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SÃO PAULO – Jerome Kerviel, um ex-operador do Société Générale que trouxe o banco para perto do colapso em 2008 ao fazer apostas no valor de € 50 bilhões – ou US$ 69,5 bilhões – foi condenado a três anos de prisão. Porém, mesmo com a condenação, Kerviel teve um alívio, após ter se livrado do título de “homem mais endividado do mundo” depois de seis anos de batalhas legais.
Desde 2008, Kerviel está envolvido em batalhas legais após ser perdas estimadas de cerca de € 6 bilhões em meio a operações não autorizadas para o banco, levando-o a um dos maiores golpes financeiros da história. E esta perda é colocada diretamente sobre os ombros de Kerviel, algo que o operador refuta completamente.
Enquanto Kerviel nega as acusações e insiste que não agiu sozinho, dizendo que seus colegas e chefes estavam cientes de suas enormes operações, mas optaram por fechar os olhos, o Société o acusa de abuso de confiança, falsificação e uso não autorizado dos computadores do banco. Ele é acusado de ter realizado em 2007 e 2008 operações especulativas nos mercados de risco, alcançando às vezes dezenas de bilhões de euros, e de ter burlado os controles de operações fictícias, com falsas escrituras e aplicando mentiras reiteradas.
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“Temos e-mails em nosso dossiê penal que provam que os meus chefes foram informados em 2007, um ano antes do ocorrido, do que eu estava fazendo”, Jerome Kerviel disse em uma entrevista. Contudo, os tribunais franceses sempre estiveram a favor do banco francês e, assim, Kerviel foi considerado culpado em 2010 por abuso de confiança e acesso ilegal a computadores, sendo condenado por cinco anos de prisão, sendo que três deles não foram suspensos. Também foi pedido que ele reembolsasse € 4,9 bilhões, ou US$ 6,8 bilhões.
Kerviel rapidamente apelou, mas se viu sem sorte na sua última tentativa para escapar da prisão, com a sua última esperança sendo frustrada nesta quarta após a Justiça manter a condenação. Porém, o ex-operador deve ter se sentido aliviado após a sentença civil que o condenava a pagar a quantia bilionária por perdas e danos ter sido derrubada.
Em comunicado, o Société Générale diz que tomou conhecimento da decisão da Justiça, mas que aguarda nova decisão de outra corte francesa sobre os danos civis. Está previsto que Kerviel, que já passou 37 dias em prisão preventiva, volte a ser preso.