Light (LIGT3): Morgan Stanley revisa estimativas, reitera recomendação neutra e aponta três cenários para ação

Banco ainda vê falta de visibilidade para a companhia de energia, mas lista fatores que podem ser positivos para o papel

Equipe InfoMoney

Light (Foto: Divulgação)
Light (Foto: Divulgação)

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O Morgan Stanley reforçou recomendação equalweight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) para ação da companhia elétrica Light (LIGT3) e revisou suas projeções, principalmente devido às estimativas operacionais de médio prazo mais baixas.

Analistas reduziram as estimativas em 15% em média entre 2023 e 2027, refletindo principalmente a perda significativa nos resultados do 2T23 e a evolução das perdas de energia pior que o esperado.

A instituição financeira também reduziu preço-alvo de R$ 7 para R$ 6 (upside de 7%) no cenário base para as ações da companhia elétrica, pois acredita que os papéis provavelmente serão negociados em função dos resultados da recuperação judicial e dos desenvolvimentos regulatórios, para os quais não possui visibilidade.

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Embora Morgan Stanley veja vantagens limitadas em seu novo cenário base, os analistas do banco apontam que a Light possui diferentes drivers de valor que implicam uma ampla gama de cenários (inclusive positivos) tais como: turnaround operacional, principalmente no que diz respeito à redução de perdas de energia.

Apesar do potencial de melhoria (tanto em perdas efetivas quanto regulatórias) significativo, esse tipo de recuperação normalmente requer investimentos e despesas operacionais substanciais.

Para os analistas, isso parece improvável no médio prazo, dada a estratégia da administração de economizar caixa até que haja maior visibilidade nas condições de renovação da concessão da Light.

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O banco lembra que a concessão de distribuição da Light expirará em junho de 2026 e as condições de renovação ainda não estão definidas. A administração acredita que as elevadas perdas de energia da Light em “áreas de operação severamente restritas” necessitam de melhor tratamento regulatório, dadas as condições inadequadas de trabalho; portanto, seria provavelmente uma condição para a Light renovar sua concessão.

A equipe de research do banco ainda aponta que o processo de recuperação judicial poderá resultar em corte de parte da dívida financeira da Light.

Cenário otimista

Por outro lado, o banco aponta que não tem recomendação de venda para o papel uma vez que, em um cenário bem mais otimista, o Morgan vislumbra um potencial de valorização de quase 170% para ações da Light (R$ 15). Para isso, ele considera uma combinação de possíveis cenários positivos versus o cenário base.

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Entre os cenários, o banco destaca pontos como:” i) melhor desempenho operacional, especialmente em perdas de energia, diminuindo gradativamente a diferença entre perdas regulatórias e efetivas ao final do prazo renovado da concessão da Light (+R$ 4 por ação); ii) melhoria das condições macroeconômicas e regulatórias (+R$ 2 por ação); e iii) eventual desfecho positivo sobre os créditos tributários de Pis/Cofins da Light, dos quais a administração da empresa continua entendendo, com base em assessores jurídicos externos, que há inconstitucionalidade na Lei 14.385/2022 que definiu que todos os créditos devem ser devolvidos aos consumidores ( +R$ 3/ação)”.

Já no cenário mais pessimista (bear case), não detalhado pelo banco, o preço-alvo seria de R$ 1, ou queda de 82% frente o fechamento da véspera.