Magazine Luiza (MGLU3): BBA mantém recomendação neutra e corta preço-alvo para R$ 3

BBA projeta prejuízo de R$ 672 milhões em 2023, mas lucro de R$ 202 milhões em 2024, apoiado por ganhos de rentabilidade e juros mais baixos

Felipe Moreira

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O Itaú BBA manteve recomendação neutra para as ações da Magazine Luiza (MGLU3) após incorporar os resultados mais recentes da varejista, bem como previsões do cenário macroeconômico atualizadas e suposições sobre o custo de capital.

Analistas também rolaram o preço-alvo até o final de 2024 para R$ 3 por ação (antes era de R$ 3,20), o que implica em um potencial de valorização de 16% em relação ao preço de fechamento da última quarta-feira (6), de R$ 2,59.

O time de análise do BBA destaca que o modelo atual inclui o estudo fiscal de juros sobre o patrimônio líquido e a isenção de imposto de renda para subvenções a investimentos – temas que estão atualmente em discussão e que podem enfrentar mudanças a curto prazo. Consequentemente, o banco forneceu estimativas desconsiderando esses efeitos.

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Magazine Luiza (MGLU3): projeções

O volume bruto de vendas (GMV, na sigla em inglês) online de atingir a marca de R$ 44,7 bilhões em 2023 e R$ 50,9 bilhões em 2024 (queda de 6% e 7% em relação às estimativas anteriores, respectivamente), segundo novas projeções do BBA.

No canal de lojas físicas, o BBA reduziu suas estimativas em 7% para 2023 e em 9% para 2024. Como resultado, o banco espera que a receita líquida alcance R$ 38,1 bilhões em 2023 (9% abaixo da estimativa anterior) e R$ 41,6 bilhões em 2024 (10% abaixo da estimativa anterior).

De acordo com o relatório, a redução das projeções de receita refletem tendências mais fracas do que o esperado observadas no primeiro semestre de 2023.

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Em termos de rentabilidade, os novos números para a margem Ebitda (Ebitda sobre receita) implicam em uma revisão negativa de 160 pontos-base para 2023, chegando a 5,5%, e uma queda de 110 pontos-base para 2024, chegando a 6,8%.

Os novos números foram “impulsionados, principalmente, por uma margem mais fraca do que a esperada durante o primeiro semestre de 2023, afetada por algumas mudanças fiscais (como a reintrodução da taxa DIFAL e mudanças na dinâmica de crédito de PIS/COFINS) e pressões de desalavancagem operacional”, explicam analistas.

MGLU3: Volta ao lucro, em 2024

No geral, BBA projeta um prejuízo líquido de R$ 672 milhões em 2023, mas um lucro líquido de R$ 202 milhões em 2024, apoiado por ganhos de rentabilidade e previsões de taxas de juros mais baixas. Ao excluir benefícios ficais, a previsão de resultado líquido para 2024 ficaria em R$ 17 milhões negativos.

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“Continuamos vendo a empresa bem posicionada para sustentar sua posição como um dos principais players do setor. Mas o dinamismo de curto prazo, mais desafiante do que o previsto, levou a uma revisão em baixa das nossas estimativas”, aponta a análise.

“Reconhecemos que estas ações estão significativamente alavancadas pela descida das taxas de juro e poderiam beneficiar de uma potencial reavaliação no espaço do consumidor, mas ainda nos falta a garantia de avaliação necessária para nos deixarmos confortáveis ​​com uma opção mais otimista”, completa o BBA.