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As ações da Nu Holding (NU), controladora do Nubank, negociadas na Bolsa de Nova York e os BDRs (recibo de ações negociados na B3) ROXO34) registram ganhos na sessão após pedir solicitação de licença bancária no México para expandir oferta de produtos e também com visão positiva do Morgan Stanley para os ativos.
Em NY, os ativos NU subiram 6,74%, a US$ 8,23, enquanto o BDR ROXO34 avançou 8,20%, a R$ 6,99.
O Nubank solicitou à Comissão Nacional Bancária e de Valores Mobiliários (CNBV), o regulador do mercado financeiro do México, licença bancária para sua operação local, o Nu México. De acordo com a fintech, a licença permitirá uma oferta mais ampla de produtos aos clientes. O México é a segunda maior operação do grupo, atrás do Brasil.
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Essa oferta incluirá investimentos, portabilidade de salário e também limites de depósito mais altos, segundo o Nubank. No Brasil, a fintech tem um conglomerado financeiro com licenças de instituição de pagamentos e de financeira, mas não de banco. Na Colômbia, atua apenas como corporação, e busca uma licença de empresa financeira.
“Como agora somos capazes de criar e lançar produtos em ritmo muito mais rápido, precisamos garantir o quadro regulamentar adequado para desbloquear os próximos passos da nossa jornada de crescimento no México”, diz em nota a cofundadora e diretora de crescimento do Nubank, Cristina Junqueira. “Acreditamos que a Licença Bancária é a opção certa para a empresa e para os nossos planos de longo prazo.”
Segundo ela, os clientes mexicanos têm demandado uma gama maior de produtos bancários.
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“Estamos muito entusiasmados com todos os produtos que iremos lançar a curto prazo, mas nosso compromisso com o México é a longo prazo e os clientes nos pedem para ir além: elevar os limites de depósitos, produtos de investimento e portabilidade de salário para o Nu”, afirma o líder do Nu México, Iván Canales.
“Portanto, ao transformar nossa atual licença Sofipo em uma Licença Bancária, seremos capazes de garantir uma figura regulatória ainda mais ampla e robusta que vai nos permitir continuar libertando cada vez mais mexicanos da complexidade característica das instituições incumbentes”, conclui Canales.
Ainda em destaque, o Morgan Stanley reforçou na noite da véspera as ações negociadas em NY do NU como a sua principal escolha (top pick) do setor financeiro na América Latina, com recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra). O preço-alvo para os ativos foi elevado de US$ 11 para US$ 16, ou um potencial de valorização de 107% frente o fechamento da véspera.
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“O Nubank poderá atingir um valuation de US$ 100 bilhões até 2026. O aumento da penetração do produto no Brasil e o sucesso no México e na Colômbia são altamente subestimados. O nosso novo modelo de produto por produto e país por país sugere que poderiam ser desbloqueados US$ 65 bilhões em capitalização de mercado”, aponta. O atual market cap da companhia é de US$ 38,543 bilhões.
“Estamos elevando nossas estimativas de lucro líquido em até 46% até 2028 e colocando os nossos números de 2025 a 2028 30 a 50% acima do consenso”, apontou.
A oportunidade de venda cruzada no Brasil poderia desbloquear US$ 43 bilhões em valor de mercado, destaca a equipe de análise. Para os analistas, o Nubank tem uma oportunidade única de conquistar maior participação de carteira entre seus clientes no Brasil por meio da venda cruzada de produtos que ainda apresentam baixa penetração (por exemplo, empréstimos pessoais, consignados e compra a prazo).
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“Por exemplo, esperamos que o Nubank possa fazer vendas cruzadas de empréstimos consignados para 8% de sua base de clientes ativos no Brasil e conquistar 14% de participação de mercado daqui a cinco anos”, avaliam os analistas do banco.
Já o México e a Colômbia poderiam adicionar US$ 22 bilhões ao valor de mercado do Nubank, liberando um valor significativo que ninguém parece estar precificando, segundo eles.
“O Nubank está bem posicionado para o sucesso no México e na Colômbia, em nossa opinião, pois pode alavancar sua marca poderosa, a melhor em experiência do cliente, superioridade tecnológica, processos avançados de subscrição e estrutura de baixo custo nesses sistemas bancários ineficientes. O México e a Colômbia têm uma população combinada de 180 milhões em comparação com 200 milhões no Brasil, níveis semelhantes de PIB per capita ajustados à paridade de poder de compra e uma grande parcela da população mal servida e sem conta bancária. Acreditamos que as operações do Nubank nesses dois países deverão crescer em ritmo acelerado”, avaliam.
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Assim, veem uma enorme oportunidade de captar novos clientes (45 milhões até 2028) e aumentar a rentabilidade através da venda cruzada de novos produtos que deverão ser lançados em um ritmo mais rápido em relação ao que ocorreu no Brasil.
“Por exemplo, a empresa já lançou empréstimos pessoais no México no mês passado e planeia lançar empréstimos consignados antes do final do ano. E acreditamos que poderá fazer vendas cruzadas de empréstimos pessoais e consignados para 10% e 5%, respectivamente, de sua base de clientes ativos no México, conquistando 12% e 9% de participação de mercado, respectivamente, daqui a cinco anos”, reforça.
De 16 casas que cobrem o ativo negociado em NY, 10 recomendam compra, 4 manutenção e 2 recomendam venda, segundo compilação feita pela Refinitiv.
(com Estadão Conteúdo)