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SÃO PAULO – A Lojas Renner (LREN3) foi alvo de um ataque cibernético na última quinta-feira (19) e está com seu site e aplicativo fora do ar deste então.
Em comunicado enviado ontem, a varejista afirmou que acionou seus protocolos de controle e segurança para bloquear o ataque e minimizar eventuais impactos. Segundo a companhia, os principais bancos de dados permanecem preservados.
“A companhia ressalta ainda que faz uso de tecnologias e padrões rígidos de segurança, e continuará aprimorando sua infraestrutura para incorporar cada vez mais protocolos de proteção de dados e sistemas”, escreveu.
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Nesta sexta, os sistemas da companhia seguem fora do ar e a companhia informou que segue “trabalhando para restabelecer o e-commerce em breve”.
Segundo fontes do mercado, o ataque cibernético teria sido um ransomware. A Lojas Renner, contudo, não confirmou a informação.
O ransonware é um sequestro de dados em troca de resgate. Os hackers acessam sistemas críticos, os bloqueiam por meio de um software malicioso e exigem valores financeiros das vítimas em troca da volta dos sistemas. O vazamento de dados pode ser uma consequência de um ataque ransomware, caso a empresa opte por não pagar.
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Nesta sexta, em meio ao ocorrido, os papéis LREN3 apresentavam queda de 1,5% na Bolsa, por volta das 12h (horário de Brasília), negociados a R$ 38,87.
Na avaliação da XP Investimentos, a notícia é negativa, dada a materialidade do potencial resgate, assim como o impacto na operação digital da companhia. Os analistas reforçam, contudo, que as operações das lojas, que são responsáveis pela maior parte do resultado, não foram afetadas.
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A XP mantém recomendação neutra para as ações da Renner e preço alvo de R$ 50 por papel.
A visão é compartilhada pelo Itaú BBA. “Essa, infelizmente, não é a primeira vez que uma empresa sob nossa cobertura é alvo de um ataque cibernético. Dito isso, todas as companhias que foram vítimas desses ataques conseguiram normalizar suas operações, sem grandes danos operacionais. Por isso, esperamos que a Renner consiga normalizar totalmente suas operações em breve”, escreve o time de análise.
O banco tem recomendação outperform (acima da média do mercado) para os papéis da varejista e preço-alvo de R$ 51 para 2022.
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A casa de análise Levante e o time de análise da Guide Investimentos também veem o ocorrido como negativo para a companhia, embora não sejam conhecidos ainda os possíveis danos causados pelo ataque hacker.
Fernando Siqueira, gestor da Infinity Asset, avalia que, a princípio, o impacto tende a ser pequeno para a varejista. Isso porque a Renner conseguiu contornar parte dos sistemas afetados e operar as lojas físicas nesta sexta.
Siqueira lembra que esta não é a primeira vez que uma empresa brasileira sobre um ataque como esse este ano, lembrando de JBS (JBSS3) e Fleury (FLRY3). No caso da JBS, ele lembra que os hackers solicitaram o pagamento de US$ 11 milhões pelo resgate dos dados.
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Caso este seja o mesmo montante solicitado, o impacto no valor de mercado da Lojas Renner seria reduzido, destaca, uma vez que a companhia vale hoje cerca de R$ 35 bilhões na Bolsa.
E completa: “Por mais que possamos analisar, no mercado, se as empresas estão seguras do ponto de vista cibernético, é difícil avaliar e colocar isso no preço.”
Victor Hugo Gonçalves, presidente do Instituto SIGILO, associação que tem como objetivo a defesa da proteção de dados pessoais, da segurança da informação, vê a situação como “gravíssima”, dado o grande número de servidores atacados, que ele estima em 2,6 mil.
“LGPD não é só fazer documento jurídico, é uma mudança de mentalidade; de trabalhar segurança da informação, processos, além de treinamento dos colaborados. Parece que faltou esse investimento por parte da Renner”, diz.
Segundo ele, a posição da varejista no momento deve ser a de “apagar incêndio”, de forma a convencer o mercado que é segura do ponto de vista cibernético.
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