Os melhores fundos do mercado: conheça os finalistas do ranking InfoMoney-Ibmec 2021

Os premiados entregaram aos investidores bons retornos, com consistência, num dos períodos mais turbulentos da história

Ana Paula Ribeiro

O ranking InfoMoney-Ibmec de melhores fundos premia os gestores que conseguiram entregar aos investidores bons retornos com consistência.

Para isso, analisa os rendimentos ajustados ao risco dos fundos disponíveis no mercado brasileiro num período de três anos. E como foi difícil bater os parâmetros de 2018 a 2020, intervalo analisado neste último ranking.

“O ano de 2020 foi especialmente desafiador. A volatilidade foi impressionante”, diz George Sales, professor do Ibmec responsável pela elaboração do ranking (conheça a metodologia).

O otimismo do início do ano foi rapidamente dissipado com a chegada da pandemia do novo coronavírus e as suas consequências na economia – mas a recuperação foi igualmente rápida.

Depois de cair 45,5% em pouco mais de um mês, o Ibovespa subiu 83,5% em oito meses e voltou aos níveis pré-pandemia em dezembro.

Samuel Ponsoni, responsável pela análise de fundos da XP Investimentos, destaca que não houve uma única estratégia vencedora comum aos premiados e que cada classe de fundo – e cada gestor – lidou com adversidades diferentes para entregar bons retornos.

Veja a seguir quais são os finalistas entre os melhores fundos do mercado no ranking de 2021. A classificação dos premiados será conhecida num evento online e gratuito que o InfoMoney fará nos dias 23 e 24 de fevereiro.

Nesse evento, também haverá painéis com os gestores, em que eles falarão sobre os bons resultados, cenários e suas estratégias de investimento agora.

Para participar do evento, conferir os vencedores, ser avisado sobre a agenda e receber posteriormente um compilado com as melhores recomendações de investimento debatidas nos painéis, deixe seu email abaixo:

Renda variável

Os fundos finalistas são:

Atmos Ações
Dynamo Cougar
Hix Capital
Patria Pipe Feeder Institucional
Versa Long Biased

Dois dos fundos de ações mais tradicionais e admirados do Mercado brasileiro, o Atmos Ações e o Dynamo Cougar, estão entre os finalistas na categoria de renda variável.

Ambas as gestoras seguem a estratégia do value investing e se concentram mais na análise detalhada das empresas do que na visão do cenário macroeconômico para decidir onde investir.

Outro finalista é o fundo Versa Long Biased, que segue a estratégia long and short, de combinar compras de ações e apostas na baixa de papéis.

“Nos últimos três anos, tivemos mais posições compradas”, diz Luiz Fernando Alves, sócio e gestor da Versa. Mas não foi fácil decidir onde investir.

Quando a pandemia começou, a decisão foi reduzir o risco, o que fez o fundo sofrer menos durante os meses de fevereiro e março.

Logo após esse movimento de proteção, os gestores voltaram as compras, aproveitando os preços mais baixos. Mas a pandemia estava longe de terminar.

“Tiramos as nossas proteções cedo demais. O fundo sofreu um pouco porque volatilidade estava muito alta. Mas não fizemos nada. Tínhamos convicção nos papéis que estávamos comprando”, disse.

Volatilidade, no entanto, é algo natural por ali.

“É um fundo de gestão agressiva e que opera alavancado, por isso as oscilações são sempre amplas. Em janeiro, até o dia 27, tem uma perda de 23,5%, enquanto o Ibovespa cai apenas 2,6%”, diz Ponsoni.

Os demais fundos de renda variável que se destacaram no último ano tiveram, em comum, a visão de que setores mais ligados à tecnologia se destacariam, o que levou à compra de papéis como Mercado Livre, Magazine Luiza e Via Varejo.

Renda fixa crédito privado

Os finalistas são:

BV Eagle
Capitânia Premium
Capitânia Top
XP Top CP FIRF LP
Wa Cred Excellent

Samuel Ponsoni lembra que os cotistas enfrentaram uma maior volatilidade nessa categoria, que sempre foi vista como a mais conservadora.

A maior volatilidade veio da marcação à mercado, que incorpora a variação diária dos preços dos ativos ao valor da cota.

Títulos prefixados ou atrelados à inflação sofrem essas variações de preço, que são mais intensas em momentos de maior incerteza – como o período entre fevereiro e abril, início da pandemia.

“Nesse cenário, as casas com maior experiência na gestão de crédito conseguiram sofrer menos que os concorrentes e lideraram o ranking”, disse.

Essa maior experiência e a gestão ativa levaram a Capitânia a ter dois fundos entre os finalistas no ranking InfoMoney-Ibmec. Segundo Christopher Smith, CFA da gestora, o Capitânia Premium e o Capitânia Top Crédito possuem estratégias muito parecidas.

“O que muda entre os dois é apenas a alocação. No Premium podemos chegar até 2% em um único investimento e, no Top, não passa de 1%. O Top rende um pouco menos, mas preserva mais o caixa”, explicou.

Smith afirma que os papéis de infraestrutura e do setor imobiliário estão entre os preferidos da gestora.

Outro dos destaques da categoria é o Credit Excellent da Western Asset. Dois movimentos contribuíram para o bom desempenho do fundo, segundo Adriano Casarotto, portfolio manager da casa.

“Operamos uma alocação em crédito um pouco anticíclica e isso garantiu o resultado do fundo”, disse.

Em 2019, o gestor decidiu reduzir as compras de títulos de crédito privado, que estavam pagando um prêmio muito reduzido em relação aos títulos públicos. Nesse momento, a participação dos títulos emitidos pelo Tesouro passou de 40% da carteira.

Em um segundo momento, em abril de 2020, quando os prêmios voltaram a subir, o fundo passou a comprar papéis de crédito privado, que atingiram 80% de participação na carteira.

Debêntures do setor elétrico, de concessionárias de rodovias e locadoras de veículos foram os papéis preferidos nesse movimento de realocação.

Multimercado

Os finalistas são:

Ibiuna Hedge STH
Legacy Capital Advisory
Sharp Long Short 2x Feeder
Verde Am Scena
Vista Multiestratégia

Entre os fundos multimercados, Ponsoni destaca que o fundo Sharp Long Short se dedicou mais ao universo acionário.

“O fundo foi auxiliado por uma operação vendida em IRB-Brasil”, disse.

Os demais vencedores têm uma estratégia mais voltada para a análise macroeconômica e conseguiram se proteger melhor, segundo o analista.

Nesse grupo, o Legacy Capital Advisory é o único que ainda não tem um histórico de 36 meses. Ainda assim, o retorno apresentado pelo fundo garantiu que ele ficasse nas primeiras colocações.

Já no caso da Verde, com o Scena, o retorno foi garantido pela visão mais otimista com renda variável. “Eles tiveram a leitura que o mercado iria voltar com força, tanto no Brasil como no exterior”, explicou Ponsoni.

Fundos imobiliários

Os finalistas são:

BCRI11
HABT11
HCTR11
IRDM11
VGIP11

Os fundos imobiliários que mais se destacaram são os que investiram majoritariamente em papéis, ou seja, em certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) – e não em prédios, shoppings, galpões e outros tipos de imóveis.

Essas carteiras, conhecidas como fundos de papel, sofreram menos porque não enfrentaram a vacância registrada nos “fundos de tijolo”.

Rafael Selegatto, gestor do IRDM11, da gestora Iridium, afirma que o bom desempenho que o fundo registrou nos últimos anos está atrelado à estratégia de gestão, que une os investimentos em CRIs e em cotas de outros fundos.

As cotas de outros fundos podem chegar até 40% da carteira total. “Os CRIs têm uma função mais defensiva. Usamos esse espaço para investir em cotas de fundos para gerar ganhos adicionais de rentabilidade”, explicou.

Em 2020, essa estratégia foi amplificada. Como o fundo tinha caixa, os gestores aproveitaram para comprar cotas de outros fundos que estavam “baratas” no momento de maior volatilidade dos mercados. Quando os preços começaram a se recuperar, essas cotas foram vendidas, gerando ganhos ao fundo.

O Iridium também usa o caixa para trabalhar como “seed money” de novos fundos. Um dos casos foi o HCTR11, o segundo colocado no ranking.

Veja abaixo a agenda completa do evento:

23 de fevereiro

18h: Os melhores fundos multimercado

19h: Os melhores fundos de renda variável

24 de fevereiro

18h: Os melhores fundos de renda fixa

19h: Os melhores fundos imobiliários

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney