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SÃO PAULO – O banco de investimentos Merrill Lynch acredita que as recentes posições adotadas pela Arábia Saudita, e seus efeitos para o mercado de petróleo, deverão refletir numa forte redução na cotação do barril da commodity no curto prazo.
Arábia Saudita aumentará produção
Na última semana, a Arábia Saudita propôs à OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) um aumento nas cotas de produção da ordem de 2,0-2,5 milhões de barris de petróleo por dia. A organização discutirá o aumento no próximo dia 03 de junho, quando haverá reunião da organização em Beirute, no Líbano.
Além disso, o país deverá aumentar unilateralmente sua produção diária em junho para cerca de US$ 9 milhões de barris de petróleo diários, o que representaria um aumento de cerca de 18% sobre a atual cota de produção do país, que é de 7,638 milhões de barris por dia.
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Hedge funds possuem grandes posições
Com relação a esse aumento, os analistas da Merrill Lynch, em relatório divulgado nesta segunda-feira, acreditam que indica uma posição de que a OPEP objetiva preços menores do que os patamares atuais, para que se estabeleçam em patamares politicamente palatáveis, devido ao nervosismo dos países importadores.
Outro fato analisado pelo banco de investimentos é de que o anúncio da Arábia Saudita parece ter tido um efeito psicológico contrário ao dos recentes cortes nas cotas de produção, especialmente dada as grandes posições de petróleo que os hedge funds detêm atualmente. Vale lembrar que, no final da última semana, o petróleo sofreu fortes quedas.
Além disso, de acordo com o relatório, os hedge funds detêm atualmente 130 milhões de barris, enquanto historicamente uma posição de 60 milhões de barris por parte dos hedge funds foi considerada muito grande.
Cotações devem ter forte recuo
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Assim, os analistas da Merrill Lynch acreditam que sob a ótica da oferta e da demanda, o aumento nas cotas de produção da commodity, combinada com os níveis flutuantes de produção, podem oferecer um grande risco aos detentores de barris de petróleo e estimam que nos próximos 30 dias, o barril em Nova York deverá ser negociado entre US$ 33 e US$ 41,15. Entre 60 e 90 dias, a commodity deverá estar oscilando entre US$ 28,5 e US$ 33,5.