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Os números operacionais reportados pela construtora MRV (MRVE3), referentes ao terceiro trimestre, vieram abaixo do esperado, com destaque negativo para queima de caixa de R$ 1,2 bilhão no período. Além disso, a companhia teve a recomendação para as suas ações reduzidas. Com isso, no pregão desta segunda-feira (17), as ações tiveram forte queda de 11,42%, a R$ 9,31, sendo destaque negativo do Ibovespa, em uma sessão positiva para o índice.
“Todas as unidades de negócios consumiram mais caixa do que nos trimestres anteriores, mas Resia apresentou R$ 969 milhões devido à falta de vendas de projetos no terceiro trimestre”, diz BBA, em relatório.
Para analistas do BBA, não há motivo para alarme, pois não enxergam risco de liquidez para empresa. A MRV possui, possivelmente, ativos líquidos (ex.: recebíveis, estoque, unidades Resia e Luggo) que poderiam ser monetizado, se necessário.
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Ainda assim, a equipe de analistas acredita que a falta de clareza sobre a geração de caixa nos próximos trimestres (principalmente nos EUA) pode afastar os investidores das ações por enquanto.
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No geral, os números operacionais da MRV ficaram abaixo do projetado pelo Credit Suisse, mas analistas do banco enxergam os incrementos de preços na operação de baixa renda como uma conquista positiva. Mesmo que a forte queima de caixa possa ser “chocante” e “preocupante”, a empresa está no caminho certo para expandir as operações da Resia, o que enxergam como positivo em um horizonte de longo prazo.
Além disso, o time de análise destaca que ainda há um projeto em Miami que deve ser vendido no próximo trimestre e minimizar a queima de caixa estrutural que a subsidiária está demandando.
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Na visão do Credit Suisse, o mercado “deve focar mais na queima de caixa do Brasil, que apesar de negativo, já era esperado e não sinaliza um sinal de alerta para as operações do core business”.
Dessa forma, o banco suíço diz continuar construtivo com o caso de investimento da MRV, devido aos ventos favoráveis das melhorias no programa Casa Verde e Amarela (CVA) e de um melhor cenário de custos de materiais.
O Bradesco BBI, por sua vez, espera que alguns dos “efeitos negativos observados no 3T22 sejam temporários ou transitórios: 1) no Brasil, novas regras do programa CVA devem permitir que a MRV reacelere os lançamentos e vendas já no 4T22 e entregue margens melhores ao longo de 2023; e 2) o consumo de caixa do ramp up da Resia deve continuar, mas atenuado pela venda de projetos (não tivemos nenhum no 3T22), eventualmente equilibrando a geração de caixa quando produção e vendas atingirem o patamar de 5,5 mil unidades/ano, provavelmente em 2024. o risco percebido sobre o aumento da Resia em um momento de aperto nos EUA é altamente justificável, pois as taxas de capital dos REITs dos EUA ainda estão abaixo dos planos de negócios da Resia’a, mas claramente em uma tendência crescente”.
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BBI reitera classificação outperform (equivalente à compra) para MRV e preço alvo de R$ 17, o que representa um potencial de valorização de 61,8% frente o preço de fechamento de sexta-feira (14) de R$ 10,51, pois enxerga assimetrias de valor positivas para a ação. Credit Suisse também mantém recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 15, upside de 42,7% frente ao preço de fechamento.
Por outro lado, Itaú BBA decidiu rebaixar as ações da MRV de outperform para market perform (equivalente à neutro) após assimetria menos atraente depois da prévia operacional. O preço-alvo foi reduzido de R$ 15 para R$ 12, o que representa um potencial de valorização de 14,2% frente a cotação de fechamento da véspera.
Victor Bueno, analista da Nord Research, destacou que as quedas que a ação apresentou estão muito mais relacionadas com a recomendação neutra e corte no preço-alvo pelo Itaú BBA, do que realmente com os fundamentos da companhia.
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“Com muita visibilidade de crescimento de forma diversificada para os próximos anos, a MRV segue sendo em nossa visão a melhor oportunidade no setor brasileiro de incorporação”, avalia.