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A Minerva (BEEF3) minimizou as preocupações com a notícia de um caso de vaca louca no Pará, levando posteriormente ao embargo de exportação de carne brasileira à China. Para os executivos do grupo, que realizaram nesta sexta-feira (24) uma teleconferência com analistas após a publicação dos resultados do quarto trimestre de 2022, o bloqueio das vendas não deve se estender por muito tempo.
“Achamos que teremos um limite de tempo não muito longo para a China reestabelecer as compras de carne bovina do Brasil”, disse Fernando Queiroz, diretor executivo (CEO) da Minerva.
De acordo com ele, clientes do gigante asiático já demonstraram preocupações com os preços da carne bovina após o anúncio do embargo. A China está reabrindo sua economia, depois das restrições impostas pela política de Covid Zero, e teria, por causa dos lockdowns, baixo volume de estoque.
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“A carne bovina virou um item de consumo dentro das casas dos chineses durante a pandemia. Os estoques estão baixos, por conta das restrições da Covid”, comentou o executivo. “Pipeline demora de 90 a 120 dias e o país vem se mostrando preocupado com a questão de alta dos preços”.
Ele explicou que as autoridades brasileiras já apresentaram a primeira prova de que o caso de vaca louca se trata de um caso atípico, ou seja, quando o bovino desenvolve a doença não por contaminação, mas sim por uma condição natural ligada à idade avançada. Agora, é necessário uma contraprova e, no caso da China, o país deve ainda enviar uma comissão ao Brasil.
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No quarto trimestre de 2022, as restrições na China impactaram os volumes de vendas da Minerva, que caíram na base trimestral – o que também não assustou os diretores, por “não se tratar de um problema estrutural”.
“Dos volumes, não temos nada estrutural. No Brasil, houve queda por conta da China. No Paraguai houve um problema climático. Uruguai, questão de ciclo. Argentina foi uma decisão pensada, por conta das restrições às exportações”, explicou Queiroz. “Não é um guidance, mas achamos que em 2023 podemos crescer em 10% ou 15% em volume, de forma orgânica, sem a ALC”.
A Minerva está otimista que irá ganhar, no futuro, alguma fatia de mercado em determinadas regiões, com vantagens operacionais que estão acumulando e aproveitando alguns obstáculos que atrapalham seus concorrentes.
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Os Estados Unidos, por exemplo, é um importante produtor de carne bovina e, no momento, o país passa por uma redução do seu rebanho, em meio ao ciclo natural do gado. “Tivemos a informação pela imprensa de que o Brasil terá abertura do mercado do México, um dos grandes países importadores de carne. Com os Estados Unidos com seu rebanho caindo, é uma oportunidade para nós”, contextualizou o executivo.
E enquanto os EUA têm queda do rebanho, o do Brasil já está em um ciclo ascendente e o do Uruguai, virando para o lado positivo. Isso deve, de acordo com o frigorífico, tirar pressão das margens, uma vez que as cabeças de gado são adquiridas por preços menores, visto a maior oferta.
“Oferta do gado brasileiro teve anos de retenção e agora há uma oferta maior” falou o CEO. “A queda do rebanho de gado americano abre oportunidade nas vendas para lá e também para os países que eles exportam. É benéfico por dois lados”.
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Quanto ao mercado doméstico, a estratégia da Minerva, por conta do momento macroeconômico, com muitas famílias endividadas, seguirá sendo a de trabalhar com cortes mais baratos. Além disso, o frigorífico também buscará avançar nos produtos premium, voltados a clientes com maior renda e que são menos expostos à crise.
Por fim, para a ALC, frigorífico australiano adquirido no fim de 2022 pela Minerva, a expectativa é também de ganho de mercado de carne de cordeiro. A Austrália, onde a nova subsidiária se encontra, segundo os executivos, está em um bom momento do ciclo do rebanho destes animais.
“ALC é focada nos EUA, Japão e Coreia, que são mercados importantes, mas estamos conversando com novos mercados, como Índia, e vimos como chamamos atenção. Estamos vendo potencial de estar em novos mercados com a nossa carne de cordeiro”, mencionou.