JPMorgan e Wells Fargo atingem lucro recorde, guiados por hipotecas

Programa de estímulo do Fed, com compras mensais de US$ 40 bilhões em títulos lastreados em hipotecas, incentiva a redução das taxas de juros

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Depois da Alcoa dar início à temporada de resultados do terceiro trimestre dos EUA na terça-feira (9), os balanços ganham força por lá com os números recordes do JPMorgan e do Wells Fargo nesta manhã. Ambos balanços foram impulsionados por operações no mercado imobiliário.

O JPMorgan mostrou lucro líquido de US$ 5,7 bilhões para o período, contra os US$ 4,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. O valor também superou as expectativas do mercado. Já as receitas, também acima do esperado, avançaram 6%, para US$ 25,9 bilhões.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, afirmou que o setor imobiliário já se recupera da crise, assim como a indústria automobilística. Entretanto, o grande fator de destaque no balanço do banco foram as hipotecas imobiliárias. As originações no setor representaram um valor de US$ 47,3 bilhões para a instituição, um salto de 29% sobre o último ano.

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Esse aumento coincide com o terceiro programa de compra de títulos, anunciado em setembro, quando o Federal Reserve se comprometeu a realizar compras de pelo menos US$ 40 bilhões por mês em títulos lastreados em hipotecas, o que levou a uma queda nas taxas e aumento no volume de hipotecas. 

Wells Fargo lucra alto, mas receitas decepcionam
Por sua vez, o Wells Fargo anunciou um salto de 27% no lucro líquido, para US$ 4,9 bilhões. O ponto negativo para a instituição foram as receitas, que, aos US$ 21,2 bilhões, mostraram um ligeiro recuo sobre os US$ 21,3 bilhões do mesmo período de 2011.

Entretanto, assim como o JPMorgan, as receitas provenientes de hipotecas do Wells Fargo saltaram mais de 50% na passagem anual, para US$ 2,8 bilhões.