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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira, 2, que não vê, por ora, risco de fuga de dólares do Brasil em função do menor diferencial entre as taxas daqui, que caem, e dos Estados Unidos, que estão em alta nos juros de longo prazo.
Ao considerar o diferencial de juros, ainda elevado, e a percepção de risco atual, Campos Neto disse que o deslocamento de recursos a outros mercados não é o cenário mais provável e não está “no preço” neste momento.
Ele, contudo, apontou preocupação com a possibilidade de os juros continuarem subindo nos Estados Unidos, reconhecendo que, nesse caso, o cenário pode mudar. “Se a taxa de juros longa nos Estados Unidos continuar alta e continuar subindo, em algum momento, podemos ter saída de recursos acelerada”, disse Campos Neto durante evento da Abracam, associação que representa as corretoras de câmbio.
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Assim, ele cobrou cuidado na condução da política monetária, já que a inflação segue resiliente no mundo. Nos Estados Unidos, projetou Campos Neto, os gastos com o serviço da dívida devem alcançar no ano que vem uma proporção do Produto Interno Bruto (PIB) parecida com a do Brasil. “Era uma coisa inconcebível até um tempo atrás”, declarou o presidente do BC para frisar, na sequência, que a barra fiscal vai ficar mais alta para redução de juros no mundo.
Numa avaliação do cenário internacional, Campos Neto citou a mudança no modelo de crescimento da China: de uma expansão baseada em infraestrutura para o consumo e a inovação, o que deve fazer com que o gigante asiático cresça menos por algum tempo.
Mais uma vez, o presidente do BC ressaltou que a autoridade monetária tem buscado derrubar a inflação no Brasil com o menor custo possível para a sociedade. Ao lembrar dos erros das projeções de crescimento da economia, também repetiu a observação de que o País, como resultado de efeitos das reformas realizadas nos últimos sete anos, pode ter elevado o seu potencial de crescimento com menor pressão inflacionária.
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“O mercado tem errado bastante para baixo as projeções de crescimento. As pessoas começaram a se perguntar se não seria o caso de estudar um pouco se todas essas reformas feitas nos últimos anos estão causando crescimento estrutural mais alto”, disse Campos Neto.