“Made in Brazil”: antes de JBS, qual foi a crise interna que acionou o circuit breaker na bolsa?

SÃO PAULO – 18 de maio de 2017. Esse dia não irá sair da cabeça de muitos investidores e, provavelmente, de maneira negativa. O otimismo que tomava conta do mercado uma semana antes, com o Ibovespa podendo bater a máxima histórica, foi revertido bruscamente na fatídica quinta-feira (18) com as delações do dono da JBS na noite anterior e resultando em uma corrida para zerar as posições compradas.

O “desespero” que tomou o mercado fez com que o circuit breaker fosse acionado logo na abertura do pregão e adicionou mais um fato importante para a história. Desde 22 de outubro de 2008, em meio a crise financeira internacional engatilhada pelos “créditos podres” do subprime, a B3 não interrompia os negócios. Com a paralisação de quinta-feira, o circuit breaker foi acionado pela décima sétima vez na história da bolsa brasileira.

Porém, ao contrário de 2008, o mecanismo que “permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o amortecimento e o rebalanceamento das ordens de compra e de venda”, segundo descrito pela própria B3, foi acionado por fatores internos, algo que não ocorria desde 1999.

Crise “Made in Brazil”

Em 14 de janeiro de 1999, véspera da adoção do câmbio livre pelo Banco Central, os negócios foram suspensos por meia hora e o índice recuou 9,96%. Naquela época, o grande temor era como a economia brasileira iria reagir diante da mudança de política cambial. No dia anterior, também houve interrupção do pregão, com queda de 5,04%.