Lucro da Smiles sobe 50%; balanço da Cetip, dividendo de R$ 3 por ação e mais notícias no radar

Confira os principais destaques corporativos da noite desta quarta-feira (15)

Rodrigo Tolotti

(Divulgação)
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SÃO PAULO – O noticiário noturno desta quarta-feira (15) tem destaque para a temporada de resultados, com os números do quarto trimestre da Cetip e Smiles. Além disso, a Comgás anunciou o pagamento de dividendos no valor de mais de R$ 3 por ação, enquanto a Vale, segundo a Reuters, retomou a busca por um comprador para a sua unidades de fertilizantes. Confira os destaques:

Cetip (CTIP3)
A Cetip, maior depositária de ativos privados da América Latina, anunciou nesta quarta-feira lucro líquido de R$ 150,5 milhões no quarto trimestre, alta de 17,6% sobre um ano antes. A empresa, que em abril passado anunciou união das operações com a BM&FBovespa, teve o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) 16,5% maior na comparação anual, de R$ 232,4 milhões.

A receita líquida somou R$ 334,8 milhões, montante 14,3% maior em relação a um ano antes, com destaque para a unidade de títulos e valores mobiliários, cujo faturamento cresceu 13,5%.

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De acordo com o diretor de relações com investidores da companhia, Willy Jordan, o setor deve ter resultados mistos em 2017, com a gradual melhora das condições de crédito no segundo semestre permitindo expansão de instrumentos de mercado como Certificados de Operações Estruturadas (COE), CDBs, Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA).

Por outro lado, a queda da Selic deve pressionar as receitas com algumas transações oriundas do ciclo de queda das taxas de juros. “Neste ano não vamos ter os mesmos ventos de cauda que tivemos no início de 2016”, disse Jordan. “O desafio é maior de manter taxa de crescimento similar à do ano passado”.

Já a unidade de financiamentos, impactada pelo fraco desempenho do mercado de financiamentos de veículos, teve receita líquida 9,2% maior. Segundo Jordan, a alta de 7,7% dessa linha na comparação sequencial é um indício de que o setor automotivo começa a se recuperar, após ter atingido o piso em mais de uma década.

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A última linha do resultado foi pressionada pelo aumento de 11,9% das despesas operacionais ajustadas, a R$ 99,2 milhões, refletindo em parte a inclusão dos custos relacionados a um programa de incentivo, que implica em desembolso de caixa e entra na linha de despesa de pessoal, por ser considerada como remuneração para fins trabalhistas.

Já o volume de investimentos da companhia somaram R$ 20,2 milhões no trimestre, volume 53,3% menor do que um ano antes, com a proximidade de migração de escritórios e data centers da Cetip para Barueri (SP). No último dia 10, Cetip e BM&FBovespa pediram ao Cade para prorrogar o prazo de análise da fusão por 60 dias, o que estende a data final para 24 de abril. Inicialmente, a previsão das companhias era de que a fusão fosse aprovada até fevereiro.

“O adiamento vai jogar para frente algumas sinergias esperadas”, disse Jordan à Reuters. Em novembro, a superintendência do órgão antitruste recomendou que o tribunal do Cade avaliasse tomar medidas para solucionar problemas concorrenciais com a fusão. Em relatório, analistas do Credit Suissse apontaram que a fusão deve ser aprovada pelo Cade com pequenas condições.

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A companhia aproveitou a divulgação do balanço para anunciar o pagamento de dividendos, no valor total de R$ 98,58 milhões, o que representa R$ 0,3789646451 por ação ordinária. O pagamento será feito segundo a base acionária do dia 22 de fevereiro. O valor representa um yield de 0,7% segundo o fechamento da ações nesta quarta, a R$ 47,25.

Smiles (SMLE3)
A Smiles, gestora do programa de milhagens da Gol Linhas Aéreas, registrou um lucro líquido de R$ 548,3 milhões em 2016, montante 48,2% maior que o anotado em 2015, quando o lucro foi de R$ 369,9 milhões.

Em mensagem contida nas demonstrações financeiras da companhia, a Smiles afirma que a evolução no lucro líquido se deve, principalmente, ao crescimento do lucro operacional (antes do resultado financeiro e dos impostos), que aumentou 46,6% no ano passado ante 2015, totalizando R$ 601 milhões.

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A margem operacional em 2016 chegou a 38,8%, um aumento de 5 pontos porcentuais(p.p.) em relação ao ano anterior. A receita líquida da companhia nos doze meses de 2016 totalizou R$ 1,548 bilhão, um aumento de 26,9% na comparação com o R$ 1,219 bilhão contabilizado em 2015.

Segundo a Smiles, o acréscimo nas receitas líquidas é decorrente do crescimento de resgate de milhas ao longo do ano, do incremento da receita de breakage e milhas expiradas e da maior participação das milhas novas (acumuladas após 01/01/2013) em relação ao total de milhas resgatadas no programa. A empresa ainda informa que o resultado financeiro em 2016 chegou a R$ 218,4 milhões, montante 57,5% superior ao registrado em 2015.

Comgás (CGAS5)
O conselho da Comgás aprovou a distribuição de dividendos referentes ao exercício de
2016 no valor total de R$ 400 milhões, sendo R$ 306.863.294,20 para as ações ordinárias e R$ 93.136.705,80 para as preferenciais. Com isso, serão pagos R$ 3,07535052245 por papel ordinário e R$ 3,38288557470 por ativo preferencial.

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A distribuição será feita com base na posição acionária de 20 de fevereiro, com as ações passando a ser negociadas na forma “ex” a partir de 21 de fevereiro, com pagamento ocorrendo em 3 de março.

Além disso, a companhia divulgou seu guidance para este ano, com a projeção para investir entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões este ano. Além disso, a Comgás espera ter um Ebitda normalizado entre R$ 1,55 bilhão e R$ 1,65 bilhão.

Vale (VALE3; VALE5)
Depois que a norueguesa Yara se retirou como potencial compradora, a Vale retomou a busca de um comprador para quatro usinas de fertilizantes que não foram incluídas em uma venda de US$ 2,5 bilhões à Mosaic, de acordo com três fontes com conhecimento direto do assunto disseram à Reuters.

Um novo processo de venda das plantas localizadas na cidade de Cubatão, em São Paulo, foi lançado nos últimos dias, após a decisão da Yara International de se retirar em novembro. As conversações entre Yara e Vale ocorreram por vários meses, disse uma das fontes.

Os ativos incluem quatro plantas produzindo subprodutos à base de fosfato, amônia e nitrogênio, disseram as fontes. A Vale colocou uma série de ativos não essenciais à venda nos últimos 18 meses para atender a uma meta de redução de dívida de 10 bilhões de dólares estabelecida pelo presidente-executivo Murilo Ferreira.

Uma porta-voz da divisão de fertilizantes da Vale disse em comunicado enviado à Reuters que a empresa “continua em negociações para vender os ativos da Cubatão”. A norueguesa Yara se recusou a comentar. As fontes falaram sob a condição de anonimato pois o processo continua em andamento.

Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.