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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou neste sábado (6) que pretende apresentar novos questionamentos sobre a privatização da Eletrobras (ELET3), após a Advocacia-Geral da União (AGU) ter entrado na véspera com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para elevar o poder da União na companhia elétrica.
“Eu não entrei contra a privatização da Eletrobras, eu ainda pretendo entrar”, afirmou Lula ao ser questionado sobre o tema durante coletiva de imprensa em Londres, após ter participado da cerimônia de coroação do Rei Charles.
Ao comentar sobre a ação da AGU, o presidente voltou a criticar o fato de que a União tenha que submeter à regra que impede os acionistas de deter poder de voto superior a 10% na elétrica, além da cláusula de “poison pill” no estatuto da companhia que dificulta uma recompra de ações da Eletrobras por parte do governo.
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Na véspera, a AGU pediu ao STF que conceda à União um poder de voto na Eletrobras proporcional à sua participação na elétrica, em ação subscrita por Lula.
“O país precisa voltar a sorrir, é isso que eu quero, por isso que esses absurdos eu vou tentar desmontá-los.”
Novas críticas a Campos Neto
Ele ainda voltou a atacar a taxa básica de juros da economia e repetiu que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não tem compromisso com o Brasil.
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Lula disse ainda que, na visão dele, Campos Neto tem compromisso também “com aqueles que gostam de taxa de juros alta, porque não há outra explicação”. O presidente fez uma comparação da atuação de Campos Neto com a de Henrique Meirelles, que presidiu o BC nos mandatos anteriores de Lula.
“Duvido que esse cidadão [Campos Neto] tenha mais autonomia que o Meirelles teve. Só que o Meirelles tinha responsabilidade de ter um governo discutindo com ele, olhando as preocupações. Esse cidadão não tem”, afirmou.
O presidente disse que “não bate” no Banco Central como instituição, mas sim, na política adotada pelo banco em relação aos juros.
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Lula também criticou falas recentes de Campos Neto de que, para o país atingir a meta de inflação na casa dos 3%, teria que elevar os juros para algo próximo de 20%. “Está louco? Esse cidadão não pode estar falando a verdade. Então, se eu como presidente não puder reclamar dos equívocos do presidente do Banco Central, quem vai reclamar? O presidente americano? Me desculpem, o Banco Central tem autonomia, mas não é intocável”, apontou.
A nova bateria de críticas Lula acontece depois que o Banco Central decidiu na quarta-feira manter a Selic em 13,75% ao ano, sem sinalizar um possível corte futuro da taxa básica conforme tem sido cobrado pelo presidente e outros integrantes do governo.
O BC reiterou que não hesitará em retomar o ciclo de aperto monetário se necessário, apesar de ponderar que um cenário de novos aumentos nos juros agora é “menos provável”.
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(com Reuters)