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Correção: o primeiro parágrafo foi corrigido para pontuar que a JBS registrou prejuízo líquido
A JBS (JBSS3), maior empresa de proteínas animais do mundo, encerrou o segundo trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 263,6 milhões, ante lucro líquido de R$ 3,952 bilhões no mesmo período de 2022. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado caiu 56,9%, para R$ 4,47 bilhões, e a receita líquida consolidada da companhia recuou 3%, para R$ 89,383 bilhões.
Segundo a empresa, os resultados foram diretamente afetados pelo excesso de oferta de aves no mercado global, que prejudicou a performance de sua controlada Seara, e pelas margens mais apertadas no negócio de bovinos nos Estados Unidos, que têm grande peso em seus resultados consolidados.
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“Mesmo com os desafios de mercado, investindo na expansão das nossas operações e distribuindo R$ 2,2 bilhões em dividendos, mantivemos a nossa dívida líquida em dólar estável. Estamos preparados para atravessar com segurança o atual cenário, já que alongamos o prazo médio de nossas dívidas, ampliamos a liquidez e reduzimos o custo do nosso endividamento”, afirma Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, em comunicado.
Entre abril e junho, 74% das vendas da JBS foram realizados nos mercados domésticos em que a empresa atua, e 26% vieram de exportações de proteínas.
Mesmo com margens menores, a JBS Beef North America continuou a liderar a receita líquida do grupo, com R$ 28,77 bilhões, um crescimento de 5,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
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Em seguida vieram as divisões Pilgrim’s Pride, que reúnem negócios de aves e processados do grupo nos EUA, com R$ 21,315 bilhões (queda de 6,4%), JBS Brasil, com R$ 13,986 bilhões (baixa de 0,9%), Seara, com R$ 10,31 bilhões (recuo de 3,5%), JBS USA Pork, com R$ 8,798 bilhões (retração de 15,3%) e JBS Australia, com R$ 7,471 bilhões (redução de 9,3%).
O Ebitda ajustado consolidado da companhia foi puxado por Pilgrim’s Pride (R$ 1,859 bilhão, queda de 48,9%), seguida por JBS Australia (R$ 710,4 milhões, baixa de 0,3%), JBS Brasil (R$ 675,7 milhões, baixa de 15,9%), JBS Beef North America (R$ 433,5 milhões, recuo de 85,8%), Seara (R$ 419,9 milhões, retração de 72,1%) e JBS USA Pork (R$ 386,3 milhões, redução de 43,2%).
Nas observações que divulgou sobre suas divisões, a JBS realçou que a diminuição da receita líquida da Seara, que reúne negócios de aves, suínos e alimentos processados, foi determinada pelo recuo das divisas geradas pelas exportações, e que as vendas no mercado doméstico permaneceram estáveis em R$ 5,1 bilhões.
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No caso da JBS Brasil, onde estão abrigados os negócios de bovinos no país, houve recuperação em relação ao primeiro trimestre, quando o Brasil suspendeu temporariamente as exportações de carne bovina à China após a confirmação de um caso atípico da doença da “vaca louca” no Pará. As vendas também continuaram a ser impactadas positivamente pelo ciclo pecuário favorável, quando a oferta disponível de animais aumenta.
Para a JBS Beef North America, o ciclo pecuário é negativo, e as margens continuam sob pressão, e as exportações de carne bovina a partir dos EUA também foram prejudicadas por uma demanda na Ásia menor que a prevista. Para a JBS USA Pork, pesou a queda de preços da carne suína nos EUA, mas as exportações permaneceram aquecidas. Na JBS Australia, as vendas cresceram no mercado interno, mas houve retração das exportações.
A despesa financeira da dívida líquida consolidada da companhia aumentou 20,9% no segundo trimestre em relação a igual intervalo de 2022, para R$ 1,311 bilhão.
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Em 30 de junho, a dívida líquida estava em US$ 16,7 bilhões (R$ 80,3 bilhões), US$ 168 milhões a mais que um ano antes, e a JBS tinha R$ 13,5 bilhões em caixa e contava com R$ 3,3 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas, sem garantia real – US$ 2,9 bilhões na JBS USA e US$ 450 milhões na JBS Brasil.
Em real, a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda em 12 meses) subiu para 3,87 vezes, ante 1,64 vez no fim no segundo trimestre de 2022.