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As ações ordinárias do Méliuz (CASH3) foram destaque de alta do Ibovespa na sessão desta sexta-feira (14). Os papéis CASH3 saltaram 13,26%, a R$ 8,03, após atingirem uma máxima de R$ 8,18, ou alta de 15,37%, no pregão.
O movimento ocorre após o BTG Pactual reiterar recomendação de compra para os papéis da companhia e destacar que ela foi “esquecida” no último rali, com queda de 40% no acumulado do ano (até o fechamento da véspera), enquanto o Ibovespa sobe quase 9% no período.
O BTG tem preço-alvo de R$ 18 para as ações ordinárias da companhia, potencial de valorização de 154% frente ao fechamento da véspera.
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Os analistas do BTG Pactual destacam terem participado de uma reunião com o diretor executivo (CEO) da companhia, Israel Salmen, e outros executivos nesta semana, apontando que a empresa deve, no segundo semestre, começar a colher frutos do seu acordo com o BV e de uma melhora do cenário macro.
“O acordo comercial, através do qual o BV atuará como parceiro financeiro do Méliuz, deve render resultados significativos a partir da segunda metade do ano”, diz o time, chefiado por Ricardo Buchpiguel.
Em junho, a Méliuz assinou um acordo definitivo para a venda do Bankly para o BV, um processo que se arrastava desde o fim do ano passado. A partir da concretização do negócio, toda a operação de serviços financeiros do Méliuz, como emissão de cartões e oferta de crédito, passará ser feita pelo BV.
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O risco de crédito, o custo operacional dos serviços financeiros e o funding passarão a ser do Banco Votorantim e a companhia de cashback deve ser remunerada por cartões ativados.
“Mesmo após a conclusão do acordo com o Bankly, o Méliuz ainda precisará de suas soluções BaaS [banking as a service] para integrar seus serviços. O primeiro semestre foi dedicado principalmente à conclusão de todas as integrações necessárias com o BV, preparando o terreno para que o acordo comercial entre em vigor, e à redução de custos para melhorar a rentabilidade”, explicam. “O acordo deve acelerar o retorno dos serviços financeiros, proporcionando ao Méliuz uma base de custos mais eficiente e uma geração de caixa mais rápida”.
As transferências da base de cartões e de contas digitais devem ser concentradas ao longo do segundo semestre, o que deve começar a tirar pressão da companhia do lado dos custos.
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O BTG ainda destaca que, futuramente, BV e Méliuz devem trabalhar para oferecer novos serviços financeiros para os clientes da empresa, com maior potencial de monetização.
“Após a redução de 23% do pessoal no início do ano, esperamos menores custos no segundo trimestre devido à renegociação com fornecedores e menores custos de demissão”, falam. “As economias de custo associadas à parceria comercial com o BV aparecerão mais no terceiro trimestre”.
Por outro lado, espera-se que a desaceleração da atividade de comércio eletrônico continue impactando o crescimento do volume bruto de vendas (GMV, na sigla em inglês) nesses períodos. O provável início do ciclo de corte de juros, contudo, tende também a mudar esse cenário.
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“Com o possível retorno do comércio eletrônico devido a um ambiente macroeconômico melhor e impactos sazonais, o Méliuz está posicionado para atingir um Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês] equilibrado, o que significa um aumento em nossos números”, diz o time, chefiado por Ricardo Buchpiguel.
O banco, por fim, lembra que a Méliuz tem uma posição de caixa de R$437 milhões, o que representa 76% da sua capitalização de mercado, e que receberá R$ 210 milhões da venda do Bankly (a serem distribuídos aos acionistas).
“Antes do IPO, o Méliuz tinha fluxo de caixa positivo (antes de acelerar os investimentos de crescimento) e operava com uma posição de caixa abaixo de R$ 20 milhões. Embora a empresa esteja a caminho de acabar com a queima de caixa, ela não planeja distribuir todo o seu caixa excedente’ para deixar a porta aberta para oportunidades futuras”, falam.
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