Pagamentos em cripto para sequestro de dados diminuíram em 2022, diz Crystal Blockchain

Vítimas de ataques de ransomware pagaram US$ 16 milhões em cripto em 2022, contra US$ 74 milhões em 2021

CoinDesk

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Os pagamentos em criptomoedas para hackers que realizam ataques ransomware “totalizaram meros US$ 16 milhões, em comparação com quase US$ 74 milhões em 2021”, disse a empresa de inteligência blockchain Crystal Blockchain.

Isso pode ser surpreendente, visto que o número de ataques ransomware (sequestro de dados e posterior pedido de resgate) aumentou entre os dois anos, segundo pesquisadores de segurança cibernética. Este ano, a famosa gangue de ransomware Conti, conhecida por aterrorizar hospitais dos EUA durante a pandemia de COVID-19, encerrou suas operações, mas novos grupos estão surgindo constantemente.

Nick Smart, diretor de inteligência blockchain da Crystal, disse ao CoinDesk que pode ser muito cedo para concluir que os ataques de ransomware estão em declínio permanente.

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“Desde o vazamento do Conti, conseguimos reunir muito mais informações sobre histórico de ransomware e atividades de extorsão, o que significa que temos uma ideia melhor de como funcionava antes. Devido à maneira como os resgates geralmente funcionam, não é possível dizer o que aconteceu agora, pois muitas empresas não divulgam informações de pagamento publicamente”, disse Smart.

Reagrupando

A análise da atividade on-chain (dentro da blockchain) mostra que os serviços criptográficos com uma alta pontuação de risco de lavagem de dinheiro – o que significa que eles recebem fundos de golpes e crimes cibernéticos com mais frequência do que outros – estão tendo uma queda na popularidade, diz o relatório.

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“Podemos ver que, em geral, os fundos criptográficos são cada vez mais trocados entre [provedores de serviços de ativos virtuais] de baixo risco, provavelmente devido ao aumento da regulamentação, registro e expectativas de cliente”, dizem os especialistas.

Ao mesmo tempo, as trocas de criptomoedas e os serviços que conseguem manter as criptos “sujas” fora, têm reforçado ainda mais as políticas de combate à lavagem de dinheiro, efetivamente afugentando os criminosos: “O volume de fundos enviados para exchanges de baixo risco por golpes caiu em 24% em 2022 em comparação com 2021”, aponta o relatório.

As carteiras offline, que permitem aos usuários controlar diretamente seus fundos, estão se tornando cada vez mais populares entre os usuários de criptomoedas em geral, diz o relatório, que aponta que mais fundos estão sendo enviados para esses endereços.

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As pontes entre blockchains continuam populares para transações ilícitas. O serviço de ponte Bitcoin-Ethereum Ren, por exemplo, recebeu quase metade de todas as criptomoedas de entidades sancionadas, disse o relatório. O serviço, vinculado à agora falida exchange FTX, é popular entre os hackers.

“Talvez o maior endosso dessa tendência tenha sido o hacker da FTX, que quase drenou todas redes de cruzamento (cross chain) de protocolos de liquidez”, diz Smart. Isso não é novidade: os cibercriminosos já usavam a Ren ativamente antes. No entanto, as recentes ações de fiscalização beneficiaram o protocolo.

“Acho que muita da atenção para a Ren cresceu depois que a Tornado Cash foi sancionada [pelo Departamento do Tesouro dos EUA], o que mostra que os criminosos estão sempre desenvolvendo táticas para tentar vencer empresas de inteligência de blockchain e equipes de conformidade”, disse Smart.

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