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A Orizon (ORVR3), empresa que atua na gestão de resíduos e geração de energia, quer deixar claro ao mercado que a última linha reportada no balanço do terceiro trimestre não reflete em nada sua capacidade de gerar lucro – agora e no futuro.
O resultado foi reflexo, sim, dos pesados investimentos feitos pela companhia no decorrer deste ano, garante o CEO Milton Pilão ao InfoMoney. O prejuízo líquido do intervalo de julho a setembro foi de R$ 29,6 milhões, mais de 20 vezes pior que o registrado no terceiro trimestre de 2021, porém o número foi impactado por ajustes contábeis sem efeito de caixa, explica o executivo.
“Cerca de R$ 48 milhões do nosso resultado negativo tem a ver com amortização e depreciação de mais-valia dos novos ativos que nós consolidamos”, afirma Pilão, fazendo referência a mais de uma dezena de aquisições de aterros sanitários que a companhia realizou em 2022.
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O CEO prefere jogar luz ao dado que ele realmente considera relevante no trimestre: o aumento de 86% na geração de caixa, com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) ajustado em R$ 71,2 milhões. “Isso mostra que nossa geração de caixa mudou de patamar”.
Pilão reforça ainda que há outro dado que corrobora que o proforma só conta uma parte do desempenho da empresa: existem R$ 15 milhões em créditos de carbono produzidos, mas que não foram realizados pela empresa, além de R$ 3,8 milhões em biometano. “São produtos que costumamos negociar na melhor janela – que normalmente é o quarto trimestre”, acrescenta.
Nova empresa de energia
A Orizon aproveitou a divulgação dos resultados trimestrais para anunciar sua nova empreitada no setor de energia: a BioE, que atuará na comercialização de biometano ao mercado. Antes, a empresa contava com intermediários para negociar sua produção – etapa da cadeia que será assumida pela nova companhia.
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A BioE será responsável pela compra e processamento de biogás e pela venda de energia e biometano da Orizon, modelo que já funciona na unidade de Paulínia, no interior de São Paulo. O objetivo da Orizon é investir R$ 1,2 bilhão nos próximos cinco anos no projeto. Em 24 meses, a empresa espera que o novo negócio gere R$ 550 milhões de Ebitda por ano.
Investimentos
Para ajudar a financiar o projeto, a companhia irá emitir R$ 400 milhões em debêntures não-conversíveis em ações. A operação, que foi anunciada na última semana, já está na rua para captação.
Apesar do forte investimento, Pilão deixa claro que a alavancagem não subirá a níveis preocupantes. No último trimestre, a relação entre dívida líquida e Ebitda foi de 3,1 vezes – porém, ao considerar a geração de caixa não contabilizada, o índice cai para 2,2 vezes – abaixo do considerado ideal pela companhia, de 3 vezes.
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“Eu diria que o terceiro trimestre foi o máximo de alavancagem que atingimos. Com nossos novos ativos atingindo a maturidade, a tendência é da alavancagem cair”, defende o CEO.
Parceria com a Sabesp
Outra empreitada subsequente ao terceiro trimestre foi a venda de 20% de uma unidade de tratamento de resíduos em Barueri para a Sabesp (SBSP3) por R$ 40 milhões. A planta será focada no modelo “waster to energy”, em que caldeiras queimam o lixo para gerar energia.
As obras se iniciam no primeiro trimestre de 2023, com entrega prevista em 2025. A operação demandará R$ 550 milhões de investimentos, para uma expectativa de R$ 100 milhões de Ebitda anuais quando estiver em pleno funcionamento.
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“Vemos esse negócio com grande potencial de sinergia operacional, além da credibilidade que a Sabesp traz ao mercado para garantir o funding do negócio”, avalia Milton Pilão. A Orizon obteve a concessão do espaço por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) que vai até 2051.
XP reforça compra
A XP avaliou os resultados do terceiro trimestre como positivos. Os analistas Herbert Suede e Maíra Maldonado destacam que a geração de caixa da companhia superou em 4% as expectativas do research.
“A empresa apresentou um sólido desempenho operacional, com aumento nos volumes em todos os segmentos negócios e um movimento estratégico interessante que consistiu na criação de um braço separado para explorar as fontes de receita do biogás”, escrevem Suede e Maldonado.
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A XP reforçou compra do papel a um preço-alvo de R$ 43 por ação, muito próximo do valor em que a empresa operava por volta de 11h10 desta quarta-feira (16), de R$ 42,08.
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