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A Minerva (BEEF3) trouxe um bom resultado do segundo trimestre. De acordo com analistas, o destaque positivo do balanço, divulgado na noite dessa quarta-feira (9), foram as margens de rentabilidade.
Por volta das 11h30 (horário de Brasília), os papéis ordinários da companhia subiam 2,20%, R$ 10,99.
“A rentabilidade já está aqui. Acreditamos que a forte expansão da margem foi o destaque do segundo trimestre, o que deve aliviar parcialmente as preocupações dos investidores sobre a recuperação dos ganhos”, fala o time do Itaú BBA, encabeçado por Gustavo Troyano.
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A margem bruta do frigorífico chegou a 20,8%, ante 17,9% no mesmo período do ano passado e 18,1% no primeiro trimestre. O ciclo do gado positivo no Brasil, com o aumento dos animais disponíveis, vem diminuindo a pressão dos custos da companhia.
“A Minerva apresentou sólidas margens Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês] o que estava amplamente em linha com nossa estimativa, mas com o número ainda 40 pontos-base acima do consenso”, diz o time do Santander, chefiado por Rodrigo Almeida.
“O aumento da margem foi impulsionado por um ciclo em melhoria no Brasil, onde os preços do gado continuaram a cair e as exportações de carne bovina melhoraram significativamente em relação ao trimestre anterior”, complementa a equipe.
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Do outro lado, no entanto, a receita líquida da Minerva ficou em R$ 7,2 bilhões, queda de 14,1% no ano – isso com o volume total de vendas recuando apenas 2,4%, para 314,1 mil toneladas.
O menor faturamento se deu, principalmente, por conta do recuo do preço da carne. Houve impacto também no Ebitda, de R$ 711,2 milhões (baixa de 8,6% no ano), e no lucro líquido, de R$ 120,7 milhões (baixa de 71,6% no ano).
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Minerva espera melhora de preços com China
Apesar do faturamento ainda fraco, por conta dos baixos preços da carne no mercado mundial, a expectativa da Minerva é que isso melhore até o final do ano – com o cenário puxado principalmente pela China.
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“Vemos uma inflexão dos preços na China. Eles bateram o fundo e agora se recuperaram. Vale lembrar que o Brasil ficou suspenso de vender para o país, mas os embarques estavam feitos o que formou estoque por lá. Houve um represamento de produtos que impediu os preços de subirem”, diz Fernando Galletti de Queiroz, diretor executivo (CEO) da Minerva.
Para eles, apesar de a economia chinesa estar dando sinais de enfraquecimento, o consumo de carne bovina, por lá, se tornou algo estrutural após problemas sanitários com as proteínas de frango e de porco (gripe aviária e suína, respectivamente). O recuo dos estoques também deve liberar espaço para as altas.
“Estamos otimistas com a demanda na Ásia, principalmente com a retomada da China. Isso, combinado com o ciclo do gado caindo nos EUA e com o momento do mesmo ciclo no Brasil, sustentam nosso otimismo para o fim do ano”, falou Edison Ticle, diretor financeiro (CFO).
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Segundo os executivos, a antecipação de dividendos, de R$ 114 milhões, foi uma demonstração de confiança de que o cenário será benigno até o final de 2023 – que deve, entre outras coisas, refletir em um melhor Ebitda e uma melhor alavancagem.
Fora isso, a Minerva enxerga que deve ainda melhorar sua posição de caixa. No primeiro trimestre, o mau momento do mercado de crédito, com juros altos e o impacto da recuperação judicial da Americanas (AMER3) levou a companhia a financiar seus fornecedores, movimento que já enfraqueceu no segundo trimestre e que deve diminuir até o final do ano.
“Evolução positiva do mercado de crédito tem melhorado o fluxo de caixa, permitindo que deixemos de financiar fornecedores. Houve liberação de espaço no capital de giro de R$ 62 milhões”, expôs o CFO.
Analistas destacaram que, no segundo trimestre, o fluxo de caixa livre, de R$ 191 milhões, foi normalizado devido a esse movimento – mas ainda vindo um pouco mais fraco do que o esperado.