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SÃO PAULO – A quarta-feira (28) foi agitada na Bolsa, com os investidores vendo o Ibovespa fechar com queda de 1,85%, a 47.694 pontos, puxado pelas ações da Petrobras, que tiveram derrocada na sessão após terem divulgado seu balanço do terceiro trimestre sem as baixas contábeis. Papéis do setor bancário e de construção civil também mostraram forte queda por um dia marcado por preocupações sobre os possíveis impactos da crise da estatal e os desdobramentos que o risco de um racionamento pode provocar na economia.
Destaque para as ações da PDG Realty (PDGR3), R$ 0,57, -5,00%), que além do dia negativo na Bolsa, também são penalizados por expectativas ruins sobre o balanço do quarto trimestre da empresa depois que dados prévios de outras construtoras mostraram queda significativa nas vendas do período, como Gafisa (GFSA3, R$ 1,96, -3,45%) e Eztec (EZTC3, R$ 16,75, -6,42%). Os papéis Eztec renovam mínima desde fevereiro de 2012, enquanto as ações da PDG renovam menor patamar da história. Em 5 dias, os papéis da construtora desabaram 28,8%. A PDG Realty informou agora há pouco por meio de comunicado à CVM que não reconhece qualquer ato ou fato que possa justificar as oscilações registradas nas cotações da companhia nesta quarta-feira.
Voltou ao mercado nesta semana também o descolamento das ações ON e PN de Usiminas após novo capítulo da novela da briga entre os dois blocos controladores da companhia. Após Ternium e Nippon Steel discutirem sobre a destituição de três executivos da empresa após recebimento irregular de R$ 1 milhão, o Valor Econômico noticiou que foram desobertos mais R$ 1,45 milhão recebidos irregularmente.
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Ainda no radar estiveram novamente os papéis da Cemig, que ontem já chamaram atenção apóso novo presidente da companhia, Mauro Borges, declarar em teleconferência nesta terça que não pretende mudar a política de dividendos praticada pela companhia. É estabelecido a distribuição 50% do lucro líquido da companhia em proventos aos seus acionistas.
Fora do índice, destaque para as ações da Springs (SGPS3), que chegaram a disparar 80% na Bolsa nesta quarta-feira, sem motivo, e da Coteminas (CTNM4, R$ 1,02, +25,93%), que chegou a disparar 42% na sua máxima intradiária e com volume financeiro de R$ 168,9 mil – muito maior que os R$ 10 mil apresentados na média dos últimos 21 dias.
Confira os principais destaques da Bolsa nesta quarta-feira:
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Petrobras (PETR3, R$ 8,63, -10,48%; PETR4, R$ 9,03, -11,21%)
As ações da Petrobras desabaram na sessão desta quarta-feira, após a companhia ter reportado seu tão esperado resultado do terceiro trimestre, mas sem a divulgação da baixa contábil. Analistas comentam que a decisão da estatal não dar baixas às perdas com corrupção foi decepcionante para o mercado, já que reconhecer o prejuízo causado pelos desvios seria o primeiro passo para começar a limpar a empresa.
O mistério dos bilhões: por que a Petrobras ainda não divulgou a baixa contábil?
A XP Investimentos comentou que o resultado operacional da empresa foi fraco, sem publicação das baixas, aumento de custos em diversas linhas, piora nas margens da empresa, aumento da alavancagem financeiro de 4 vezes para 4,63 vezes (mensurado por dívida líquida/Ebitda). Sem expectativa de balanço auditado. Do lado positivo, a corretora ressaltou menor investimentos para 2015 e possíveis desinvestimentos.
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“Kit governo”
Além da Petrobras, os ativos do misto Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,01, -4,30%) também fecharam no vermelho na sessão desta quarta-feira. O estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido explica que o banco foi prejudicado uma vez que a petrolífera pode utilizar dinheiro do BB para quitar as dívidas da companhia. Além disto, ele completa que o movimento pode se dar também pela “aversão ao governo” por parte dos investidores, uma vez que os ativos da Eletrobras (ELET6, R$ 6,40, -3,60%) também apresentaram queda nesta sessão.
Bancos
Os bancos também fecharam entre as quedas na sessão desta quarta-feira. De acordo com o analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, as companhias reagiram hoje à expectativa de que os balanços apresentados amanhã venham piores do que os apresentados no terceiro trimestre do ano passado. Destaque para os papéis de Bradesco (BBDC3, R$ 33,96, -2,97%; BBDC4, R$ 35,14, -2,39%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,60, -2,04%).
Vale (VALE3, R$ 18,95, -0,26%; VALE5, R$ 16,85, -0,82%)
As ações da Vale voltaram a cair, fechando em seu quinto pregão consecutivo de perdas. No período até a mínima de hoje, os papéis acumularam perdas de cerca de 14%. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 12,99, -2,20%), holding que detém participação na mineradora, seguiram o movimento da companhia.
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Duratex (DTEX3, R$ 7,59, -0,91%)
A Duratex teve sua cobertura iniciada pelo BTG Pactual, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 8,50 por ação. Os analistas citaram que, embora a empresa tenha uma forte marca, com market share dominante, a queda da confiança do consumidor e uma deterioração das condições financeiras têm resultado em um fraco poder de preços, o que coloca em jogo as taxas da operação da companhia e, consequentemente, seus projetos.
Braskem (BRKM5, R$ 11,91, -2,62%)
As ações da Braskem seguiram em queda livre, movimento que apresentam desde que aumentou o risco de um racionamento de energia. A companhia, grande consumidora de energia, desaba 32,4% no ano. Com a derrocada, os papéis voltam aos patamares de julho de 2012.
BM&FBovespa (BVMF3, R$ 9,66, -1,83%)
O governador fluminense Luiz Pezão (PMDB) quer quebrar o monopólio da Bovespa. Isto porque, segundo coluna do Ancelmo Gois, do jornal O Globo, ele estaria empenhado para, junto ao ministro da Fazenda e à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que o Rio de Janeiro tenha de volta uma Bolsa de Valores. Segundo a publicação, o secretario Julio Bueno tem se reunido com o pessoal da bolsa mercantil de Nova York (NYMEX).
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BR Malls (BRML3, R$ 15,94, -2,03%)
As ações da BR Malls fecharam em queda hoje após divulgação de prévia operacional do quarto trimestre. A empresa de shopping centers registrou volume consolidado de vendas de R$ 7,2 bilhões no período e R$ 23 bilhões no ano, um crescimento de 1,3% e 4,4% na comparação anual, respectivamente. Já as vendas no segmento “mesmas lojas”, que considera lojas abertas há pelo menos 12 meses, cresceram 6,5% no trimestre, com o aluguel atingindo avanço de 7,2%. A empresa disse que a taxa de ocupação aumentou no quarto trimestre, indo para 97,4%. Ao final do ano, a companhia totalizava 48 shoppings.
Springs (SGPS3, R$ 0,92, +50,82%)
Os papéis da small cap Springs dispararam nesta sessão, atingindo em poucos minutos de pregão seu maior patamar desde o início de maio do ano passado. Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 78,69%. A arrancada ocorreu juntamente com forte volume financeiro movimentado com o papel, que atingiu R$ 3,16 milhão, contra média diária de R$ 64,1 mil. Procurado pelo InfoMoney, o departamento de relações com investidores da empresa não foi encontrado por telefone para responder sobre o movimento.
Linx (LINX3, R$ 49,00, -0,20%)
O BTG Pactual reiterou hoje recomendação de compra para as ações da empresa de tecnologia Linx e elevou o preço-alvo dos seus papéis para R$ 60, citando uma confortável posição de caixa que permite que a companhia mantenha intacta sua estratégia de fusões e aquisições.
All Ore (AORE3, R$ 0,28, -28,21%)
Depois da disparada de quase 70% na véspera, quando anunciou que deixaria seus negócios de mineração para focar em cosméticos, as ações da All Ore fecharam com queda nesta quarta. Ontem, a empresa informou que seu Conselho de Administração aprovou “a descontinuação da atuação no mercado de commodities, alterando a atuação e os negócios da companhia, de modo a gerar valor para os acionistas”. Em sequência, a empresa anunciou um acordo para comprar negócios de produção e distribuição de cosméticos e produtos de beleza e as atividades de franquia operadas atualmente pela SweetHair.
JSL (JSLG3, R$ 10,56, +1,54%)
A empresa de logística aprovou a constituição de uma nova companhia denominada Movida Participações, que consolidará as atividades de aluguel de veículos, gestão e terceirização de frotas do grupo, informou na terça-feira. A nova empresa terá mais de 35 mil veículos leves, sendo 19 mil veículos da Movida e 16 mil atualmente usados no negócio de gestão e terceirização de frotas da JSL Logística.
Usiminas (USIM3, R$ 14,40, +10,77%; USIM5, R$ 3,71, -4,63%)
Os investidores voltaram a ver as ações ordinárias e preferenciais da Usiminas se descolarem na Bolsa, com os ativos USIM3 disparando 22% em dois dias e batendo no intraday seu maior patamar desde janeiro de 2013. Já os ativos USIM5 voltam hoje ao seu menor patamar desde maio de 2004. Desta vez, elas operam com movimentos contrários após notícia do Valor Econômico de que um novo pagamento irregular a três executivos foi detectado, este no valor de R$ 1,45 milhão a título de auxílio moradia. No início de dezembro do ano passado, a história tomou forma após os três executivos terem sido acusados do recebimento de R$ 1 milhão em bônus e remunerações especiais e terem sido depostos de seus cargos, contra a vontade da Ternium e à favor da vontade da Nippon Steel (ambas parte do bloco de controle da companhia). Em uma comparação, desde dezembro (quando a história surgiu), os papéis USIM3 já subiram 115% enquanto os USIM5 têm derrocada de 27%.
Com este novo capítulo da novela, a briga entre as duas está longe de acabar, o que faz os investidores voltarem a olhar para os ativos ordinários da companhia, uma vez que quando uma das partes societárias da companhia quer vender sua posição – como é o caso que está sendo especulado pelos acionistas da Usiminas após a briga entre elas -, para proteger os acionistas minoritários que estiverem posicionados nos papéis, o “tag along” é acionado e obriga o investidor que quiser entrar nos papéis a estender sua oferta não só para os papéis dos controladores, mas também dos minoritários que quiserem sair dos papéis. Vale mencionar que o “tag along” só é uma operação realizada em papéis ordinários, por isso investidores se sentem mais seguros optando pelos ativos ON. Os investidores que estiverem comprados em papéis ordinários de uma companhia que passe por uma venda de parte societária estão, portanto, mais seguros caso queiram sair do papel.
Mills (MILS3, R$ 5,26, -5,90%)
A companhia também ficou no radar nesta quarta em meio à forte queda. A companhia é a nova vítima da Operação Lava Jato na Bolsa, uma vez que a Mills é fornecedora das grandes empreiteiras que estão sendo investigadas pela Polícia Federal, e estas não estão pagando seus contratos; no entanto, a Mills diz que está acompanhando de perto a operação. A empresa ainda informou que sua posição de caixa e obrigações estão equalizadas e que não tem necessidade de acessar o mercado de crédito.