Novo acidente na Usiminas, Locamerica quintuplica lucro e mais 11 balanços no radar

Confira esses e outros destaques corporativos desta terça-feira 

Weruska Goeking

Indústria siderúrgica na China
Indústria siderúrgica na China

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SÃO PAULO – Novo acidente na Usiminas de Ipatinga, Oi reduz prejuízo em meio a recuperação judicial e Locamerica quintuplica lucro líquido. Confira esses e outros destaques corporativos desta terça-feira (14):

Usiminas (USIM5)

A usina da Usiminas em Ipatinga (MG) teve um novo acidente grave na segunda-feira (13), três dias após a explosão de um equipamento que deixou 34 feridos, segundo o sindicato local. Um funcionário da de uma empresa terceirizada sofreu acidente na correia transportadora da sinterização e acabou com um dos braços amputado. A Usiminas confirmou o acidente com o eletricista de 36 anos “que realizava atividade de manutenção programada no local quando se acidentou” e afirma que o fato não tem relação com a explosão. 

Oi (OIBR4)

A Oi apresentou prejuízo líquido de R$ 1,233 bilhão, queda de 70,4% em relação ao prejuízo de R$ 4,162 no mesmo período de 2017. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de rotina foi de R$ 1,563 bilhão ante R$ 1,617 bilhão no segundo trimestre do ano passado, quando a empresa deu entrada em seu pedido de recuperação judicial.

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A Fitch elevou o rating da empresa, que está em recuperação judicial, para B-, com perspectiva estável, em decorrência da melhora no perfil financeiro da empresa. após a redução da dívida em seu plano de recuperação judicial. 

Locamerica (LCAM3)

A Locamerica registrou lucro líquido de R$ 48 milhões, alta de 389,8% em relação ao mesmo segundo trimestre de 2017. O Ebitda foi de R$ 224,9 milhões, aumento de 261%, e margem Ebitda de 59,4% ante 61,3% no segundo trimestre do ano passado.

O resultado acima das expectativas se deve à uma performance mais forte que a esperada no segmento de aluguel de frotas e ao resultado melhor que o esperado no segmento de seminovos. “Ressaltamos que, apesar de ainda estar incorrendo em custos com a aquisição, já houve ganhos com melhoria de processos e melhor depreciação por carro”, afirma o time de análise da XP Research. 

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“Ficamos satisfeitos com os resultados de Locamerica, que apesar de um trimestre ainda desafiador no Brasil e de estar no meio de um processo de aquisição, já começa a entregar sinergias importantes”, afirmam os analistas, que têm recomendação de compra para os papéis. 

M Dias Branco (MDIA3)

A empresa registrou lucro líquido de R$ 209,7 milhões no segundo trimestre, alta de 5,2% em relação ao mesmo período de 2017. A receita líquida foi de R$ 1,4 bilhão, aumento de 7,8% e o Ebitda foi de R$ R$ 275,8 milhões, em alta de 11,3%. 

“O resultado veio muito forte mesmo considerando a incorporação da Piraquê em maio, surpreendendo o mercado com uma margem Ebitda em 18,4%”, afirmam os analistas do BTG Pactual. O custo mais alto do trigo no trimestre teve um impacto bem menor que esperado na margem bruta e, além disso, foi mais do que compensado por preços médios mais fortes e menores despesas com vendas.

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“A combinação de preços, impacto do preço do trigo tardio e melhor controle de despesa explicam a surpresa positiva. Esse resultado deixa a impressão da superioridade da execução, mas vale lembrar que o pior está por vir e vemos espaço para piora no ‘momentum’ de ganhos, uma vez que a conta do preço mais alto do trigo vai chegar nos próximos trimestres”. Diante dessa cautela, o BTG manteve a recomendação neutra para os papéis. 

Petrobras (PETR4;PETR3) e Braskem (BRKM5)

Segundo informações do jornal Valor Econômico, a Petrobras enfrenta pressão interna contra a venda da participação que detém na Braskem, diz o Valor. Técnicos da estatal estariam tentando dissuadir conselheiros e alto escalão de aprovarem o exercício do direito de acompanhar a Odebrecht, sócia, no possível negócio com a LyondellBasell, preocupados que a saída do setor petroquímico vai na contramão do que estão fazendo petroleiras globais.

Kroton (KROT3)

A Kroton anunciou o aumento do capital social da controlada Saber Serviços Educacionais de R$ 290 milhões. O capital da Saber passará de R$ 223,5 milhões para R$ 513,5 milhões. A Saber é a nova denominação do Sistema Pitágoras de Educação Sociedade e consolidará todas as operações de educação básica, incluindo as decorrentes da compra da Somos Educação.

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O aumento do capital será feito mediante a emissão de 290 milhões de novas ações ordinárias, ao preço de R$ 1, integralmente subscritas e integralizadas por controladas da Kroton.

Even (EVEN3)

A Even reportou prejuízo líquido de R$ 30,377 milhões, queda de 61,2% em relação ao prejuízo de R$ 78, 292 milhões no segundo trimestre de 2017. A receita líquida foi de R$ 377,1 milhões, queda de 1,2% na comparação com o mesmo trimestre de 2017, e o Ebitda ajustado foi negativo em R$ 4,1 milhões. A margem Ebitda ajustada foi de -1,1% ante -4,7% no segundo trimestre do ano passado.

EzTec (EZTC3)

A EzTec registrou lucro líquido de R$ 14,716 milhões, queda de 33% em relação ao segundo trimestre de 2017, e a receita líquida foi de R$ 68,873 milhões, recuo de 35%. O Ebitda ficou negativo em R$ 7,159 milhões ante R$ 14,962 milhões no segundo trimestre de 2017. A margem ebitda ficou em -10,4% ante +14,1% no mesmo período do ano passado. 

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Alupar (ALUP11)

A Alupar registrou lucro líquido ajustado de R$ 93 milhões, queda de 18% em relação ao observado um ano antes. O Ebitda foi de 332 milhões, alta de 2%, e a margem Ebitda subiu de 77% para 80,1%.

“Vemos a Alupar como um nome defensivo com interessantes perspectivas de crescimento, tendo em vista seus investimentos esperados até 2022, de R$ 4,5 bilhões”, avaliam os analistas do Brasil Plural. Eles destacam ainda que alguns dos projetos de transmissão da empresa “parecem estar adiantados”, de modo que a monetização de algumas dessas operações pode começar antes do esperado.

“Até agora, a ação teve desempenho muito abaixo do Ibovespa (queda de 13,5% ante alta de 1,4% do Ibovespa em 12 meses), apesar da consistência da empresa no desenvolvimento de seus projetos. Assim, vemos um ponto de entrada interessante para a ação, com a empresa negociando com uma TIR implícita de 11,1% em termos reais, de acordo com nossas estimativas”, afirma o Brasil Plural, em relatório. Segundo os analistas, essa diferença de desempenho entre a ação e o Ibovespa é “mais do que suficiente” para justificar a recomendação overweight (acima da média do mercado ou o equivalente a compra). 

São Martinho (SMTO3)

A São Martinho teve lucro líquido de R$ 104 milhões no primeiro trimestre da safra 2018/19 (abril a junho), queda de 11% ante o mesmo período do ano anterior. O Ebitda foi de R$ 401,4 milhões no trimestre, queda de 15,6% em relação ao mesmo período da temporada passada. A receita líquida foi de R$ 771,2 milhões, recuo de 11,1%.

Os analistas do Itaú BBA mantiveram recomendação de outperform (acima da média do mercado, o equivalente a compra) para as ações da empresa, com cenário base de que a São Martinho terá frutos com a estratégia ao vender a maior parte da produção a preços atraentes no período de entressafra, compensando os preços baixos do etanol atualmente.

“Tirando o efeito da sazonalidade, gostamos do resultado”, avaliam os analistas do BTG Pactual. “Raramente o primeiro trimestre da safra é relevante para as empresas do setor, dada a capacidade de postergar as vendas para arbitrar a sazonalidade dos preços. No caso da São Martinho, que possui ampla capacidade de armazenamento e um balanço robusto, essa estratégia ganha ainda mais importância”, destacam os analistas.

Diante disso, eles destacam a queda de Ebitda e veem o dado com cautela. “Nossa opinião é que ela reflete principalmente a decisão de adiar as vendas de etanol até o final do ano-safra, quando a São Martinho espera vender impressionantes 87% da produção total e, espera-se, capturar preços muito mais favoráveis”, avalia o BTG. 

Light (LIGT3)

A Light reportou prejuízo líquido de R$ 25 milhões devido, principalmente, ao efeito econômico da marcação a mercado do swap para os bonds no valor de R$ 77 milhões (líquido de imposto). O Ebitda ajustado consolidado atingiu R$ 446 milhões, registrando um aumento de 110,8% contra o mesmo período do ano anterior devido ao melhor desempenho da Distribuidora. A margem Ebitda foi de 16,1% ante 9,2% no segundo trimestre de 2017.

A equipe da XP Research destaca o aumento das perdas não técnicas (desvios de energia), ilustrando as maiores dificuldades de operação com a crise do Rio de Janeiro. “Esperamos uma reação negativa para as ações, mas notamos que as mesmas já negociam a patamares excessivamente descontados”, avaliam.

Itaúsa (ITSA3;ITSA4)

A Itaúsa, holding que controla o banco Itaú Unibanco e as empresas Duratex e Alpargatas, registrou lucro líquido de R$ 2,05 bilhões no segundo trimestre deste ano, recuo de 6% em relação a igual intervalo de 2017. A receita líquida subiu 17,6%, para R$ 1,34 bilhão. 

A companhia também divulgou o pagamento de dividendos R$ 0.19920/ação em 30 de agosto e de JCP (juros sobre capital próprio de R$ 0.00816 líquido/ação, tendo como cálculo a posição em 17 de agosto.

Eletrobras (ELET3)

O governo fará uma avaliação sobre a data do leilão de quatro distribuidoras de eletricidade controladas pela Eletrobras, inicialmente previsto para o próximo dia 30, disse o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Dyogo Oliveira. 

CVC (CVCB3)

A CVC acertou a compra da Esferatur por R$ 245,1 milhões, conforme fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A Esferatur tem 26 anos de atuação na intermediação de passagens áreas para agências de viagens e possui 14 unidades que atendem diferentes regiões do Brasil com reservas confirmadas anuais de R$ 1,8 bilhão em 2017. O fundador da Esferatur, permanecerá como diretor geral da empresa, assim como executivos chaves, pelo menos até junho de 2021.

A empresa é o segundo player do mercado, atrás apenas da RexturAdvance. O preço base pela aquisição será pago aos vendedores da seguinte forma: (a) 70% na data do fechamento da operação, sendo ao menos 20% em moeda corrente nacional e até 50% mediante entrega de ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal de emissão da Companhia; e (b) 30% em 5 parcelas anuais iguais, a serem corrigidas pelo CDI desde a data do fechamento da operação até o efetivo pagamento de cada uma das parcelas, em moeda corrente nacional. A exclusivo critério da Companhia, até 50% do preço de cada uma das parcelas poderá ser pago em ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal de emissão da companhia. 

Segundo os analistas do BTG Pactual, a aquisição foi um bom movimento estratégico. “A integração deve ser rápida, porque já integraram a Rextur Advance (mesmo negócio) e devem melhorar as margens ao longo dos próximos anos (atualmente margem é de cerca de 35%)”, afirmaram em relatório.

Bradespar (BRAP4)

A Bradespar confirmou que vai utilizar os R$ 2,4 bilhões de uma emissão de notas promissórias comerciais para cumprir a parte que cabe à holding na ação movida pelo banco Opportunity, de Daniel Dantas, relativa a uma disputa sobre um direito de opção de compra de ações da Valepar, antigo grupo controlador da Vale (VALE3).

As ações da Bradespar tiveram queda de 1,19% ontem na B3. Ontem, a holding também divulgou um prejuízo líquido de R$ 618,9 milhões no segundo trimestre, uma alta de 430% em relação às perdas de R$ 116,8 milhões do mesmo período do ano passado. Ao todo, o pagamento ao Opportunity envolve a marca de R$ 4 bilhões. A emissão de notas da Bradespar foi aprovada pelo conselho de administração da holding na sexta. 

BRF (BRFS3)

A BRF considera emissão externa de até US$ 1 bilhão, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. A empresa pode vender notas no exterior para alongar vencimentos e melhorar liquidez, segundo duas pessoas familiarizadas ao assunto, mas a transação pode ser adiada em meio à turbulência nos mercados emergentes, disse uma das pessoas.

Vulcabras (VULC3)

A Vulcabras registrou lucro líquido de R$ 33,04 milhões, queda de 36% na comparação com o segundo trimestre do ano passado, e a receita recuou 9%, para R$ 280,8 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 47,3%, para R$ 44,2 milhões. A margem Ebitda passou de 27,2% para 15,7%.

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida registrou lucro líquido de R$ 149,7 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 7,6% na comparação com o mesmo período de 2017. A receita avançou 19,9%, para R$ 1,11 bilhão, e o Ebitdasubiu 5% em relação ao segundo trimestre de 2017, para R$ 209 milhões. A margem Ebitda passou de 21,5% para 18,8%.

Para o BTG Pactual, o resultado veio fraco e sem surpresas. “Apesar da fraca performance recente, papel deve ficar sob pressão no dia. O ‘silver lining’, que é uma das principais métricas operacionais estruturais da empresa (crescimento de base, receita e sinistralidade) continua sob controle, o grande problema do tri, na nossa opinião, foi realmente despesas gerais e administrativas”, disseram.

Mais balanços

Depois do fechamento da Bolsa são esperados os dados de Kroton (KRTO3), Technos (TECN3), Somos Educação (SEDU3), PDG Realty (PDGR3), Marfrig (MRFG3), IMC Holdings (MEAL3), Estácio (ESTC3), Copel (CPLE6), Cesp (CESP6), Banrisul (BRSR6).

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