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SÃO PAULO – A Mirae Asset Wealth Management está se preparando para entrar forte no restrito e complexo mercado de administração de fundos, segmento que, nas palavras da própria empresa, é “carente” de bons serviços no Brasil. Para isso, um investimento milionário em tecnologia e em pessoas está sendo feito pela instituição sul-coreana, que espera alcançar ainda em 2018 uma fatia bilionária deste mercado até o fim do ano.
“Pretendemos atender fundos líquidos chamados de 555 [referente à instrução da CVM], fundos de fundos, multimercados e fundos estruturados, oferecendo toda a cadeia de serviços necessária para Administração, Controladoria, Custódia e Distribuição, e em breve, escrituração de cotas”, diz Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae e conselheiro eleito da Ancord (Associação Nacional da Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias).
Com aprovação concedida em dezembro pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para atuar como administração fiduciária, a Mirae entrará num segmento com forte participação dos 4 grandes bancos do País – Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander – mas também com outras instituições como BEM, Intrag e BNY Mellon (veja ranking ao final da matéria). O público-alvo deste serviço são gestores de recursos, clientes institucionais, seguradoras, fundos de pensão, bancos e empresas.
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A Mirae apoia-se na sua expertise em mercados emergentes para brigar por uma fatia deste bolo. “Não é um projeto pequeno, entraremos gigante neste mercado”, diz Spyer. Quase R$ 1 milhão já foi investido desde dezembro na criação desta nova área e a meta é investir mais R$ 2 milhões nos próximos 12 meses, afirma o diretor. Três profissionais foram contratados para montar a área de administração dos fundos e a área pode chegar a ter 6 pessoas. “Queremos começar grandes para se colocar como um player relevante. Só assim ela vai dar certo”, diz Spyer.
A área deve ter o “start” na operação em junho, quando os primeiros fundos administrados deverão ser lançados. “Já temos 8 clientes novos com propostas enviadas e aceitas, totalizando R$ 800 milhões. Alguns deles já estão rodando em versão ‘Beta’ ou testando o serviço. E existem conversas com fundos que estudam administrar mais de R$ 2 bilhões em ativos conosco, que é a nossa meta de 2018”, explica. Para a estratégia dar certa, o diretor aposta na combinação “bons serviços com preço baixo”, visando assim ganhar escala.
Além do crescimento orgânico, o grupo asiático considera aquisições de outras administradoras no Brasil. “Nenhuma conversa está descartada e há oportunidades no mercado”, conclui o diretor da Mirae.
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As obrigações de uma administradora de fundos, segundo a ANBIMA:
Prestação de serviço de Administração Fiduciária:
*Constituição e registro do fundo;
*Processos societários e contratuais envolvendo o fundo;
*Convocação e confecção das atas de assembleia;
*Atendimento das demandas dos órgãos reguladores e autorreguladores;
*Due Diligence nos Prestadores de serviços contratados;
Monitoramento do envio de dados e informações à CVM e ANBIMA;
*Enquadramento dos fundos;
*Gerenciamento de risco.
Serviço de Controladoria e Custódia:
*Controle do fundo; Controladoria dos Ativos (carteira, Compra e Venda de Ativos) e Passivo (Aplicação e resgates de cotistas);
*Divulgação das cotas;
*Liquidação financeira;
*Controle de eventos;
*Contabilização;
*Guarda física e eletrônica da Custódia de papéis do Fundos;
*Precificação dos ativos.
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Ranking dos maiores administradores de fundos do Brasil, segundo a ANBIMA (dados de março de 2018)
Posição | Administrador | Total (em R$ bilhões) | % do total administrado |
1. | BB DTVM | 896,4 | 20,8% |
2. | ITAÚ UNIBANCO | 601,8 | 14,0% |
3. | BRADESCO | 535,8 | 12,5% |
4. | CAIXA | 351,6 | 8,2% |
5. | BANCO SANTANDER | 286,6 | 6,7% |
6. | BEM | 281,8 | 6,5% |
7. | INTRAG | 261,8 | 6,1% |
8. | BNY MELLON | 174,6 | 4,1% |
9. | CREDIT SUISSE HEDGING-GRIFFO | 164,3 | 3,8% |
10. | BTG PACTUAL | 124,8 | 2,9% |