Magalu (MGLU3), Soma (SOMA3), MRV (MRVE3), Locaweb (LWSA3) e mais: ações de consumo caem até 6,7% após Copom e Fed

Sinalizações de política monetária e novos dados da economia americana abalam ações por aqui, apesar do corte da Selic

Equipe InfoMoney

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A Selic caiu, o Fed manteve os juros, mas isso não impediu que as ações de consumo e de crescimento da Bolsa brasileira tivessem uma sessão de forte queda no pós “super-quarta”. Isso por conta dos sinais dados tanto pelo Comitê de Política Monetária (Copom) quanto pelo Federal Reserve na véspera.

Normalmente, as ações do setor de consumo e de crescimento reagem positivamente à baixa da Selic (que teve um corte de 0,5 ponto percentual, ou p.p., na véspera, para 12,75% ao ano), por conta da visão de crédito e custo de financiamento mais baixos, o que normalmente impulsiona segmentos como de varejo, construção e tecnologia.

Além disso, o valor justo de uma empresa é calculado pelos fluxos de caixa futuros a valor presente, obtido a partir do desconto da taxa de juros. Assim, quanto menor a taxa de juros, maior o valor justo desses ativos.

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Porém, nesta quinta (21), os ativos do Magazine Luiza (MGLU3) caíram 6,75% (R$ 2,35), os do Grupo Soma (SOMA3) tiveram baixa de 6,71% (R$ 6,81) e CVC (CVCB3) teve desvalorização de 5,42% (R$ 2,27), entre as maiores baixas do Ibovespa.

MRV (MRVE3), na sequência, era destaque entre as construtoras em queda no Ibovespa, com baixa de 4,83% (R$ 10,83), enquanto a empresa de tecnologia Locaweb (LWSA3) teve baixa de 5,24% (R$ 6,33). Lojas Renner (LREN3), Alpargatas (ALPA4), Cogna (COGN3), Arezzo (ARZZ3), Petz (PETZ3), Yduqs (YDUQ3) e EzTec (EZTC3) também estavam entre as ações entre baixa de 3% e 5% na sessão desta quinta.

O movimento de queda dessas ações ocorre uma vez que, apesar de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) ter mantido os juros na última reunião, sinalizou um aumento da taxa de juros este ano indicou na quarta-feira que os juros do país seguirão elevados por mais tempo do que o imaginado.

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O Nasdaq caía 1,20% e liderava as perdas dos principais índices de Wall Street nesta quinta-feira, com baixa das ações de crescimento, o que também afeta as ações por aqui.

Soma-se a isso os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que caíram ao nível mais baixo desde janeiro, sinalizando aperto do mercado de trabalho por lá (e corroborando a tese de juros mais altos).

Além disso, na noite de ontem, o Copom do Banco Central (BC) reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 12,75% ao ano, como o esperado pelo mercado. No comunicado, contudo, o BC fez alertas quanto aos riscos fiscais e afirmou que um ritmo de queda de 0,50 ponto continua sendo “apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.

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Fernando Ferreira, estrategista da XP, apontou que a decisão foi em linha com o esperado, mas na curva de juros havia alguma probabilidade de uma aceleração desse corte, talvez para 0,75 ponto nas próximas reuniões.

“Então o mercado tem que continuar se ajustando a essa é a magnitude de corte 0,5 [ponto]. Além disso, o comunicado fala sobre a questão fiscal das metas estabelecidas, o que coloca ali uma dúvida de que, caso o governo tenha que mudar a meta ou não cumpra a meta, se isso pode impactar a magnitude dos cortes futuros ou quanto que o Copom vai continuar cortando”, aponta.

No geral, participantes do mercado disseram que o fato de a decisão ter vindo sem surpresas e sem indicar aceleração do ritmo de queda dos juros limita muito qualquer impacto do Copom nos ativos brasileiros, com o protagonismo da sessão ficando principalmente para o Federal Reserve.

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Assim, no Brasil, a curva de juros acompanha a americana, apesar da queda da Selic. Os DIs para 2024 até caem um ponto-base, a 12,25%, mas os para 2025 e 2027 sobem, respectivamente, 2 e 4,5 pontos, a 10,55% e 10,52%. As taxas dos contratos para 2029 e as dos para 2031 ganham, ambas, sete pontos, a 11,06% e 11,36%, respectivamente.