Lideradas por Rumo, siderúrgicas e Vale, 15 ações disparam mais de 6%; “só” 6 caem

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O noticiário político volta a fazer preço nas ações da bolsa brasileira. Lideradas por Rumo, siderúrgicas e Vale, 15 ações do Ibovespa disparam mais de 6%, enquanto somente 6 caíam nesta sessão – todas expostas ao câmbio, que registrava forte queda de cerca de 2% nesta quinta-feira, também puxado pelo cenário político.

Veja mais: Analista que abriu venda em março diz que dólar pode cair até os R$ 2,66

No caso da Rumo, os papéis registravam a maior alta do Ibovespa nesta sessão depois de terem caído 17% na véspera em meio à possibilidade de ter que pagar de R$ 101 milhões a cerca de R$ 300 milhões de indenização à Agravia. Hoje, a empresa informou que fixou em R$ 2,50 o preço da ação em aumento de capital de R$ 2,6 bilhões – valor 18% abaixo da cotação atual.  

Continua depois da publicidade

Confira os destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 10,58, +6,54%; PETR4, R$ 8,28, +7,66%)
As ações da Petrobras disparam em meio a notícias negativas para o governo Dilma e arrancada dos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato Brent registrava alta de 5,78%, a US$ 41,71 o barril, em meio à expectativa de congelamento da produção da commodity por membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). 

Por outro lado, no radar da empresa, volta a assombrar os investidores notícia de que o governo segue pressionando a diretoria da empresa para que ela reduza o preço da gasolina e do diesel, como uma forma de reduzir a inflação, segundo informação de hoje da Folha de S. Paulo. Analistas acreditam que a medida seria extremamente prejudicial à companhia, que precisa de caixa para fazer frente aos seus quase R$ 500 bilhões de dívida.

Continua depois da publicidade

A Petrobras se posicionou para tentar evitar o pedido de recuperação judicial de uma de suas fornecedoras, a Sete Brasil. Para isso, a estatal propõe a contratação de um mediador externo para negociar um acordo entre os sócios. Parte dos acionistas da Petrobras defende o pedido de recuperação judicial da Sete.

Ainda no noticiário da estatal, destaque para a notícia de que a petrolífera prorrogou por mais 30 dias o período de exclusividade para negociação com a Pampa Energia sobre possível venda de seus ativos na Argentina, segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira. De acordo com a Petrobras, as negociações prosseguem e a transação ainda estará sujeita à aprovação de seus termos e condições finais pela diretoria executiva e por seu Conselho de Administração, bem como pelos órgãos reguladores competentes.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 20,19, +7,74%)
Com elevada exposição ao cenário do eventual impeachment presidencial, os bancos também reagem bem ao noticiário político. As ações das três principais instituições financeiras da bolsa acumulavam ganhos superiores a 4% nesta manhã. No noticiário do Banco do Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) rejeitou na última quinta-feira um acordo com diretores do banco no caso envolvendo o fundo Visanet. No caso foram acusados três diretores do banco, dentre os quais Fernando Barbosa de Oliveira e Paulo Euclides Bonzanini, por falta de diligência no exercício de suas funções.

Continua depois da publicidade

As supostas irregularidades praticadas estão relacionadas às Ações de Incentivo do Fundo Visanet, incluindo antecipações de recursos à agência DNA Propaganda. Segundo a acusação, nos anos de 2003 e 2004, alterações nos procedimentos internos do banco teriam permitido que recursos financeiros fossem repassados à agência sem a definição prévia da ação de incentivo a que se destinava, dificultando a fiscalização sobre a utilização dos recursos.

Após serem intimados pela CVM, Fernando de Oliveira e Paulo Bonzanini apresentaram suas defesas acompanhadas de propostas de termo de compromisso prevendo o pagamento à Autarquia no valor individual de R$ 120 mil. Proposta que foi rejeitada pela autarquia, levando os dois a elevarem a proposta para R$ 250 mil, que está sendo rejeitada agora pela CVM.

Também no noticiário dos bancos, vale ressaltar que o Citi rebaixou recomendação sobre as ações do Bradesco (BBDC4, R$ 27,61, +5,70%) de neutra para venda e do Itaú Unibanco de compra para neutra.

Continua depois da publicidade

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 16,00, +5,61%) e Cetip (CTIP3, R$ 42,29, +2,45%)
A BM&FBovespa comunicou após o encerramento do pregão desta quinta-feira (7) que alienou todas as ações de emissão do CMEGroup que detinha, o que equivale a 13,6 milhões ações classe A, ou 4% do total de ações emitidas pelo grupo. E esta venda pode ser o primeiro passo para a confirmação da fusão da Bolsa com a CetipDe acordo com o comunicado, “a alienação das ações do CME Group teve como objetivo obter recursos para fazer frente às necessidades da Companhia no contexto da proposta combinação de negócios com a CETIP”. A operadora da Bolsa já fez duas propostas para a aquisição, de R$ 39 e R$ 41 por ação, sendo que ambas foram rejeitadas.

Na quarta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo afirmou que a fusão já estava aprovada e só faltava o aval dos conselhos das duas empresas para fechar a operação avaliada em R$ 40 bilhões. Mais tarde, a Reuters disse que a aprovação deveria ocorrer em até 48 horas. Apesar disso, a BM&FBovespa disse em comunicado ao mercado “que não existe qualquer nova informação que justifique a divulgação de novo fato Relevante ou que deva ser comunicada ao mercado, sobre a oferta realizada em 19 de fevereiro” além do que já foi informado pela companhia.

Sobre a alienação da participação no CME, a Bovespa afirmou hoje que as duas empresas “continuarão trabalhando em conjunto no desenvolvimento e listagem cruzada de produtos nas respectivas bolsas, assim como manterão a cooperação tecnológica”. CME Group informou que não pretende reduzir sua participação acionária na BM&FBovespa, que é atualmente de 4%. Além disso, CharlesCarey seguirá como membro do Conselho de Administração da companhia. Por outro lado, a Bovespa disse que Edemir Pinto, Diretor Presidente da BM&FBovespa, pediu sua renúncia do conselho do CME Group, o qual ele faz parte desde 2011.

Continua depois da publicidade

Exportadoras
Dos 11.500 contratos de swap cambial que o Banco Central poderia colocar à venda, foram vendidos apenas 3.000. A notícia ajuda a puxar o dólar futuro para queda de 1,76% nesta sessão, cotado a R$ 3,651, assim como o noticiário político, em meio às chances maiores de impeachment da presidente Dilma. A queda do dólar hoje empurra as empresas exportadoras para o campo negativo do Ibovespa, com JBS (JBSS3, R$ 9,73, -4,61%) liderando as perdas do Ibovespa. Ontem, uma matéria da Bloomberg apontava que a companhia poderia perder R$ 5 bilhões no 1° trimestre de 2016, com seus derivativos de câmbio depois de o real registrar o maior ganho entre 150 moedas do mundo todo no primeiro trimestre (para ver a reportagem completa, clique aqui). 

As demais quedas do Ibovespa hoje também eram de exportadoras, com as ações do setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 29,12, -3,67%), Klabin (KLBN11, R$ 16,99, -2,91%) e Suzano (SUZB5, R$ 11,06, -2,12%), além da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 22,23, -2,11%). 

Rumo Logística (RUMO3, R$ 3,05, +12,96%)
Entre os destaques de alta do dia figura a Rumo, que disparam hoje após ter desabado 17% ontem, em meio à possibilidade de ter que pagar de R$ 101 milhões a cerca de R$ 300 milhões de indenização à Agravia. Hoje, a empresa informou que fixou em R$ 2,50 o preço da ação em aumento de capital de R$ 2,6 bilhões – valor 18% abaixo da cotação atual. O capital social da empresa será aumentado mediante subscrição de novas ações, nos termos do artigo 6º do Estatuto Social da Companhia, no valor de R$ 2,60 bilhões e com a emissão de 1,04 bilhão novas ações ordinárias.

Com isso, o capital social da Rumo passa de R$ 5.451.490.166,79 para R$ 8.051.490.166,79, dividido em 1.339.015.898 ações ordinárias. “A companhia buscou reequilibrar sua estrutura de capital, visando o atendimento do seu plano de negócios de longo prazo”, diz o comunicado.

Entre as medidas destacadas pela Rumo estão: (i) um aumento de capital; (ii) a renegociação de determinadas dívidas com instituições financeiras com vencimento entre 2016 e 2018; e (iii) a negociação de novos financiamentos junto ao BNDES.

BTG Pactual (BBTG11, R$ 17,84, +3,90%)
Fontes informaram a Bloomberg que o BTG Pactual estaria interessado em fazer cisão de US$ 1,6 bilhão da unidade de commodities. O banco também deverá renomear a unidade para Engelhart Commodities.

OGPar (OGXP3, R$ 0,09, +12,50%)
A petrolífera convocou debenturistas para uma assembleia em 20 de abril. A ideia é propor a conversão de debêntures em ações.

Dasa
A companhia do setor de saúde informou o mercado que seu conselho de administração aprovou a realização da sexta emissão, em série única, de 20.000 debêntures simples, não conversíveis em ações, com valor nominal unitário de R$ 10.000,00, com valor total de R$ 200.000.000,00 na data de emissão (20 de abril). As debêntures terão prazo de três anos contados da data de emissão, e a remuneração será de 120% da variação acumulada das taxas médias diárias dos DIs.

Segundo o comunicado enviado ao mercado, os recursos obtidos serão integralmente utilizados para refinanciamento de dívidas de curto prazo, incluindo a quitação integral das debêntures simples, não conversíveis em ações, da segunda emissão da companhia; e o saldo, se houver, para reforço no capital de giro.

General Shopping (GSHP3, R$ 2,80, +1,82%)
A companhia conseguiu aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a venda do Parque Prudente à J3.

Fertilizantes Heringer (FHER3, R$ 1,50, +0,67%)
A Fertilizantes Heringer comunicou seus acionistas e mercado em geral que a assembleia geral de debenturistas, realizada em 31 de março de 2016, aprovou a não declaração de vencimento antecipado da emissão, referentes ao exercício de 2015, e o pagamento pela companhia aos debenturistas de prêmio no valor de 1,50% sobre o saldo do valor unitário acrescido da remuneração em 31 de março de 2016 em cinco dias úteis contados da data da assembleia.

Especiais InfoMoney:

Carteira InfoMoney rende 17% no 1º trimestre; 5 novos papéis entraram no portfólio de abril

André Moraes diz o que gostaria de ter aprendido logo que começou na Bolsa