Publicidade
SÃO PAULO – O presidente dos EUA, Barack Obama, falou em rede nacional nesta quarta-feira (17) sobre as relações econômicas com Cuba, onde desde os anos 50 ocorre um isolamento comercial. O anúncio ocorre após os cubanos liberarem Alan Gross, um americano que estava prisioneiro no país há cinco anos. Entre as novidades, os EUA devem criar uma embaixada em Cuba.
Obama disse que Cuba precisa continuar a avançar na questão da liberdade e dos direitos humanos e que os Estados Unidos querem ser aliados fazendo com que a vida dos cubanos seja mais próspera. O presidente afirmou que já instruiu o secretário de Estado, John Kerry, a iniciar imediatamente as discussões com Cuba.
Em uma das primeiras sinalizações das mudanças entre os dois países, Obama afirmou que quer que Cuba participe da Cúpula das Américas, que ocorrerá em abril, em um momento onde o povo precisará estar ao lado das duas nações. “Não podemos continuar fazendo a mesma coisa sempre e esperar o mesmo resultado. Não podemos permitir que sanções aumentem o peso sobre cidadãos cubanos que queremos ajudar”, disse Obama.
Continua depois da publicidade
“Esses 50 anos mostraram que isolamento não funciona; temos de encontrar um novo caminho”, disse o presidente norte-americano. Ele ainda afirmou que não espera que as mudanças anunciadas hoje tenham um efeito do dia para a noite, mas que é um passo importante na melhoria da relação entre os dois países.
“Apesar das diferenças, reafirmo nossa vontade em dialogar em todos esses temas, como direitos humanos, democracia e política interior e de soberania nacional”, disse Obama. Entre as medidas anunciadas, os EUA irão aumentar no números de voos para Cuba, enquanto cartões de crédito e débito norte-americanos passarão a ser aceitos, assim como empresas de comunicação também poderão operar em Cuba.
Obama ainda determinou a revisão da inclusão de Cuba na lista de países que promovem o terrorismo em um estudo que deve ser concluído em até seis meses. Além disso, viajantes americanos poderão voltar de Cuba com até US$ 400 em mercadorias, incluindo álcool e tabaco, que juntos não podem superar US$ 100.
Continua depois da publicidade
Raúl Castro também fala
O presidente cubano, Raúl Castro – irmão de Fidel Castro – também falou no mesmo momento em que Obama. “Queremos avançar a um nível de socialismo sustentável e aprimorar o modelo econômico”, afirmou ele, que ainda reconheceu e agradeceu o papa Francisco e ao governo canadense pela ajuda em aproximar os dois países.
“Decidimos libertar um espião de origem cubana e, por razões humanitárias, libertamos também o cidadão americano Alan Gross”, disse Castro. “Concordamos com a retomada das relações diplomáticas, mas isso não significa que o principal foi resolvido: o bloqueio que causa tantos danos deve cessar”, continuou.
“Propomos ao governo americano medidas mútuas para melhorar o clima bilateral e avançar à normalização das relações entre os nossos países”, afirmou o irmão de Fidel. “Apesar das diferenças, reafirmo nossa vontade em dialogar em todos esses temas, como direitos humanos, democracia e política interior e de soberania nacional”, completou.