Os 5 assuntos que vão agitar o mercado nesta sexta-feira

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta sexta

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Na quinta-feira (14), o Ibovespa chegou a sua sétima alta seguida, impulsionado pelo bom humor do mercado externo e com o otimismo do investidor após a eleição de Rodrigo Maia para presidente da Câmara dos Deputados. Nesta sexta-feira (15) o dia será marcado por uma bateria de indicadores na China e nos Estados Unidos e que devem guiar os negócios neste final de semana, enquanto o mercado tem um dia de aversão ao risco com novo atentado na França. Confira os cinco assuntos que você precisa acompanhar hoje:

1. Bolsas mundiais
As bolsas europeias caem, interrompendo rali desta semana, e S&P futuro tem leve baixa após França sofrer ontem novo ataque terrorista que matou mais de 80 pessoas, o que aumentou a aversão ao risco do mercado. O ataque aconteceu quando um caminhão avançou contra uma multidão que observava a queima dos fogos de artifício durante as comemorações da Queda da Bastilha, um feriado nacional francês. A prefeitura do Departamento dos Alpes Marítimos, onde está localizada a cidade de Nice, disse que o motorista do caminhão foi morto a tiros pela polícia. O motorista de caminhão foi identificado pela polícia como Mohamed Lahouaiej Bouhlel. O presidente francês François Hollande disse em um pronunciamento de TV, que o atentado com um caminhão em Nice foi um ato terrorista. “A natureza terrorista [do ataque] não pode ser negado. O motorista foi morto a tiros, não sabemos se ele tinha cumplices”, disse Hollande. “Toda a França está sob ameaça do terrorismo islâmico”. O rali recente das ações vinha sendo sustentando pela sinalização dovish do Fed e por expectativas com ações do BOE e BOJ. Já na Ásia, as bolsas digerem os dados da China, com destaque para o PIB acima do previsto no país, enquanto o japonês Nikkei acumulou ganhos de 9,20% na semana em meio às indicações de flexibilização monetária pelo primeiro-ministro Shinzo Abe.

Às 7h43, este era o desempenho dos principais índices:
* FTSE 100 (Reino Unido) -0,06%
* CAC-40 (França) -0,68%
*DAX (Alemanha) -0,50%
* Nikkei (Japão) 225 +0,68% (fechado)
*Xangai (China) -0,01% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong) +0,46% (fechado)
*Dow Jones Futuro (EUA) -0,02%
*Petróleo brent -0,76%, a US$ 47,01 o barril 
*Minério de ferro Qingdao 62%  -0,09%, a US$ 58,42 a tonelada

2. Dados da China
O gigante asiático divulgou nesta madrugada uma série de indicadores. Entre eles está o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, que ficou em 6,7% – a expectativa era de 6,60%. Ainda assim, foi o crescimento trimestral mais lento para o país desde o primeiro trimestre de 2009, quando a economia expandiu 6,2% na comparação com o mesmo período de 2008. No segundo trimestre deste ano, o PIB da China cresceu 1,8% ante o primeiro trimestre, em uma base sazonalmente ajustada. Enquanto isso, a produção industrial do país subiu 6,2% em junho na comparação com o mesmo período do ano passado, acelerando ante o crescimento de 6,0% em maio e acima da projeção de 5,90%. Já as vendas no varejo subiram 10,6% em junho ante o mesmo período do ano anterior, acelerando do aumento de 10,0% em maio, e superando a expectativa do mercado, de aumento de 9,9% no mês passado.

Continua depois da publicidade

3. Indicadores nos Estados Unidos
Ainda nesta manhã, os EUA também irão divulgar diversos dados de sua economia. Entre os 9 indicadores programados para serem publicados, destaque para os números de produção industrial, que o mercado espera uma leve alta para 0,20%. Mas o que deve chamar mais atenção dos investidores é o CPI, que cálcula a inflação ao consumidor do país e tem sido um dos principais números para o Federal Reserve definir a alta de juros. A projeção é que o indicador fique em 0,30%.

4. Leilão de swap reverso
O Banco Central faz leilão de um lote de até 10 mil contratos de swap reverso, das 9h30 (horário de Brasília) às 9h40, resultado após as 9h50.

5. Entrevistas de Rodrigo Maia e Michel Temer
Em entrevista ao jornal O Globo, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que o Brasil não pode, para superar problema de déficit, ficar gerando imposto num momento em que está todo mundo endividado. Maia vê a agenda econômica como prioridade do país, citando PEC do teto de gastos, renegociação das dívidas dos estados e reforma da Previdência e citou entre suas prioridades no novo cargo reorganizar a Câmara, ampliar diálogo com todos partidos, retomar diálogo com Senado. Já para o jornal O Estado de S. Paulo, o presidente interino Michel Temer afirmou que que “quer aos poucos desidratar essa coisa de centrão e de outro grupo – formado pela antiga oposição”. Segundo ele, é preciso unificar a base. Temer quer que seja tudo situação, diz em referência ao centrão e ao grupo formado por PSDB, DEM, PPS, PSB. O presidente interino disse que Congresso quis dar uma mensagem de apoio ao governo, com os dois candidatos que foram para o 2º turno. Temer afirmou confiar que o recesso branco do Congresso para cicatrizar o que ele chama de pequenas ranhuras deixadas pela disputa na Câmara pela presidência.

Continua depois da publicidade

Agenda InfoMoneyTV para sexta-feira:

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Tópicos relacionados

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.