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Depois do avanço de cerca de 28% em novembro na esteira de forte alta do minério (que superou os US$ 100 a tonelada) com a tese de reabertura da China e de seguir em alta em dezembro, as ações da Vale (VALE3) suscitam dúvidas dos investidores sobre o que fazer com os ativos, principalmente após as fraquezas nos meses anteriores, muito ligadas ao cenário para o minério de ferro.
Os analistas do JPMorgan destacaram sua tese positiva para o ativo em relatório, no qual destacou quais foram as principais questões dos investidores durante conferência que realizou sobre as oportunidades em Brasil.
Entre as principais perguntas de investidores, o banco destacou que esteve a visão sobre o que fazer as ações da Vale agora. No geral, os investidores com quem os analistas do JP conversaram estavam pessimistas em relação ao minério de ferro, principalmente devido a preocupações com a demanda imobiliária mais fraca em 2022, e muitos foram pegos de surpresa após a recente alta de preços (33% acima em relação às mínimas recentes), o que sugere que os investidores estavam pouco posicionados no setor.
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Para o JP, os investidores devem ter exposição em Vale, mesmo após o rali recente dos ativos.
“O sentimento está se tornando mais positivo com relação à reabertura chinesa, a Vale está mostrando melhora operacional (especialmente em metais básicos), o posicionamento parece ser muito favorável e também podemos ver um potencial fluxo de notícias positivas em seu próximo Vale Day, no próximo dia 7 de dezembro”, aponta o banco, que mantém recomendação overweight (exposição acima da média do mercado) para os ADRs (recibo de ações, ou papéis negociados na Bolsa de Nova York) da Vale. O preço-alvo do JP para os papéis é de US$ 17,50, ou alta de 6% frente o fechamento da véspera.
O Bradesco BBI também tem destacado recorrentemente as notícias sobre reabertura da economia chinesa, com o governo facilitando os requisitos para realizar teste de Covid em todo o país, além de novas políticas de quarentena em Pequim, assim como os esforços para aumentar as taxas de vacinação.
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“Ao mesmo tempo, não esperamos um relaxamento muito significativo no curto prazo, dados os casos ainda altos de Covid nos meses de inverno. Ainda assim, a esperada implementação de medidas de flexibilização ao longo de 2023 deve elevar os níveis de confiança e as perspectivas para a demanda por commodities”, aponta. O BBI tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações da Vale, assim como para Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5).
O HSBC, em relatório desta terça, também trouxe uma visão otimista para os ADRs da Vale. O banco elevou o preço-alvo dos papéis de US$ 17 para US$ 19,25 (upside de 17% frente ao fechamento da véspera), mantendo sua recomendação de compra, por conta, principalmente, de sua avaliação sobre o segmento de metais básicos da companhia.
Os analistas focaram a sua análise na divisão de metais básicos da companhia que, na avaliação deles, é importante para desbloquear valor.
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“Nossa avaliação no cenário-base para os ativos de metais básicos da Vale é de US$ 23,1 bilhões, que derivamos da média das avaliações múltiplas DFC [fluxo de caixa descontado] e EV/Ebitda [valor de mercado sobre lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização]”, diz a equipe de analistas do banco britânico, liderada por Jonathan Brandt. “Atribuímos um múltiplo EV/Ebitda de 8 vezes à nossa previsão de Ebitda de metais básicos para 2023, de US$ 2,9 bilhões”.
O banco afirma que, em um cenário de bull market (otimista) para os metais básicos, o valuation poderia saltar consideravelmente – e que, até então, o preço das ações da Vale não engloba o segmento.
Assim, uma variável que deve impactar o prêmio aos acionistas oriundo do braço de metais básicos, para o HSBC, é como a Vale procurará desbloquear valor nesta frente.
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Vender uma parte minoritária do negócio a um parceiro estratégico, algo que já foi mencionado por executivos, seria o menos lucrativo para os acionistas. “Isso já que os melhores preços do metal e a expansão de múltiplos da indústria no futuro não se traduziriam necessariamente no preço das ações da Vale”, explicam os analistas.
Já a cisão total da frente de metais básicos da operação de minério de ferro seria a que mais geraria valor, assumindo um múltiplo de EV sobre o Ebitda de até 10 vezes. Entre as vantagens, para o banco britânico, a dissociação da companhia do Brasil, com a empresa resultante podendo ser listada em Toronto, Nova York ou em Londres.
“Ainda teria pouco impacto no valor dos ativos de minério de ferro da empresa, uma vez que a operação já é negociada com desconto e o retorno de capital provavelmente continuaria robusto”, defendem.
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No meio termo, a possibilidade de a Vale optar por uma “versão híbrida”, com cisão parcial dos ativos e venda de uma fatia, que resultaria em um múltiplo EV/Ebitda de oito vezes.
Assim, os investidores devem acompanhar de perto o Vale Investor Day na próxima quarta-feira, que deve trazer importantes considerações sobre o cenário que a mineradora vê para as commodities, além de novidades sobre como a Vale pretende destravar valor do segmento de metais básicos.