Maior fundo soberano do mundo tem prejuízo de US$ 32 bilhões no 3º trimestre

O resultado de 825 bilhões de coroas norueguesas marca o terceiro resultado mais fraco do fundo desde o seu lançamento em 1990

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo em ativos, registrou uma perda de 4,9% no terceiro trimestre deste ano, o que representa uma perda de 273 bilhões de coroas norueguesas, ou US$ 32,17 bilhões. O resultado ocorreu por conta do sell-off global em ativos de risco, que atingiu as participações de capital do fundo.

O resultado de 825 bilhões de coroas marca o terceiro resultado mais fraco do fundo desde o seu lançamento em 1990. Ele também foi o seu pior resultado desde outubro de 2011, quando ele o retorno foi negativo em 8,8%.

O Norges Bank Investment Management, a divisão do banco central da Noruega que administra o fundo de riqueza soberana, disse nesta quarta-feira (28) que os grandes movimentos do mercado acabaram impactando fortemente o fundo, dada sua grande dimensão.

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“O retorno negativo sobre os investimentos de capital foi impulsionado pelo abrandamento da economia global e da queda nos mercados acionários globais, especialmente no mercado chinês”, disse Yngve Slyngstad, CEO do Norges Bank em comunicado à imprensa.

“Com o fundo tão grande como é hoje, esta (a flutuação do mercado) pode ter um impacto considerável no curto prazo. O fundo tem um horizonte de longo prazo, no entanto, e está em uma boa posição para enfrentar a volatilidade de curto prazo no mercado”, acrescentou.

O fundo – que investe através das receitas provenientes do petróleo do país – viu o seu investimento de capital ter um retorno negativo de 8,6% no trimestre, enquanto o investimento imobiliário teve retorno de 3%.

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 O fundo tem 60% dos seus ativos em ações, com grandes participações na Nestle, Apple, as farmacêuticas Novartis e Roche, assim como a Royal Dutch Shell, HSBC e BlackRock. Cerca de 35% do fundo é em renda fixa, com o restantes 5% no mercado imobiliário.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.