Klabin (KLBN11) tem resultados fracos, mas já esperados; ações fecham em queda de 1%

Maior oferta de papel e celulose, com entrada de capacidades, e menor demanda, com China cambaleando, continuam a pressionar

Vitor Azevedo

Fábrica Klabin _ Divulgação
Fábrica Klabin _ Divulgação

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As ações unitárias (units) da Klabin (KLBN11) subiram em boa parte da sessão desta terça-feira (1), mas fecharam em baixa de 1,09%, a R$ 22,75, após os resultados fracos, mas já esperados, do segundo trimestre de 2023.

Os preços de papel e celulose vêm sofrendo por conta da entrada de capacidade em operação que é acompanhada ainda de uma menor demanda. Na América do Sul, por exemplo, a Bracell, planta no interior de São Paulo, e o projeto Mapa, da Arauco no Chile, passaram a operar nos últimos meses. Outras plantas, como a UPM, no Uruguai, também devem começar a produzir em breve. Ao mesmo tempo, a reabertura da China, mais fraca do que o esperado, frustrou pelo lado da demanda.

“A Klabin apresentou resultado neutro, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 1,34 bilhão, queda de 29% no trimestre e 22% no ano, mas 1% acima do nosso consenso”, comenta o time de analistas da XP Investimentos, liderados por Lucas Laghi.

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A corretora apontou como destaques negativos a menor demanda por kraftliner (papel cartão), que impactou o volume de vendas de papel, com queda de 15% ao ano, chegando a 856 mil toneladas.

O menor volume de vendas de celulose, com queda de 10% trimestralmente (a 334 mil toneladas), por conta de paradas para manutenção, e o aumento do custo caixa (C1) da celulose (R$ 1.363 por tonelada), com alta de 5% do custo da fibra no trimestre, também foram mencionados. A Klabin realizou uma parada para manutenção na sua planta de Ortigueira que durou 18 dias, cinco a mais do que o esperado.

A Eleven, por sua vez, destaca os menores preços realizados nas vendas da celulose.

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“O resultado ficou em linha com nossa estimativa, sendo negativamente impactado pela queda do preço da celulose de 17% no trimestre e 21% no ano, e do containerboard, com menos 12% e menos 19% na mesma ordem”, diz a equipe de análise. O preço da primeira ficou US$ 3.797 a tonelada e do segundo, em US$ 785 a tonelada.

O Bradesco BBI, liderado por Thiago Lofiego, endossa todos os pontos.

“Os pontos negativos ficam para o desempenho de vendas mais fraco do que o esperado no lado do papel e embalagem (influenciado tanto por volumes quanto por preços) e custos de manutenção mais altos do que o esperado”, comenta, mencionado a paralisação em Ortigueira.

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Do lado positivo, analistas do banco apontam a realização de preços de celulose e volumes melhores do que o esperado, além de custos de papel e embalagem por tonelada menores.

“Os destaques positivos ficaram com os segmentos mais resilientes: cartões revestidos e embalagens, que apresentaram estabilidade de preços frente ao trimestre passado e maior volume vendido de embalagens”, corrobora a Eleven.