Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) devem ter terceiro trimestre fraco, mas com visão mais positiva para próximos resultados

Economia mais fraca na China e alta dos juros mundo afora impactam nas vendas de celulose e devem ser vistos nos balanços

Vitor Azevedo

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A Klabin (KLBN11) e a Suzano (SUZB3) devem ter um terceiro trimestre pouco empolgante, segundo analistas, por conta do recuo dos preços da celulose na base trimestral.

“Após a recente pressão descendente sobre os preços de celulose e papel (BHKP chinês caindo 1% trimestralmente, BSKP, 8% e papelão ondulado brasileiro, 4%), esperamos um trimestre difícil para Suzano e Klabin”, fala a equipe da XP Investimentos, encabeçada por Lucas Laghi.

O time da corretora expõe que isso impactará o faturamento e a rentabilidade das duas empresas, sendo que a projeção para a Suzano é um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 3 bilhões, com queda de 24% trimestralmente e de 65% no ano, e para a Klabin, de R$ 1,3 bilhão, com queda de 7% no trimestre e 46% no ano.

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Para a primeira empresa, a XP destaca ainda que enxerga ainda um recuo de 7% dos volumes de celulose, já que houve uma parada de manutenção na planta de Três Lagoas e um corte de produção anunciado em junho – na época atribuído aos menores preços. Na segunda, o que faz mais peso é o recuo do valor da celulose.

‘Temos de ficar de olho no conflito entre oferta e demanda e seus efeitos nos preços da celulose, bem como na procura por papel na Europa e na América do Norte, além do rump up de projetos importantes”, falam, mencionando Cerrado, da Suzano, e Puma II, da Klabin.

No entanto, os analistas da casa estão mais otimistas em relação ao 4T23 após anúncios de aumentos de preços ao longo do 3T23 e volumes sazonalmente melhores.

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“Projetamos resultados sequencialmente mais fracos para a Suzano, com um Ebitda consolidado de R$ 3,3 bilhões (queda de 16% em relação ao trimestre anterior e de 62% em relação ao ano anterior). Os resultados da celulose provavelmente mostrarão uma queda sequencial em volumes e preços mais baixos”, corrobora o time do Itaú BBA, liderado por Daniel Sasson.

O time do banco enxerga que as remessas consolidadas de celulose ficarão em 2,4 milhões de toneladas, queda de 3% no trimestre, enquanto o preço médio da tonelada ficará em US$ 525, US$ 46 a menos do que aquilo registrado no segundo trimestre. O Ebitda da frente deve ficar em R$ 2,4 bilhões.

No entanto, o BBA destaca que vê a empresa trazendo um resultado mais forte na frente de papel, apesar do recuo do preço, com 331 mil toneladas vendidas, alta de 13% trimestralmente. “Projetamos um Ebitda de R$ 846 milhões para o negócio de papel, aumento de 16% em relação ao trimestre anterior”, falam.

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Para a Klabin, a estimativa da equipe é de um Ebitda de R$ 1,3 bilhão, queda de 6% no trimestre e de 45% no ano.

“Na divisão de Celulose, espera-se que volumes mais altos e custos mais baixos (a partir de uma base fraca) compensem um declínio sequencial nos preços realizados. Para a divisão de Papel & Embalagem, esperamos resultados mais fracos em relação ao trimestre anterior, com volumes consolidados mais altos não sendo suficientes para minimizar preços mais baixos e custos mais altos”, explica o time.

A projeção é de que o braço de celulose venderá 403 mil toneladas, alta de 21% na base trimestral por conta da paralisação de Puma I no segundo trimestre, que leva também a uma diluição dos custos fixos. O preço médio cobrado pela celulose, contudo, cai 16% na mesma comparação.

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“Para a unidade de Papel & Embalagem, prevemos remessas de 529 mil toneladas, aumento de 1% em relação ao trimestre anterio mas queda de 12% em relação ao ano anterior devido a remessas menores de kraftliner e papelão. Antecipamos uma queda de 1% em relação ao trimestre anterior nos preços médios do papel, já que preços mais baixos são parcialmente compensados por uma melhor mix”, diz.

A Irani (RANI3), uma empresa menor do setor, para a XP, deve ter um resultado mais forte na base trimestral, com o Ebitda de R$ 127 milhões, alta de 8%.

Confira as projeções da Refinitiv para as três empresas:

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Empresa Ticker Receita líquida Ebitda Lucro líquido
Suzano SUZB3 R$ 8,5 bilhões R$ 3,4 bilhões – R$ 1,78 bilhão
Klabin KLBN11 R$ 4,4 bilhões R$ 1,4 bilhão R$ 1,3 bilhão
Irani RANI3 R$ 411 milhões R$ 127 milhões R$ 125 milhões

A Klabin divulga seu resultado no dia 25 de outubro antes da abertura, a Suzano no dia 26 depois do fechamento e a Irani no dia 30 antes da abertura.