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A Marfrig (MRFG3), uma das maiores empresas de proteínas animais do mundo, encerrou o segundo trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 784 milhões, ante lucro líquido de R$ 4,255 bilhões no mesmo período de 2022.
Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, amortização de depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 42,3%, para R$ 2,299 bilhões, e a receita líquida consolidada da companhia recuou 5,7%, para R$ 32,514 bilhões.
Embora tenha colaborado para evitar uma queda maior da receita líquida, as operações da Marfrig nos Estados Unidos, onde a empresa controla a National Beef, foram determinantes para a piora dos resultados. Naquele país, onde o ciclo pecuário é negativo para os frigoríficos, as margens estão em queda em virtude da redução da oferta de gado. Na América do Sul, em contrapartida, as margens cresceram no segundo trimestre, sobretudo graças ao ciclo pecuário positivo no Brasil, com oferta de animais em alta – na região, a companhia opera também no Uruguai, na Argentina e no Chile.
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Na América do Norte, a receita líquida cresceu 0,6% na comparação entre os segundos trimestres, para R$ 14,565 bilhões. O Ebitda recuou 60,2%, para R$ 759 milhões, e a margem Ebitda diminuiu de 13,2% para 5,2%. Na América do Sul, a receita caiu 18,6%, para R$ 5,788 bilhões e o Ebitda foi 14,8% menor (R$ 578 milhões), mas a margem Ebitda subiu de 9,5% para 10%.
A BRF (BRFS3), empresa na qual a Marfrig é a principal acionista, também pesou negativamente sobre os resultados, com reduções de 5,7% na receita líquida, para R$ 12,161 bilhões, de 31,1% no Ebitda, para R$ 1 bilhão, e de 11,3% para 8,3% na margem Ebitda.
Como previsto quando participou do recente follow-on que capitalizou a BRF, a Marfrig também está anunciando nesta segunda-feira um aumento de capital privado que chegará a R$ 2,1 bilhões – R$ 1,5 bilhão garantidos por seu controlador, o empresário Marcos Molina. Segundo Tang David, diretor-executivo da Marfrig, o aumento envolve 300 milhões de ações (R$ 7,21 por ação, que é a média dos últimos 60 pregões).
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Para este segundo semestre, a expectativa dos executivos da Marfrig é que o cenário continue difícil nos EUA do ponto de vista de oferta de gado, mas que a demanda externa por carne bovina aqueça os embarques feitos tanto pela América do Norte quanto pela América do Sul. E que o cenário no mercado brasileiro continue favorável, como realçou Rui Mendonça, CEO da Marfrig para a América do Sul.