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SÃO PAULO – A segunda-feira (29) é mais uma vez morna para o Ibovespa, mas algumas recomendações chamam a atenção dos investidores e levam a significativas variações em ações dentro e fora do benchmark da bolsa nesta sessão.
As ações da BRF (BRFS3, R$ 33,65, -1,03%) caem após terem a recomendação reduzida pelo Citi, mas chegaram a cair 4% na mínima do dia, enquanto os ativos de BR Malls (BRML3, R$ 14,73, +3,37%) e Iguatemi (IGTA3, R$ 47,42, +1,35%) reagem positivamente às indicações do Credit Suisse.
Já a Hypera (HYPE3, R$ 31,77, +4,30%) sobe, apesar de não ter apresentado números muito animadores. Porém, eles mostraram um cenário de gradual recuperação, levando à elevação de recomendação pelo BB Investimentos. Confira as recomendações que estão chamando a atenção dos investidores:
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Hypera (HYPE3)
As ações da Hypera registram alta após o resultado do segundo trimestre. A farmacêutica registrou uma alta de 21,3% no lucro líquido do segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 336,9 milhões. Contudo, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) das operações continuadas, por sua vez, recuou 16,7%, para R$ 282,8 milhões.
O ativo HYPE3 teve a sua recomendação elevada de market perform (desempenho em linha com a média do mercado) para outperform (desempenho acima da média do mercado) pelo BB Investimentos.
O preço-alvo é de R$ 38,10 e implica um potencial de alta de 21% em
relação ao último fechamento.
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Já com recomendação equivalente à neutra para a ação, o Bradesco BBI destaca que os números de venda ao consumidor final são construtivos, mostrando que a companhia parece estar no caminho certo para entregar um ganho de participação de mercado por meio de inovação e alavancando as suas plataformas de distribuição.
“Por outro lado, ainda vemos pressão em margem bruta e que o crescimento de vendas está condicionado a promoções mais agressivas e marketing”, apontam os analistas do banco.
BRF (BRFS3)
Os analistas do Citi liderados por Alexander Robarts rebaixaram os papéis da BRF de neutro para venda na sequência de recente valorização. Os papéis registram alta de mais de 50% no acumulado de 2019, em boa parte por conta da valorização com a menor oferta de carnes por conta da gripe suína na China.
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O Citi mencionou o “valuation” e reduziu as estimativas de lucros para
a BRF, incorporando frustração nos ganhos no primeiro trimestre, menores vendas domésticas em 2019 e maiores custos com soja.
Os ganhos recentes trazem um prêmio para a ação possivelmente insustentável em relação aos níveis pré-recessão, quando as margens Ebit eram estruturalmente mais altas, e a alavancagem e a concorrência eram menores”.
De acordo com o Citi, para sustentar o “valuation”, o Ebitda de 2020 da BRF precisaria crescer 25%, enquanto a estimativa de crescimento do
Ebitda do Citi é de cerca de 7%. Já o preço-alvo foi elevado, passando de de R$ 23,5 para R$ 28,00, o que configura uma queda de 26% em relação aos patamres negociados na tarde desta sessão.
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Shoppings
Os analistas Luis Stacchini e Vanessa Quiroga, do Credit Suisse, elevaram as recomendações para os papéis de BR Malls (BRML3) e Iguatemi (IGTA3) para outperform (desempenho acima da média do mercado), aumentando também os preços-alvos das ações de R$ 15,50
para R$ 17,40 e de R$ 45,00 para R$ 57,00 respectivamente.
As ações BRML3 fecharam o pregão da sexta-feira (26) em R$ 14,25, de modo que o potencial de valorização é de 22%. IGTA3 terminou a última sessão em R$ 47,60, um upside de 19,8% até o preço-alvo.
Os analistas traçaram um panorama sobre a temporada de balanços para o setor e apontaram que a Iguatemi reportará as vendas em mesmas lojas mais fortes, em 6% ou 7%, com uma recuperação de receitas bastante expressiva contra o primeiro trimestre.
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A BR Malls também deve apresentar bons resultados na opinião dos analistas, uma vez que terá menos provisões e um perfil mais benigno de crescimento da receita líquida.
Para a equipe do banco, Aliansce (ALSC3) e Iguatemi devem ser os maiores vencedores do segundo trimestre.
Com relação à Aliansce, os analistas esperam expansão maior da receita líquida, atingindo 9% na comparação anual, o que se somaria à desalavancagem para levar a um crescimento mais expressivo de fluxo de caixa operacional.
A recomendação se manteve em outperform, mas o preço-alvo foi elevado de R$ 26,00 para R$ 32,20. A valorização corresponde a 16,7% dos R$ 27,60 na cotação da sexta.
(MULT3) e BR Properties (BRPR3), por outro lado, teriam resultados mais fracos. A última porque as áreas alugadas de Passeio Corporate e Plaza Centenário ainda não começaram a gerar receitas. A primeira por causa das vendas em lojas comparáveis mais difíceis.
A recomendação para Multiplan se manteve em outperform, com aumento do preço-alvo de R$ 31,50 para R$ 33,00. O valor de fechamento no último pregão foi de R$ 27,60, o que dá uma valorização de 19,6% até o alvo.
Por fim, a BR Properties teve sua recomendação mantida neutra e o preço-alvo elevado de R$ 10,00 para R$ 11,20. Em relação ao fechamento de sexta em R$ 9,90 isso significaria uma alta de 13,1%.
Braskem (BRKM5)
O Morgan Stanley retomou a cobertura de Braskem com recomendação “Underweight” e preço-alvo de R$ 34,50.
Segundo os analistas, Bruno Montanari e Guilherme Levy, as ações da companhia foram negociadas sem uma referência de avaliação apropriada durante a maior parte dos últimos doze meses, dadas as negociações com a LyondellBasell.
“Em nossa opinião, no entanto, a ação ainda reflete um prêmio residual de algum evento corporativo que não é baseado em nada que possa se desdobrar no futuro próximo”, destacam os analistas. “Não podemos deixar passar o atual prêmio da Braskem em relação aos pares em meio a vários fatores de risco que cercam a ação ”, complementam.
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Segundo o documento, o mercado ainda está se ajustando às expectativas de spread petroquímico mais baixas no curto e médio prazo, enquanto a recente adição de capacidade de polietileno – especialmente de produtores americanos de baixo custo – ainda está sendo digerida em meio a expectativas de demanda enfraquecidas.
Para o Morgan Stanley, diante da chance de que o ciclo “demorar mais para virar”, podem ocorrer revisões no lucro da companhia avaliando que, atualmente, “o consenso está muito otimista”.
Entre os fatores de risco, eles destacam as preocupações com a questão ambiental em Alagoas, as ADR na NYSE, preocupações com fornecimento de etano no México e a potencial remoção de tarifas de importação e outros subsídios no Brasil.
Fleury (FLRY3)
O Citi elevou o preço-alvo para a ação da Fleury de R$ 21 para R$ 25 (o que configura um upside de 5,80% frente o fechamento de sexta) por conta do menor custo de capital, risco-País mais baixo e expectativa mais otimista para lucros. Já a recomendação foi mantida como neutra.
As estimativas para lucros do Fleury em 2019 e 2020 foram elevadas pelo Citi em 2% e 7%, respectivamente.
O banco destaca gostar do Fleury tendo em vista fundamentos e longo prazo. Porém, afirma que o crescimento continua relativamente
modesto, em meio a um duro ambiente competitivo.
Outras recomendações
A Cemig (CMIG4) teve a recomendação elevada a outperform pelo Safra, com preço-alvo de R$ 16,50, o que implica um potencial de alta de 17% em relação ao último fechamento.
Já a Alupar (ALUP11) teve a recomendação reduzida pelo banco de outperform para neutra, com preço-alvo de R$ 27 (implicando um potencial de alta de 2,5% em relação ao último fechamento).
O Safra também reduziu a recomendação de outperform para neutra da Cesp (CESP6), com preço-alvo de R$ 29,10, implicando em um potencial de alta de 3,9% em relação ao último fechamento.
O Morgan Stanley, por sua vez, instituiu o preço-alvo de R$ 9,50 por ação da Usiminas (USIM5) para 2020, o que configura um potencial de valorização de 7,5% em relação ao fechamento da última sexta.
“Nós temos recomendação equalweight para as ações uma vez que não vemos os papéis registrando um desempenho mais forte do que o Ibovespa até que as condições macroeconômicas no Brasil melhorem”, avaliam os analistas do Morgan.
Eles reforçam que a Usiminas é altamente exposta ao mercado de aço doméstico e deve enfrentar trimestres desafiadores com menor crescimento do volume e pressão de margens.