Publicidade
A Oi (OIBR3;OIBR4) esperam que os credores liberem mais US$ 75 milhões do financiamento DIP – modalidade de financiamento para empresas em recuperação judicial – nos próximos meses, afirmou Rodrigo Abreu, CEO da companhia, em teleconferência sobre os resultados da operadora no primeiro trimestre de 2023. Um primeiro tranche, de US$ 200 milhões foi liberado no último dia 7, conforme informado via fato relevante.
“Continuamos negociando com o grupo de credores e acreditamos que vamos assinar o RSA [sigla em inglês para Acordo de Suporte a Reestruturação] no início de julho”, afirmou o CEO. O financiamento vence em 15 meses e tem como garantia a alienação de participação da Oi na V.tal, rede neutra de fibra óptica controlada por fundos do BTG Pactual. Na teleconferência, Abreu voltou a dizer que a companhia tem intenção de se desfazer de sua participação remanescente na V.tal, que, hoje, segundo o CEO, não traz retorno para a Oi, já que não distribui dividendos.
Ainda na teleconferência, Abreu não descartou uma negociação direta com TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro sobre o valor final dos ativos móveis, arrematados pelas concorrentes. As três operadoras querem um desconto de R$ 3,18 bilhões na transação, alegando que a Oi não cumpriu com obrigações contratuais. A disputa passa por arbitragem, que segundo Abreu, é mais célere do que um processo judicial, mas pode levar de 18 a 24 meses para ser concluída.
Continua depois da publicidade
“Não afastamos a possibilidade de um acordo direto com as empresas, fora da arbitragem, que possa inclusive trazer liquidez mais imediata à companhia”, afirmou.
O depósito de R$ 1,5 bilhão, que as adquirentes dos ativos móveis da Oi precisaram fazer em juízo por determinação da Justiça, está mantido, segundo informou Abreu.
O CEO disse ainda que a Oi tem “alguns passos pela frente” para fechar plano de recuperação judicial e fornecer aos investidores uma visão de futuro solidificada.
Continua depois da publicidade
Analistas repercutiram os resultados da Oi
A Oi reportou prejuízo líquido de R$ 1,267 bilhão no primeiro trimestre de 2023 (1T23), revertendo lucro líquido de R$ 1,623 bilhão do mesmo intervalo de 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de rotina totalizou R$ 234 milhões no 1T23, um recuo de 81,3% em relação ao 1T22.
A receita líquida somou R$ 2,227 bilhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 4,8% na comparação com igual etapa de 2022.
“Esperamos que a receita continue crescendo para atingirmos o capex desejado”, afirmou o CEO
Continua depois da publicidade
“Sempre dizemos que a intenção com mudança de modelo, de separação estrutural, era de melhorar a intensidade de capex e investimentos da empresa. Estamos chegando perto desse objetivo. Otimizamos o capex em momento em que estamos, de aquisição de clientes e investimentos em TI”, afirmou Rodrigo Abreu.
Os investimentos da Nova Oi totalizaram R$ 219 milhões no trimestre, uma redução significativa de 86,8% na comparação anual e de 58,9% na base trimestral.
“A companhia não mostra sinais de melhoras e se encontra em uma situação extremamente complicada, com uma dívida líquida de R$20,9b e sem geração de caixa”, avaliam Antonio Cozman, Felipe Mattar e Iago Souza, da Genial Investimentos. Após a divulgação do resultado, a casa reduziu o preço-alvo de OIBR3, de R$ 1,40 para R$ 1. A recomendação de venda foi mantida.
Continua depois da publicidade
A receita líquida consolidada da Oi ficou 4,8% abaixo das projeções da Genial. Os custos, por sua vez, vieram 2% acima do esperado.
Sobre o financiamento DIP, os analistas acreditam que o recurso vai trazer algum alívio para a Oi. “Porém ainda está longe do valor necessário para recuperar a empresa”, afirmam.
Às 13h45 (horário de Brasília) desta quinta-feira, as ações OIBR3 caíam 4,67%, a R$ 1,02.