Magalu (MGLU3) salta quase 24%, Casas Bahia (BHIA3) sobe 12% e mais varejistas disparam na sessão: o que explica movimento?

Mesmo com os fortes avanços na sessão, companhias ligadas ao consumo doméstico ainda têm forte baixa no acumulado do ano

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)
(Shutterstock)

Publicidade

As ações de empresas que têm forte queda no acumulado do ano ligadas à economia doméstica e sensíveis a juros registraram uma sessão de disparada na sessão desta terça-feira (7).

Os ativos do Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em disparada de 23,78%, a R$ 1,77, enquanto Casas Bahia (BHIA3) avançou 11,76%, a R$ 0,57.

Grupo Soma (SOMA3) saltou 7,58%, a R$ 5,96, enquanto Arezzo (ARZZ3) teve ganhos de 7,53%, a R$ 62,57 e Lojas Renner (LREN3) teve alta mais modesta, de 4,52%, a R$ 13,18.

Continua depois da publicidade

Contudo, vale ressaltar que no acumulado do ano os papéis tiveram baixa de ao menos 19%, sendo que BHIA3 acumula queda de 76% em 2023 apesar da disparada na sessão.

O movimento ocorre diante de sinais de que haverá ao menos mais dois cortes de meio ponto porcentual na Selic em dezembro e em janeiro, após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e em meio a falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Os juros futuros e o dólar caem, neste ambiente.

Apesar da ata considerada mais dura (hawkish), Campos Neto disse nesta terça-feira que o Comitê de Política Monetária (Copom) ainda enxerga o ritmo de corte de juros de 0,50 ponto percentual como adequado e que tem visibilidade suficiente para prever a manutenção desse passo pelo menos nas próximas duas reuniões.

Continua depois da publicidade

Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, aponta que a ata do Copom não trouxe muita novidade, além de estar defasada, pois não trouxe os dados de emprego nos EUA (o payroll), que foi divulgado na sexta-feira, mostrando um mercado de trabalho menos aquecido nos EUA, e com isso aumentando as expectativas do mercado de que o Federal Reserve não vai mais subir juros, e já precificando um corte para maio de 2024.

“Isso reforça que o caminho para seguir os cortes de juros na Selic está bem pavimentado. Fica a dúvida, na minha visão, em relação ao tamanho do corte, mas por enquanto o mercado contrata cortes de 0,50 ponto”, avalia.

“Com isso, as ações mais sensíveis a mudanças nas taxas de juros estão entre as maiores altas do dia, e nesse caso, o setor de varejo está despontando, pois é um setor que ‘apanhou’ demais nos últimos anos e estão extremamente depreciados. Portanto, fica claro que qualquer notícia que reforce que os cortes da Selic devam continuar, e talvez até aumentar o ritmo, reflete positivamente nas ações”, aponta o especialista. Empresas de educação e do setor de construção também estão entre as maiores altas da sessão.

Continua depois da publicidade

Ainda em destaque, está a redução de temores sobre a saúde fiscal do país, depois que a Folha de S. Paulo informou em reportagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou o envio nesta semana de uma mensagem para modificar a proposta de meta fiscal de 2024. A decisão daria mais tempo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tentar convencer o restante do governo a postergar uma eventual flexibilização do objetivo fiscal.

Perto do fechamento a curva a termo precificava em 92% as chances de o corte da taxa básica Selic em dezembro ser de 0,50 ponto percentual, como vem sinalizando o BC. Já as chances de corte de apenas 0,25 ponto percentual eram precificadas em 8%. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,805%, ante 10,865% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,61%, ante 10,719% do ajuste anterior.

Continua depois da publicidade

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,755%, ante 10,917%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,975%, ante 11,155%.

(com Reuters)