Movida (MOVI3) vai alongar vida útil de parte da frota para tentar diminuir depreciação

Extensão deve valor para parte da frota que foi adquirida por tíquete médio mais elevado

Mitchel Diniz

Renato Franklin, CEO da Movida
Renato Franklin, CEO da Movida

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O quarto trimestre de 2022 foi mais um período de forte depreciação da frota de veículos da Movida (MOVI3). No segmento de rent-a-car (RAC), a depreciação trimestral anualizada chegou a 10,3%. No de gerenciamento e terceirização de frota (GTF), de aluguéis corporativos, com contratos de longo prazo, foi a 4,8%.

O aumento no  RAC é atribuído ao ciclo de transição no mix da safra e da normalização do mercado de seminovos.

“Vale lembrar que as taxas de depreciação do segmento RAC poderão ser beneficiadas pelo alongamento da vida útil de parte da frota e pela melhora nas condições comerciais das últimas compras que fizemos de carros em 2022”, afirmou Gustavo Moscatelli, CFO da Movida.

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Esta foi a primeira teleconferência de Moscatelli como executivo da Movida. No mês passado, ele substituiu Edmar Prado Lopes Neto, que passou a assumir outras funções dentro do grupo Simpar (SIMH3).

“As compras realizadas nos últimos dois trimestres já estão com tíquete médio adequado para o segmento”, afirmou o CFO. No terceiro trimestre, o valor médio de compra foi de R$ 78,695 mil e, no quarto trimestre, de R$ R$ 73,740 mil.

Nos doze meses com término no segundo trimestre de 2022, a Movida adquiriu cerca de 55 mil veículos por tíquete médio bem maior, de R$ 90,364 mil, o que representa 24% da frota.

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“Nessa frota, vamos adotar a estratégia de alongar a vida útil, obviamente sem perder a qualidade do serviço para nossos clientes, e com isso minimizar a depreciação desses carros”, disse Moscatelli.

No trimestre passado, o valor de compra da Movida no segmento de RAC ficou abaixo do valor de venda pela primeira vez em 2022. “Isso melhora o fluxo de caixa, além de um ciclo novo de rentabilidade com um mix correto da frota”.

No GTF, a transição demora a ocorrer, dado que o ciclo do ativo é mais longo. “Ainda teremos mais lotes de carro a menor valor para vender, que foram comprados antes do ciclo de apreciação que a indústria teve nos últimos períodos”, afirmou o CFO.

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A empresa terminou 2022 com R$ 6,824 bilhões em caixa.

“Na minha visão, a companhia possui um custo de dívida acima do seu risco de crédito. Vamos utilizar o caixa para fazer uma gestão forte de passivos no curto prazo”, disse o executivo.

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Renato Franklin, CEO da Movida, disse que a transição da frota para um mix mais popular tende a beneficiar tanto a dinâmica de depreciação quanto de fluxo de caixa.

“Isso nos deixa em posição mais confortável do que em anos anteriores e do que outros players que vão ter de renovar suas frotas nesse mercado de crédito mais duro”, afirmou.

Ainda segundo o CEO, o segundo semestre de 2022 já trouxe algumas oportunidades de negociação com a indústria automotiva. “A gente veio melhorando os descontos, não chegando ainda ao nível pré-pandemia,  mas bem melhor do que 2021 e início de 2022”, disse.

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“A gente acredita que o cenário deste ano tem mais oferta para venda direta. O varejo está sofrendo bastante com o cenário macro, de crédito para o consumidor final, e isso acaba ajudando a gente, a gerar mais oferta de carro”.

Franklin explicou também que a Movida antecipou compras de veículos para aproveitar condições melhores. Com isso, há uma frota não operacional maior do que deveria existir. “Vamos trabalhar para aumentar o retorno dessa frota e reduzir sua depreciação”, afirmou.

Para 2023, não há pressão de crescimento de frota, segundo ele. “Atingimos uma boa escala. Se a gente entender que é melhor para a companhia reduzir frota, a gente pode reduzir sem nenhum problema. O nosso compromisso é com a geração de valor “, afirmou.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados