “Estamos colhendo resultados por ter uma cultura mais digital”, disse ele.

O executivo apontou que nos últimos 18 meses, período passado desde que assumiu a presidência, o Itaú vive uma transformação cultural. “Tudo isso sem abrir mão da nossa performance financeira, uma vez que também somos movidos por resultado.”

Maluhy afirmou ainda que, na agenda de associação com outros nomes do setor financeiro, o Itaú não necessariamente está em busca de aquisições. A prioridade, segundo ele, é complementar o ecossistema do banco.

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