Noruega afirma que mortes de idosos no país não tiveram relação direta com vacina da Pfizer

"As mortes excessivas da Noruega sugerem que elas estão ocorrendo em indivíduos com doenças graves e descontroladas", afirma analista

Allan Gavioli

Logotipo da Pfizer (Bloomberg)
Logotipo da Pfizer (Bloomberg)

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SÃO PAULO – O governo da Noruega afirmou que não há nenhum vinculo estabelecido entre as mortes de mais de 30 idosos no país e a vacina da Pfizer. Entretanto, o país recomenda uma avaliação médica dos idosos e das pessoas mais frágeis antes de aplicar o imunizante.

Os relatórios iniciais da Noruega levantaram uma preocupação à medida que o mundo procura os primeiros sinais de potenciais efeitos colaterais das vacinas, embora as próprias fabricantes e agências reguladoras afirmarem que os efeitos colaterais das vacinas são mínimos.

As autoridades de saúde do país vieram à público para tentar dissipar as preocupações de segurança levantadas pela morte de alguns pacientes idosos depois que eles foram vacinados contra a Covid-19 com a vacina da Pfizer.

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“Claramente, a Covid-19 é muito mais perigosa para a maioria dos pacientes do que a vacinação”, disse Steinar Madsen, diretor médico da Agência Norueguesa de Medicamentos à agência de notícias Bloomberg, acrescentando que é difícil provar uma conexão entre a vacina e as mortes. “Não estamos alarmados”.

Na Noruega, 33 pessoas com 75 anos ou mais morreram após a imunização, de acordo com os últimos dados da agência. Ainda segundo o órgão, todos os idosos que faleceram já estavam gravemente doentes.

O país escandinavo já vacinou quase toda a sua população que vive em lares de idosos e casas de repouso, com mais de 48 mil pessoas vacinadas desde o início da campanha de vacinação no final de dezembro, segundo os últimos relatórios da agência do país.

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Camila Stoltenberg, diretora do Instituto Norueguês de Saúde Pública, informou que, entre as 13 mortes que foram analisadas mais exaustivamente até agora pelos especialistas do instituto, todos os falecidos eram “pessoas muito idosas, frágeis e que sofriam de doenças graves”, declarou Camila em coletiva de imprensa na última segunda-feira (17).

“No que diz respeito às causas das mortes, ainda não houve análise”, esclareceu. “Mas, o mais importante é lembrar que 45 pessoas morrem diariamente nos lares de idosos da Noruega. Portanto, não foi estabelecido que haja um excesso de mortalidade, nem que o mesmo esteja relacionado com as vacinas”, destacou.

Além do trabalho das autoridades de saúde norueguesas, as empresas responsáveis pelo medicamento, a americana Pfizer e a alemã BioNtech agora também estão trabalhando com o país nórdico para investigar as mortes.

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A agência de saúde pública norueguesa afirma que deixou claro, antes mesmo do início do programa de vacinação, que “espera-se que as mortes ocorram em um contexto relacionado ao tempo com a vacinação” para as pessoas “mais velhas e mais doentes” que recebem a vacina.

“O conceito de limitar a vacinação da Covid-19 para pessoas com menos de 75 anos de idade não é suportado pelos dados da nossa análise, apesar de a Noruega relatar uma taxa de mortalidade muito maior após o uso da vacina Pfizer. As mortes excessivas da Noruega sugerem que elas estão ocorrendo em indivíduos com doenças graves e descontroladas”, sugere a análise de Sam Fazeli, analista sênior da Bloomberg Inteligence.

O primeiro relatório de segurança da vacina no território europeu deve ser publicado no final de janeiro e trará mais detalhes sobre como a população do continente reagiu à vacina.

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Além da vacina da Pfizer, a Noruega aprovou o uso emergencial do imunizante da Moderna, que teve sua aplicação iniciada na última sexta-feira (15).

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.