Localiza (RENT3): Depreciação da frota vai seguir forte e só deve estabilizar na segunda metade do ano, diz CFO

Executivo também afirmou que segmento de seminovos continua desafiador, mas já apresentou alguma melhora

Mitchel Diniz

Investor Day da Localiza & Co (Rikardy Tooge/InfoMoney)
Investor Day da Localiza & Co (Rikardy Tooge/InfoMoney)

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O CFO da Localiza (RENT3), Rodrigo Tavares, afirmou que a depreciação da frota da empresa deve evoluir de forma um pouco mais forte no primeiro trimestre deste ano, antes de passar por uma estabilização.

“Quando a gente rejuvenesce a frota, a gente passa a depreciar os carros de 24 meses para 18 meses”, explicou Tavares, na teleconferência sobre os resultados da companhia no quarto trimestre de 2022.

“À medida que a gente começar a vender a safra 2 e substituir pela 3, aí sim a gente deve começar a ver essa depreciação diminuir, mas isso só deve acontecer no final do ano”.

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A depreciação por carro da Localiza, no quarto trimestre de 2022, sofreu um crescimento trimestral de 7% no segmento de aluguel de veículos (RAC), para R$ 4,659, e de 21% em gestão de frotas (GTF), para R$ 5,063.

A Localiza registrou lucro líquido ajustado de R$ 637,7 milhões no 4T22, queda de 12,5% na comparação anual.

O Itaú BBA avaliou o resultado como fraco. Os ganhos líquidos vieram em linha com esperado, mas apresentou uma queda de qualidade pelo segundo trimestre consecutivo.

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“A Localiza elevou a depreciação tanto no segmento RAC quando GTF, sinalizando uma alta substancial da depreciação em 2023 na comparação com 2022. Contudo, a margem Ebtida de seminovos mostrou alguma melhora em janeiro e fevereiro de 2023”, escreveram os analistas.

A casa tem recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra) para o papel RENT3, com preço-alvo de R$ 76.

O Bradesco BBI manteve recomendação outperfom para as ações da Localiza, após a divulgação dos resultados. O preço-alvo é de R$ 78.

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A casa prevê uma melhora na parte financeira da empresa, levando em conta o fato de que a Localiza vai esperar por um aumento na produção de veículos de preço mais baixo para começar a renovação da frota.

Com a retomada do fornecimento de veículos em condições favoráveis, a companhia acelerou o crescimento na divisão de GTF e deu início ao processo gradual de renovação.  Priorizou, assim, a desativação e venda dos carros com maior quilometragem na divisão aluguéis.

O BBI observa que a idade média dos segmentos rent-a-car e de gestão de frotas caiu, respectivamente, para 13,7 e 18,2 meses, no quarto trimestre de 2022, de 15,7 e 19,1, no terceiro tri.

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“Entretanto, ainda está acima da média histórica de 7 a 8 meses no RAC e de 17 a 18 meses em gestão de frotas, sugerindo novas pressões no balanço em 2023”, escreveram os analistas.

As margens do segmento de seminovos, por sua vez, sofreu uma queda anual de 9,2 pontos-percentuais, diante de um grande volume de carros descomissionados no quarto trimestre de 2022, combinado com a descontinuidade das operações de Accelero e Willz.

Excluindo esses efeitos, a margem, que foi de 5,2%, teria sido de 8%, nas estimativas do BBI.

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“A gente sempre trabalhou com giro de estoque próximo dos 30 dias, o que significa basicamente que a gente vende o que tem e estoque. E, nesse trimestre, isso não aconteceu”, explicou o CFO da Localiza, durante teleconferência com analistas.

“O mercado de seminovos está bem desafiador, mas já vimos um primeiro bimestre muito melhor”, completou o executivo. “Até pelo fato da nossa integração em seminovos ter avançado e da distância do preço do zero ter retomado patamar histórico pré-pandemia em alguns casos”.

Tavares afirmou também que a Localiza começa a ver uma recomposição acelerada das margens de RAC.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados