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Bons resultados são esperados para as petroleiras “juniors” (ou “juniores”) no terceiro trimestre de 2023 (3T23), com a PRIO (PRIO3) inaugurando a temporada nesta terça-feira (31) e devendo ser um dos destaques positivos.
A XP aponta que, durante o 3T23, os preços médios do Brent subiram 11%, impulsionando os resultados das empresas de E&P [Exploração e Produção], enquanto, por outro lado, os preços e spreads fracos do setor petroquímico reduziram os resultados das empresas deste segmento.
Das petroleiras “juniores” PRIO, PetroReconcavo (RECV3) e 3R Petroleum (RRRP3), os analistas da casa apontam que a 3R deve apresentar o maior aumento trimestral de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), de mais de 270%, no primeiro resultado reportado com números cheios do seu portfólio completo.
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A PRIO deverá apresentar mais um trimestre recorde, com o Ebitda aumentando 84% na base de comparação trimestral. Já a PetroReconcavo continua a enfrentar desafios com eventos não recorrentes e o seu Ebitda deverá aumentar 11%.
O Bradesco BBI vê PRIO e 3R registrando Ebitda recorde impulsionado pelo crescimento orgânico e inorgânico, bem como pelos fortes preços do petróleo.
A Eleven também destaca que os resultados das companhias devem ser majoritariamente positivos, invertendo a dinâmica do trimestre passado.
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O cenário favorável para o preço do Brent e maiores produções das companhias impulsionam os bons resultados esperados para o período.
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Além da alta do brent, outro fator positivo para as receitas das companhias foi a valorização do dólar médio no período em 2%. A maioria das empresas apresentou um significativo ganho de produção e vendas.
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Também para a Eleven, o destaque fica para a 3R, que também é a Top Pick (ação preferida do setor) da casa. A 3R contou com os dados cheios de produção de Potiguar pela primeira vez em um trimestre e produção 51% acima do 2T23. A Prio também contou com um avanço expressivo nas vendas, com maiores offtakes de Albacora. Já a PetroRecôncavo apresentou a evolução mais tímida entre os pares, mas deve apresentar um crescimento considerável nos resultados.
“Para o ano, continuamos esperando um grande incremento de produção paras Junior Oils, que vem incorporando ativos significativos e transformacionais para seus cases de investimentos. A perspectiva setorial também é positiva, a IEA (International Energy Agency) espera um aumento de demanda de 2,3 milhões de barris/dia (mb/d) para 2023, puxada pela China, responsável por 77% deste crescimento”, avalia.
Já o Itaú BBA, que aborda as produtoras “independentes” de petróleo, inclui também em sua análise a Enauta (ENAT3), que vê como o destaque negativo do trimestre, enquanto acredita que a PRIO seja o destaque positivo novamente com um resultado limpo e números recordes. A Enauta divulga seus números 10 de novembro, após o fechamento.
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Confira abaixo a projeção dos analistas para os resultados das petroleiras juniors:
PRIO (PRIO3): divulgação dia 31 de outubro, após o fechamento do mercado
A Eleven espera um crescimento significativo nos resultados devido ao crescimento de 36% no volume vendido com um forte aumento nos offtakes (vendas) de Albacora Leste (+112% na base trimestral) e maior preço do Brent no período.
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A produção cresceu 10% no trimestre, atingindo uma média de 100 mil barris de óleo equivalente (boe)/dia, um importante marco para a companhia, que deve ajudar na diluição dos custos e incrementar a margem operacional.
A XP espera que a PRIO reporte números recordes (novamente). Os analistas preveem que a receita líquida aumentará em 67% trimestre a trimestre, para US$ 810 milhões, impulsionada por maiores vendas (+35% no trimestre, devido a um aumento de 10% na produção e menores estoques), preços mais altos do Brent e o fim dos impostos sobre a exportação de petróleo (que reduziu as receitas do 2T23 em US$ 48 milhões).
Além desses fatores, a alavancagem operacional (a XP espera um lifting cost, ou custos de extração de petróleo, de cerca de US$ 6/bbl) deve impulsionar o Ebitda para uma expansão de 84% no trimestre, a US$ 629 milhões, atingindo uma margem recorde de 78%. A projeção dos analistas é de um lucro de US$ 312 milhões.
O Bradesco BBI vê fortes resultados com base nas vendas, projetando um Ebitda recorde (ex-IFRS 16) de US$ 606 milhões (+87% no trimestre; +112% em base anual) para o 3T23, impulsionado por offtakes de 9,8 milhões de boe (versus 7,2 milhões de boe no 2T23), e uma média Brent de US$ 86 o barril. “No final das contas, esperamos que o lucro líquido dobre em relação ao trimestre anterior, para US$ 347 milhões, acompanhando os números operacionais mais fortes”, avalia.
3R Petroleum (RRRP3): divulgação 8 de novembro, após o fechamento de mercado
O BBI vê resultados muito fortes em ativos totalmente consolidados. A3R deve ser um dos principais destaques positivos do 3T23, avalia, com Ebitda total atingindo R$ 714 milhões, aumento de 258% no trimestre. Além dos preços do Brent, a consolidação total da aquisição Potiguar no trimestre será um dos principais contribuintes para bons resultados, aumentando a produção média para 42,3 mil boepd–barris de óleo equivalentes por dia -, de 28,4 mil boepd no 2T23.
“Além disso, as vendas de Papa-Terra concentraram-se principalmente no 3T23, e não no 2T23”, reforça.
O BBI avalia que a 3R deva reportar um prejuízo de R$ 74 milhões, mas impactado principalmente por itens não monetários, como marcação a mercado de hedges de petróleo, bem como pela desvalorização do Real. “Esperamos que a empresa tenha FCFE (geração de fluxo de caixa) positivo no 3T23, o que deverá colocá-la gradativamente em uma trajetória de desalavancagem”, aponta.
A XP também espera um prejuízo para a 3R, da ordem de R$ 184 milhões. Porém, espera resultados bastante positivos.
Os analistas da casa reforçam que, pela primeira vez, a 3R reportará um trimestre inteiro com seu portfólio completo (durante o 2T23 o Polo Potiguar foi responsável por apenas um mês), o que deverá gerar um aumento impressionante em seus resultados.
Com a elevação trimestral nos volumes de vendas em cerca de 70%, o preço médio do upstream (exploração de óleo e gás) subindo em cerca de 18% (devido a um maior mix de petróleo e melhores condições de vendas), e um trimestre completo de ativos de mid e downstream (processamento e logística de vendas) de Guamaré sendo contabilizados, os analistas veem um impressionante aumento de 127% em relação ao trimestre anterior na receita líquida, para R$ 1,902 bilhão.
“Esperamos uma leve melhora no lifiting cost, mas a alavancagem operacional nas despesas administrativas deve impulsionar o Ebitda ajustado, em 273% trimestre a trimestre, a R$ 745 milhões, com margem consolidada de 39%”, destaca a XP.
A Eleven projeta prejuízo de R$ 70 milhões devido aos custos financeiros do trimestre que devem ser dissipados nos períodos seguintes, enquanto estima uma significativa melhora no resultado da companhia.
A produção de óleo cresceu 51% sobre o 2T23 devido à operação do Polo Potiguar durante todo o 3T23. Outo fator relevante é o fim das despesas de transição, o que deve proporcionar margem Ebitda superior a 40% no trimestre no upstream.
“O resultado de mid e downstream também apresentará um crescimento relevante, contando com o trimestre cheio e com a companhia já aplicando estratégia de monetização dos ativos. Esperamos margens ao redor de 3% no segmento. Com isso, deveremos ver uma melhora significativa no resultado consolidado”, aponta.
PetroReconcavo (RECV3): divulgação 9 de novembro, após o fechamento de mercado
Já para PetroReconcavo, na visão da XP, este deve ser mais um trimestre com resultados abaixo da média devido a eventos não recorrentes, que também devem impactar o 4T23.
A empresa informou restrições parciais ao escoamento de petróleo do ativo Potiguar devido à manutenção do ativo de Guamaré, resolvida no final de setembro. Para o Gás, apesar da melhoria sequencial, a empresa espera que os gargalos que limitam a produção sejam resolvidos após a paralisação programada da UPGN (refinaria de gás natural) de Guamaré, em novembro.
No geral, a produção aumentou 9% no trimestre e os preços do Brent, medidos em reais, 9%, o que deve levar a receita líquida (ex Hedge) a crescer 15% trimestre a trimestre, para R$ 827 milhões, enquanto o Ebitda deve subir 11%, a R$ 422 milhões.
O BBI espera que a PetroReconcavo reporte um Ebitda de R$ 370 milhões (+16% no trimestre; -13% em base anual), principalmente devido aos preços mais elevados do petróleo e maior produção (+6% em base trimestral).
O banco também reforça que, embora seja melhor sequencialmente, isso não deve refletir o potencial da empresa, uma vez que as limitações da UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural) de Guamaré (operada por 3R) permanecem e provavelmente afetaram principalmente as vendas de gás provenientes do ativo Potiguar.
Enquanto isso, no resultado final, projeta lucro líquido de R$ 186 milhões (+5% no trimestre). A expectativa é de um FCFE (geração de fluxo de caixa) recorrente de cerca de R$ 70 milhões impulsionado pelo crescimento do Ebitda , bem como pelo capex (investimentos) caindo dos altos níveis reportados na primeira metade do ano.
Para a Eleven, a produção do 3T23 apresentou boa performance, com crescimento de 7% na base trimestral devido a melhora do ativo Potiguar, principal campo da companhia cuja produção avançou 12% no trimestre.
O brent mais alto também deve favorecer as receitas juntamente com a liberação de volumes de venda represados no trimestre passado. “Estimamos que as margens podem ser afetadas pelo maior custo de venda devido ao uso de carretas. No entanto, ainda estimamos uma forte evolução do Ebitda favorecido pela maior produção e maiores preços”, avalia.