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(Bloomberg) — Os investidores individuais estão correndo de volta para ativos de risco. Os extremamente ricos não querem ficar de fora. O posicionamento em fundos mútuos de referência praticamente nunca expressou tanto otimismo. E isso diante de um salto de 11% do S&P 500 em menos de três meses.
O entusiasmo com as bolsas é música para os ouvidos de corretores e gestores de ações. Mas para quem teme a unanimidade, tamanha empolgação preocupa.
“Os investidores entram na onda, aproveitam a alta e se convencem de que vai continuar assim para sempre”, alerta Aron Pataki, gestor de carteiras da Newton Investment Management, que supervisiona US$ 62 bilhões. “Normalmente há euforia antes dos recuos.”
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Não que o entusiasmo não se justifique. O S&P 500 acumula alta de 30% incluindo dividendos este ano.
A sondagem da BofA Global Research junto a gestores de fundos, divulgada em 17 de dezembro, mostra que o otimismo segue firme. As projeções para o crescimento econômico global tiveram o maior acréscimo em registro, enquanto as alocações dos investidores em ações subiram para o maior nível em um ano. Paralelamente, a sondagem concluiu que o posicionamento em instrumentos de altíssima liquidez é o menor em seis anos.
Uma análise da RBC Capital Markets junto a investidores institucionais em dezembro também mostra o otimismo transbordando. A parcela de entrevistados que se declara pessimista no momento caiu para 15%, a menor desde o terceiro trimestre de 2018, quando o S&P 500 iniciou um movimento de queda de 19,8%. Ao mesmo tempo, a turma empolgada se avolumou e a diferença entre otimistas e pessimistas é a maior desde que a RBC começou a coletar os dados.
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O posicionamento entre investidores táticos de fundos mútuos está se aproximando de patamares extremos. Jason Goepfert, presidente da Sundial Capital Research, acompanha a família de fundos Rydex e conta que os operadores que usam os produtos “quase nunca foram tão otimistas”. A pontuação de um indicador composto de diferentes posicionamentos em Rydex se encontra entre as 4% mais elevadas do último quarto de século.
Dados da Bloomberg Intelligence mostram entusiasmo crescente também na indústria de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês), que movimenta US$ 4 trilhões. Ao longo do ano, a entrada de recursos nos ETFs de renda fixa superou os fluxos para ETFs de renda variável, mas isso mudou. No quarto trimestre, os ETFs de ações atraíram US$ 75 bilhões, mais que o dobro do que entrou em fundos de renda fixa.
O otimismo não chega a ser indefensável. Dados da economia global sugerem que o pior já passou e a força do mercado de trabalho deve sustentar os gastos do consumidor nos EUA. O banco central americano prometeu manter os juros inalterados após três cortes este ano e vem ampliando seu balanço patrimonial toda semana.
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